sábado, 23 de março de 2013

Democracia e Liberdade



I - O primeiro ponto


O lema, cada homem um voto é a garantia, se incorporada pelas Cartas Fundadoras dos países, da liberdade política.

O povo que não tem isso não pode se dizer livre. As decisões que o regem não estarão sendo tomadas por este povo, e sim por uma elite que se coloca acima dos demais.

É o que acontece com todas as invasões de territórios, como demonstra a História. Os invasores vão instalar uma casta dominante, ou deles próprios, ou de algum grupo escolhido para servir seus interesses; claro que negarão o direito ao voto deste povo. Se todos os cidadãos deste povo pudessem decidir, não decidiriam a favor da dominação estrangeira. Ela se mantém pela força.

Donde, toda tirania é um regime de força, mantido pela violência, e pela ameaça de violência.

A primeira violência é tirar o direito do voto, o direito de se auto-governar.

O exemplo da invasão estrangeira deixa bem claro o mecanismo para retirar a liberdade de um povo. Mas existem formas ardilosas, em que a propaganda oficial do Governante apregoa um povo como livre, mas o mantém sob correntes ocultas.

Novamente, é preciso perguntar: este povo segue o princípio “cada homem um voto”?

Este é o princípio sem o qual o povo não pode se considerar livre de fato. Conditio sine qua nom.

Esta é a exigência básica para que um povo possa mostrar uma face coroada pelos louros da liberdade. E que esta face não seja um delírio, ou máscara de Carnaval.

No Brasil, uma lei do período Geisel, no meio dos anos de ditadura militar, determinou que um voto do Norte ou Nordeste valesse 3 ou 4 votos do Sul e Sudeste. Esta lei, incorporada pela Constituição de 1988, vigora entre nós até hoje.

Um legado da tirania, que seguimos adotando na nossa democracia.

Mas é democracia, quando não vigora o princípio “cada homem um voto”?

Ou é um regime onde uma elite decide, e decidindo, drenam bilhões nos dutos da corrupção, nos bolsos dos amigos do esquema, grandes financiadores de campanhas e de gastos pessoais da nossa gente importante, nossa elite governante?

Onde, decidindo, garantem a impunidade de seus atos, e os meios de nunca sair das folhas de pagamento do Estado?

Olhe à sua volta. O que é que você vê?

Um povo livre? Ou um povo escravo?

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