“Deus e vossas armas sejam louvados, virtuosos amigos! A
jornada é nossa! O cão sanguinário está morto!” – Ricardo III de William
Shakespeare
- É uma notícia ruim atrás
da outra,
Sobre um novo ato de uma autoridade tirânica.
- E um país inteiro contempla
A mesma cena fatal, infeliz, indigna.
- 215 milhões de pessoas
Acatando as ordens desonrosas
De um homem desonroso.
E não só acatando,
Ainda por cima aplaudindo.
Mesmo quando cai a máscara
Do tirano medonho
E ele mostra sua face sádica
Revelando o prazer que sente ao mandar multar e mandar prender
À luz do próprio arbítrio no âmbito
De um processo que nem devia existir,
Processo em que o juiz é o interessado,
Em que o juiz é ao mesmo tempo
O acusador e a vítima,
Pesadelo kafkiano,
Processo do fim do mundo!
- Pensar que 215 milhões
De pessoas de um mesmo país
Viram nascer um processo assim,
E não só nascer, viram se desenvolver e crescer,
E ainda continuar existindo, provocando cada vez mais danos!
- Acostumaram-se com o absurdo,
Com o arbítrio e a tirania,
Imposto a 215
Milhões de indivíduos humanos!
- Que exista isto em qualquer país,
Que exista isto no Brasil,
Que exista tal Tirania!
- Meus olhos sangram e me sangram
O nariz e os ouvidos!
- Senhores de escravos mandando carregar
Seus montes de escravos para os pelourinhos
- Para chicoteá-los, talvez,
(Do mesmo modo que fizeram com Jesus Cristo)
- Talvez para mandar matá-los
(Do mesmo modo que fizeram com Jesus Cristo)
- Vamos ver quais novas desculpas vão dar,
- Ou melhor, com quais novas ofensas vão ofender
Quem questioná-los ousar.
- Não admitem que os questionem,
Todos os covardes que bajulam tiranos,
E que são tiranos eles próprios!
Homens e mulheres mal acabados,
Ricardos Terceiros, escravos da inveja!
Para os outros o amor, para os outros pavonear-se
Diante de uma ninfa de lascivos meneios...
Para eles apenas o ódio, as conspirações e as guerras!
- Que todos tenham o mesmo final apropriado,
Prometendo seu reino por um cavalo,
Depois afundando mortos na lama.
10.01.2023
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