No Fantástico, triste
e absurda realidade: roubo de árvores do Brasil, roubo à luz do
dia, ameaças a funcionários públicos encarregados de fiscalizar, e
uma declaração absurda de um promotor: “crime ambiental é
considerado de menor potencial ofensivo. Eu duvido muito que vá dar
cadeia.”
Ora, não sabemos
policiar, impedir o roubo, punir criminosos. Merecemos que o roube
nunca termine, nas nossas barbas.
Enquanto isso, já vi
processos e mais processos, discutindo sobre duas ararinhas azuis. Já
vi reportagem de um caboclo enfiado numa cela, porque cortou a casca
de uma árvore para fazer um chá.
Sua vergonha, diante do
repórter que o entrevistava, não me saiu da lembrança: “Eu nunca
roubei uma banana, porque fui ensinado. E agora eu me vejo preso”.
O processo de Kafka, repetido como tragédia.
Ou seja, filtramos o
mosquito, deixamos passar o camelo, o elefante, o grande ladrão.
Que triste de ver que
se fazem as coisas desse jeito. Que nossas instituições fracassem
rotundamente, para mais e para menos, e simplesmente não consigam
realizar suas missões: uma sociedade próspera, trabalhadora, livre
do crime.
Políticos que ficam 40
anos, 50 anos, 60 anos, mandando, e não resolvem nada, viram piada
com suas promessas inúteis, e achamos normal.
Vemos como piora, como
o crime faz bilhões e bilhões, todos os anos, com múltiplos
golpes, esquemas, tramóias, estampadas a todo o instante nos
jornais, sem que haja punição.
Pelo contrário, o que
vemos é: Absolvido mais um. Não importa o caminhão de provas.
Vídeos, áudios, flagrantes com pilhas de dinheiro nos bolsos, nas
malas em jatinhos, nas meias e cuecas. Sempre tem uma tese vencedora
de algum advogado que embolsa 15 milhões.
Numa tacada.
Deve se sentir
poderoso, deve pensar que a cara não murcha, e que o destino de toda
carne é o verme. Deve pensar que o jatinho novo, e o terninho novo,
e o médico, e a plástica, vão te livrar do aguilhão?
Deixar um nome desses
pros seus filhos.
Sabe aquele dali? Se
vendeu por uma pilha de dinheiro. Foi um grande malfeitor do país.
Viveu uma vida de rei, num país em que crianças morriam de fome.
Livrou grandes criminosos da cadeia. Recorreu a todo expediente sujo,
mercadejou no balcão das consciências. Vendeu-se, vendeu seus
talentos para golpes sujos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário