Sangue por glória é um filme de John Ford, de 1952, contando a história de um regimento americano na França da Primeira Guerra.
Ele se fixa mais nos relacionamentos humanos que nas cenas de guerra propriamente ditas. E o foco vai em uma conturbada relação vivida por um capitão (James Cagney), um sargento (Dan Dailey), e uma francesa em disputa (Corinne Calvet). Todos são vividos por excelentes atores. E principalmente James Cagney se destaca, em uma atuação que lhe exige muito. Não pára de acontecer coisas no filme, tão díspares quanto comédia pastelão em batalhas, dor profunda, esperança, honra, inconsequência. E para tudo está Cagney, já não mais um garoto, mas esbanjando sua distintiva vitalidade em cena.
Trata-se de um filme baseado em uma peça de Maxwell Anderson e Laurence Stallings, o que explica o enfoque mais humano e intimista. Não há sequer uma grande batalha, como nos acostumamos a ver nas telas, o que até desaponta um pouco. Mas sobram ação e sentimentos. Os americanos invadindo o bar da cidade francesa é um momento de ação febril e cômica; acontece um (quase) casamento, uma cena de amor tão profunda que vai ao surrealismo, grandes cenas de treinamento, de disputas, de bravura, de sentimento. John Ford e seus atores mantêm-se com as mãos ocupadas todo o tempo, não têm medo de beber pesado, ou trocar socos e tiros. O tempo todo alguma coisa acontece, não como filmes que duram duas horas girando sobre o nada, e Ford ainda encontra o tempo para os seus emotivos números musicais.
Um filme de grandes qualidades, portanto, que vale a (re)descoberta.
Cotação: **** muito bom
sábado, 17 de outubro de 2009
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