I - O primeiro ponto
O lema, cada homem um
voto é a garantia, se incorporada pelas Cartas Fundadoras dos
países, da liberdade política.
O povo que não tem
isso não pode se dizer livre. As decisões que o regem não estarão
sendo tomadas por este povo, e sim por uma elite que se coloca acima
dos demais.
É o que acontece com
todas as invasões de territórios, como demonstra a História. Os
invasores vão instalar uma casta dominante, ou deles próprios, ou
de algum grupo escolhido para servir seus interesses; claro que
negarão o direito ao voto deste povo. Se todos os cidadãos deste
povo pudessem decidir, não decidiriam a favor da dominação
estrangeira. Ela se mantém pela força.
Donde, toda tirania é
um regime de força, mantido pela violência, e pela ameaça de
violência.
A primeira violência é
tirar o direito do voto, o direito de se auto-governar.
O exemplo da invasão
estrangeira deixa bem claro o mecanismo para retirar a liberdade de
um povo. Mas existem formas ardilosas, em que a propaganda oficial do
Governante apregoa um povo como livre, mas o mantém sob correntes
ocultas.
Novamente, é preciso
perguntar: este povo segue o princípio “cada homem um voto”?
Este é o princípio
sem o qual o povo não pode se considerar livre de fato. Conditio
sine qua nom.
Esta é a exigência
básica para que um povo possa mostrar uma face coroada pelos louros
da liberdade. E que esta face não seja um delírio, ou máscara de
Carnaval.
No Brasil, uma lei do
período Geisel, no meio dos anos de ditadura militar, determinou que
um voto do Norte ou Nordeste valesse 3 ou 4 votos do Sul e Sudeste.
Esta lei, incorporada pela Constituição de 1988, vigora entre nós
até hoje.
Um legado da tirania,
que seguimos adotando na nossa democracia.
Mas é democracia,
quando não vigora o princípio “cada homem um voto”?
Ou é um regime onde
uma elite decide, e decidindo, drenam bilhões nos dutos da
corrupção, nos bolsos dos amigos do esquema, grandes financiadores
de campanhas e de gastos pessoais da nossa gente importante, nossa
elite governante?
Onde, decidindo,
garantem a impunidade de seus atos, e os meios de nunca sair das
folhas de pagamento do Estado?
Olhe à sua volta. O
que é que você vê?
Um povo livre? Ou um
povo escravo?
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