Este clima de
conformismo que tomou o país é o toque de finados horrível da
nossa liberdade.
50 anos atrás
Juscelino Kubitschek dizia: “O silêncio da Oposição é a porta
aberta para a Ditadura”.
Certo. Certíssimo.
Se não há
discordância, choque de ideias (sem violência, obviamente),
respeito pela opinião alheia, compromisso com a tolerância, com a
civilidade, com os processos democráticos, o que se tem é um homem
acorrentado aos dogmas de um partido.
Um fanático, que berra
palavras de ordem na cara dos “inimigos”. Ele não tem uma
consciência para seguir, ele não tem liberdade.
Ele sacrificou
consciência e liberdade no altar da fidelidade canina ao Líder. Ao
Führer. Ao Poder. Ao chefe da quadrilha.
Ele segue ordens. E que
melhor maneira de demonstrar que é confiável que depositar a
própria consciência aos pés de quem ordena?
Eles vão gritar
palavras de ordem. Eles vão vaiar. Eles vão atirar ovos.
Eles vão torturar.
Eles vão matar.
E quando o Führer
observar que ele é tão confiável, talvez lhe faça um afago.
Talvez lhe dê para comandar uns tantos pobres-diabos. Aí ele vai
poder ir à forra.
Enfim, que vergonha, o
embaixador de Cuba no país comandar uma tropa de choque de repúdio
à visita de uma cubana, dissidente política, Yoani Sánchez.
Que vergonha,
distribuir material difamatório para ser espalhado pela tropa de
choque.
Que vergonha, ter um
secretário de Governo do Brasil como partícipe desta reunião.
Que vergonha, ter o
embaixador cubano dito que dois agentes de Cuba seguiriam os passos
de Yoani enquanto esta permanecesse no Brasil.
Que vergonha, que o
secretário de Governo tenha ido a Cuba para participar do seminário
“Guerra Cibernética”.
Que vergonha, o Governo
ter passado nota oficial justificando a presença do secretário na
reunião promovida pelo embaixador cubano como mera coincidência.
“Ele estava passando pela embaixada, quando...”
Que vergonha, as cenas
de linchamento moral protagonizadas no Brasil por fanáticos que se
acham “puros”. Os indignados seletivos.
Enfim, não se amplia a
voz dos idiotas (Millôr Fernandes). Contra a baixaria, é melhor
ouvir Yoani Sánchez:
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