Acompanhemos a reportagem de Fabio William no Jornal da Globo de ontem, ao final desta "gloriosa" semana do nosso Senado:
http://www.youtube.com/watch?v=At-k9JDfOk8
Nada como ver o senador sem um único voto, Wellington Salgado, brindando-nos os ouvidos com as pérolas: "Todo senador é um ser humano (há controvérsia). Todo senador é um homem (há muita controvérsia). Ninguém chega ao Senado sendo um frouxo (isto é certo: frouxo é o distinto cidadão pagador de impostos, que devia logo vestir uma roupa de palhaço)".
Também é reconfortante ver que outro senador sem um único voto, Paulo Duque, eleito por seus pares presidente do Conselho de Ética (ética? Há controvérsia), arquivou todas as representações e denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney.
Para coroar esta gloriosa semana no Senado, o senador Alienado Suplicy (antecipando-me ao Casseta e Planeta), rouba o foco das atenções com sua interpretação de Cat Stevens. É pena, porque Suplicy tem a seu favor o fato de fazer parte da minoria dos senadores petistas que não se curvou à vontade do todo-poderoso Lulinha, e manteve posição pelo afastamento de Sarney. Mas, como eu disse, foi uma gloriosa semana no Senado.
sábado, 8 de agosto de 2009
Gripe suína e Senado
Segundo a notícia do jornal O Globo de 07.08.2009, até 1 de agosto o Brasil representava apenas 1,8 % dos casos de gripe suína no mundo, mas o número de mortes no país equivalia a 8% do total registrado no planeta. Com os novos óbitos (140), nos poucos dias entre o registro de 1 de agosto até a data em que foi escrita a reportagem, o Brasil já representava 12% dos casos fatais pela infecção no mundo.
Esta notícia, perdida na página 27 do jornal, é um atestado claro da incapacidade do país de lidar com os problemas. Na comparação com a média do resto do mundo, o Brasil tem cerca de dez vezes mais óbitos em relação ao número de infectados. Ou seja, se no resto do mundo, de cem infectados, um morre, no Brasil, dos cem infectados, dez morrem.
Na carta de uma leitora, Célia Cristina da Silva, no mesmo jornal, temos um complemento para a situação descrita. Diz a carta: “Gostaria de um esclarecimento do Ministério da Saúde: houve alguma morte de paciente que recebeu, nas primeiras 48 horas dos sintomas, o antiviral? Se isto não ocorreu, tudo está muito mal administrado, e vidas poderiam ter sido salvas. O pânico das pessoas está muito mais relacionado à indisponibilidade do medicamento do que ao contágio. (...)”
E de fato, embora vejamos sempre na televisão a propaganda do Ministro da Saúde, e manifestações tranquilizadoras de autoridades, os números vão demonstrando o desgoverno costumeiro do país. Como sempre, neste país, investe-se nas aparências, descuida-se da substância. É uma boa estratégia para ser usada num país em que boa parte da população não sabe ler e escrever, e não sabe fazer conta. Se os resultados na solução dos problemas são pífios, o mesmo não se pode dizer dos resultados da manutenção do poder pelos grupos que nos controlam. E manter o poder é o que importa, na nossa tradição de patrimonialismo, e de “primeiro os meus”, e “eu quero é o meu”, e “aos amigos, tudo, aos inimigos, os rigores da lei”.
Temos tudo isso muito claro, numa vista de olhos para o Senado. Como é que se pode esperar Governo, liderança, administração, no país, quando os homens com estas responsabilidades passam o seu tempo nas lutas intestinas pelo poder de fazer os melhores negócios com a pátria amada, mãe gentil? Para estes nobres na sua ilha da fantasia, o país pode se explodir e se afundar em gripes suínas, em miséria, em fuzis nas favelas: eles estão garantidos com os melhores planos de saúde, e com as melhores oportunidades de negócios, e com seguranças 24 horas. Aí o foco passa a ser outro, passa a ser a intriga, e a chantagem, e a tropa de choque, e a ofensa... serão os tais “negócios de gente grande” , estranhamente semelhantes ao que se vê nos jardins de infância; mas diferentemente, e infelizmente, com consequências trágicas.
E assim vai continuar sendo, pois está perfeitamente de acordo com nossas tradições patrimonialistas e fisiológicas, e porque não ensinamos nossas crianças a ler e a escrever e a fazer contas, e um povo ignorante é um povo indefeso à exploração, e facilmente manipulável.
Para mudar isso, não nos iludamos, só vencendo a resistência dos que lucram com este estado de coisas. Os poderosos acostumados às vantagens fabulosas, e à impunidade. É divertida nossa “normalidade”. Parece que cada sujeito que consegue se eleger encontra um poço de petróleo debaixo da sua casa. Pessoas que tinham uma brasília velha e moravam em um quitinete em poucos anos de mandato público compram mansões e jatinhos. Campanhas gastam milhões, dezenas de vezes mais do que os candidatos receberão de salário ao longo dos mandatos. Para garantir suas fontes dos milhões e bilhões estes senhores do poder estarão dispostos a espalhar suas migalhas para muitos e muitos “cooptados”; muitos que receberão também seu quinhãzinho de “regime diferenciado”, suas “vantagens generosas”, seu “direitinho adquirido”, pelo qual não trabalhou, e que não passa nem pelos sonhos do sujeito que lhe engraxa os sapatos.
E assim vamos, neste país. A luta não é para resolvermos nossos problemas, a luta é para entrar na festa, mesmo que na condição de convidado de segunda ou terceira classe. O importante é sermos um dos “espertos”, é nos diferenciarmos do vizinho; porque o que não se diferencia é o que paga o pato, nas filas dos hospitais públicos, nos subempregos de exploração, nos desabamentos da favela.
A luta não é pelo fim do privilégio, para viver num país e numa sociedade mais feliz e justa; a luta é para agarrar algum privilégio, para atirar na cara dos outros algum “sabe com quem está falando?”. Até que (talvez) algum choque de realidade sirva para nos abrir o olho, alguma bala perdida que tire a vida de um filho, mesmo que ele estivesse em algum bairro chique da cidade, ou quem sabe, no desgoverno geral, ser também uma vítima da falta de medicamento para a gripe suína? Teremos, para nos consolar, uma propaganda do Ministério da Saúde, muito bem remunerada, ou um pronunciamento divertido do presidente Lula, de que "nunca antes na História deste país a saúde público se aproximou tanto da perfeição".
Esta notícia, perdida na página 27 do jornal, é um atestado claro da incapacidade do país de lidar com os problemas. Na comparação com a média do resto do mundo, o Brasil tem cerca de dez vezes mais óbitos em relação ao número de infectados. Ou seja, se no resto do mundo, de cem infectados, um morre, no Brasil, dos cem infectados, dez morrem.
Na carta de uma leitora, Célia Cristina da Silva, no mesmo jornal, temos um complemento para a situação descrita. Diz a carta: “Gostaria de um esclarecimento do Ministério da Saúde: houve alguma morte de paciente que recebeu, nas primeiras 48 horas dos sintomas, o antiviral? Se isto não ocorreu, tudo está muito mal administrado, e vidas poderiam ter sido salvas. O pânico das pessoas está muito mais relacionado à indisponibilidade do medicamento do que ao contágio. (...)”
E de fato, embora vejamos sempre na televisão a propaganda do Ministro da Saúde, e manifestações tranquilizadoras de autoridades, os números vão demonstrando o desgoverno costumeiro do país. Como sempre, neste país, investe-se nas aparências, descuida-se da substância. É uma boa estratégia para ser usada num país em que boa parte da população não sabe ler e escrever, e não sabe fazer conta. Se os resultados na solução dos problemas são pífios, o mesmo não se pode dizer dos resultados da manutenção do poder pelos grupos que nos controlam. E manter o poder é o que importa, na nossa tradição de patrimonialismo, e de “primeiro os meus”, e “eu quero é o meu”, e “aos amigos, tudo, aos inimigos, os rigores da lei”.
Temos tudo isso muito claro, numa vista de olhos para o Senado. Como é que se pode esperar Governo, liderança, administração, no país, quando os homens com estas responsabilidades passam o seu tempo nas lutas intestinas pelo poder de fazer os melhores negócios com a pátria amada, mãe gentil? Para estes nobres na sua ilha da fantasia, o país pode se explodir e se afundar em gripes suínas, em miséria, em fuzis nas favelas: eles estão garantidos com os melhores planos de saúde, e com as melhores oportunidades de negócios, e com seguranças 24 horas. Aí o foco passa a ser outro, passa a ser a intriga, e a chantagem, e a tropa de choque, e a ofensa... serão os tais “negócios de gente grande” , estranhamente semelhantes ao que se vê nos jardins de infância; mas diferentemente, e infelizmente, com consequências trágicas.
E assim vai continuar sendo, pois está perfeitamente de acordo com nossas tradições patrimonialistas e fisiológicas, e porque não ensinamos nossas crianças a ler e a escrever e a fazer contas, e um povo ignorante é um povo indefeso à exploração, e facilmente manipulável.
Para mudar isso, não nos iludamos, só vencendo a resistência dos que lucram com este estado de coisas. Os poderosos acostumados às vantagens fabulosas, e à impunidade. É divertida nossa “normalidade”. Parece que cada sujeito que consegue se eleger encontra um poço de petróleo debaixo da sua casa. Pessoas que tinham uma brasília velha e moravam em um quitinete em poucos anos de mandato público compram mansões e jatinhos. Campanhas gastam milhões, dezenas de vezes mais do que os candidatos receberão de salário ao longo dos mandatos. Para garantir suas fontes dos milhões e bilhões estes senhores do poder estarão dispostos a espalhar suas migalhas para muitos e muitos “cooptados”; muitos que receberão também seu quinhãzinho de “regime diferenciado”, suas “vantagens generosas”, seu “direitinho adquirido”, pelo qual não trabalhou, e que não passa nem pelos sonhos do sujeito que lhe engraxa os sapatos.
E assim vamos, neste país. A luta não é para resolvermos nossos problemas, a luta é para entrar na festa, mesmo que na condição de convidado de segunda ou terceira classe. O importante é sermos um dos “espertos”, é nos diferenciarmos do vizinho; porque o que não se diferencia é o que paga o pato, nas filas dos hospitais públicos, nos subempregos de exploração, nos desabamentos da favela.
A luta não é pelo fim do privilégio, para viver num país e numa sociedade mais feliz e justa; a luta é para agarrar algum privilégio, para atirar na cara dos outros algum “sabe com quem está falando?”. Até que (talvez) algum choque de realidade sirva para nos abrir o olho, alguma bala perdida que tire a vida de um filho, mesmo que ele estivesse em algum bairro chique da cidade, ou quem sabe, no desgoverno geral, ser também uma vítima da falta de medicamento para a gripe suína? Teremos, para nos consolar, uma propaganda do Ministério da Saúde, muito bem remunerada, ou um pronunciamento divertido do presidente Lula, de que "nunca antes na História deste país a saúde público se aproximou tanto da perfeição".
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Protágoras
No diálogo “Protágoras”, de Platão, é narrado um mito da democracia. Vou reproduzi-lo, como aparece narrado no livro “O Julgamento de Sócrates”, de I. F. Stone:
(...) “Diz Protágoras que, quando foi criado, o homem vivia uma existência solitária e não era capaz de proteger a si próprio e sua família dos animais selvagens mais fortes do que ele. Consequentemente, os homens se reuniram para “proteger suas vidas fundando cidades”. Mas as cidades foram conturbadas por lutas, porque seus habitantes “faziam mal uns aos outros” por ainda não conhecerem “a arte da política” (politike téchne) que lhes permitiria viver em paz juntos. Assim, os homens começaram a “se dispersar novamente e a perecer”.
Segundo Protágoras, Zeus temia que “nossa espécie estivesse ameaçada da ruína total”. Assim, enviou seu mensageiro, Hermes, à terra, com duas dádivas que permitiriam aos homens enfim praticar com êxito a “arte da política” e fundar cidades onde pudessem viver juntos em segurança e harmonia. As duas dádivas de Zeus eram aidos e diké. Aidos é um sentimento de vergonha, uma preocupação com a opinião alheia. É a vergonha que o soldado sente quando trai seus camaradas no campo de batalha, ou o cidadão quando é apanhado em flagrante fazendo algo desonroso. Neste contexto, diké significa respeito pelos direitos dos outros. Implica um senso de justiça, e torna possível a paz civil resolvendo as disputas através de julgamentos. Ao adquirirem aidos e diké, os homens finalmente se tornariam capazes de garantir sua sobrevivência.
(...) Hermes lembra a Zeus que as outras “artes” foram distribuídas de tal modo que “um homem que seja possuidor da arte da medicina é capaz de tratar muitos homens comuns, e o mesmo se dá com os outros ofícios”. Hermes perguntou a Zeus se ele devia distribuir a “arte política” a uns poucos eleitos ou a todos. A resposta de Zeus é democrática: “Que cada um tenha seu quinhão” da arte cívica. “Pois as cidades não se poderão formar”, explica Zeus, “se apenas uns poucos” possuírem aidos e diké. É necessário que todos as possuam para que a vida comunitária seja possível. Para reforçar sua lição, Zeus diz também a seu mensageiro: “E torne lei, por mim ordenada, que todo aquele que não possui respeito (aidos) e direito (diké) deverá morrer a morte de um malfeitor público”.
Em seguida Protágoras expõe a moral de seu mito. “É por isso, Sócrates, que as pessoas das cidades, especialmente de Atenas”, só ouvem peritos em relação a questões de conhecimento específico, “mas, quando se reúnem para aconselhar-se sobre a arte política” - ou seja, uma questão geral de governo -, “quando devem ser guiados pela justiça e pelo bom senso, permitem, naturalmente, que todos dêem conselhos, já que se afirma que todos devem partilhar desta excelência, senão os Estados (i.e, as cidades, a pólis) não podem existir”.
Segundo consta, “Sócrates limita-se a elogiar o mito””. ( I. F. Stone, O Julgamento de Sócrates, editora Schwarcz Ltda., 1988, traduzido por Paulo Henrique Britto)
E eu também elogio o mito democrático, com toda a certeza, e peço pra Divindade que conceda muito aidos e diké pro nosso povo. Vergonha na cara e respeito ao direito alheio é o que parece mesmo nos faltar, quando nossos dirigentes se concedem tantos mimos e opulências, vidas “fáceis” na corrupção, pregando a conta nas costas de um povo que, muitas vezes, morre de verme e de fome, e é mantido na ignorância de seu poder e direitos.
(...) “Diz Protágoras que, quando foi criado, o homem vivia uma existência solitária e não era capaz de proteger a si próprio e sua família dos animais selvagens mais fortes do que ele. Consequentemente, os homens se reuniram para “proteger suas vidas fundando cidades”. Mas as cidades foram conturbadas por lutas, porque seus habitantes “faziam mal uns aos outros” por ainda não conhecerem “a arte da política” (politike téchne) que lhes permitiria viver em paz juntos. Assim, os homens começaram a “se dispersar novamente e a perecer”.
Segundo Protágoras, Zeus temia que “nossa espécie estivesse ameaçada da ruína total”. Assim, enviou seu mensageiro, Hermes, à terra, com duas dádivas que permitiriam aos homens enfim praticar com êxito a “arte da política” e fundar cidades onde pudessem viver juntos em segurança e harmonia. As duas dádivas de Zeus eram aidos e diké. Aidos é um sentimento de vergonha, uma preocupação com a opinião alheia. É a vergonha que o soldado sente quando trai seus camaradas no campo de batalha, ou o cidadão quando é apanhado em flagrante fazendo algo desonroso. Neste contexto, diké significa respeito pelos direitos dos outros. Implica um senso de justiça, e torna possível a paz civil resolvendo as disputas através de julgamentos. Ao adquirirem aidos e diké, os homens finalmente se tornariam capazes de garantir sua sobrevivência.
(...) Hermes lembra a Zeus que as outras “artes” foram distribuídas de tal modo que “um homem que seja possuidor da arte da medicina é capaz de tratar muitos homens comuns, e o mesmo se dá com os outros ofícios”. Hermes perguntou a Zeus se ele devia distribuir a “arte política” a uns poucos eleitos ou a todos. A resposta de Zeus é democrática: “Que cada um tenha seu quinhão” da arte cívica. “Pois as cidades não se poderão formar”, explica Zeus, “se apenas uns poucos” possuírem aidos e diké. É necessário que todos as possuam para que a vida comunitária seja possível. Para reforçar sua lição, Zeus diz também a seu mensageiro: “E torne lei, por mim ordenada, que todo aquele que não possui respeito (aidos) e direito (diké) deverá morrer a morte de um malfeitor público”.
Em seguida Protágoras expõe a moral de seu mito. “É por isso, Sócrates, que as pessoas das cidades, especialmente de Atenas”, só ouvem peritos em relação a questões de conhecimento específico, “mas, quando se reúnem para aconselhar-se sobre a arte política” - ou seja, uma questão geral de governo -, “quando devem ser guiados pela justiça e pelo bom senso, permitem, naturalmente, que todos dêem conselhos, já que se afirma que todos devem partilhar desta excelência, senão os Estados (i.e, as cidades, a pólis) não podem existir”.
Segundo consta, “Sócrates limita-se a elogiar o mito””. ( I. F. Stone, O Julgamento de Sócrates, editora Schwarcz Ltda., 1988, traduzido por Paulo Henrique Britto)
E eu também elogio o mito democrático, com toda a certeza, e peço pra Divindade que conceda muito aidos e diké pro nosso povo. Vergonha na cara e respeito ao direito alheio é o que parece mesmo nos faltar, quando nossos dirigentes se concedem tantos mimos e opulências, vidas “fáceis” na corrupção, pregando a conta nas costas de um povo que, muitas vezes, morre de verme e de fome, e é mantido na ignorância de seu poder e direitos.
sábado, 1 de agosto de 2009
A Hard rain is a´gonna fall - Bob Dylan
Música do segundo álbum de Bob Dylan, de 1963, "The freewhelin´Bob Dylan":
neste link, a versão de estúdio, folk, com a letra original: http://www.youtube.com/watch?v=VNdPWv9D4S4
e uma versão ao vivo, com acento country:
http://www.youtube.com/watch?v=hGJLlUq_cyo
Tradução:
Uma chuva forte que vai cair
Aonde você esteve, meu filho de olhos azuis,
Aonde você esteve, meu amado e querido?
Eu cambaleei pelos lados de doze montanhas enevoadas
Eu andei e rastejei em seis autoestradas enganadoras
Eu pisei no meio de sete florestas tristes
Eu estive à frente de doze oceanos mortos
Eu estive dez mil milhas dentro da garganta de uma cova
E é uma chuva forte que vai cair...
O que você viu, meu filho de olhos azuis,
O que você viu, meu amado e querido?
Eu vi um bebê recém-nascido com lobos selvagens o cercando
Eu vi uma autoestrada de diamantes com ninguém sobre ela
Eu vi um galho preto com sangue que ficava caindo
Eu vi um quarto cheio de homens com martelos sangrando
Eu vi uma escada branca toda coberta com água
Eu vi dez mil faladores com suas línguas todas quebradas
Eu vi revólveres e espadas afiadas nas mãos de crianças pequenas
E é uma chuva forte que vai cair...
E o que você ouviu, meu filho de olhos azuis,
E o que você ouviu, meu amado e querido?
Eu ouvi o som de um trovão que rugia um aviso
Eu ouvi o rugido de uma onda que podia afogar o mundo todo
Eu ouvi mil soldados com tambores suas mãos pegando fogo
Eu ouvi mil sussurrando e nenhum escutando
Eu ouvi uma pessoa que morria de fome eu ouvi muitos rindo
Eu ouvi a canção de um poeta que morreu na sarjeta
Eu ouvi o som de um palhaço que chorava num beco
E é uma chuva forte que vai cair...
E quem você encontrou, meu filho de olhos azuis,
E quem você encontrou, meu amado e querido?
Eu encontrei uma criança ao lado de um cavalo morto
Eu encontrei um homem branco que conduzia um cachorro preto
Eu encontrei uma jovem mulher que tinha o corpo queimando
Eu encontrei uma jovem garota que me deu um arco-íris
Eu encontrei um homem que foi ferido no amor
Eu encontrei um outro homem que foi ferido no ódio
E é uma chuva forte que vai cair...
E o que você vai fazer agora, meu filho de olhos azuis,
O que você vai fazer, meu amado e querido?
Eu vou embora logo antes que a chuva comece a cair
Eu vou caminhar para as profundezas da mais escura e profunda floresta
Onde as pessoas são muitas e suas mãos estão vazias
Onde os grãos de veneno estão flutuando nas suas águas
Onde o lar no vale encontra a triste suja prisão
E a face do executor está sempre bem escondida
Onde fome é feio onde as almas são esquecidas
Onde preto é a cor onde nada é o número
E eu vou distingui-lo e vou pensá-lo e vou falá-lo e vou respirá-lo
E vou refleti-lo da montanha para que toda alma possa vê-lo
E eu vou estar de pé sobre o oceano até que eu comece a afundar
Mas eu vou conhecer bem minha canção antes de começar a cantá-la
E é uma chuva forte que vai cair...
E mais uma versão, rock n´roll, ao vivo, 1975, SENSACIONAL, com um Bob Dylan-Coringa:
http://www.youtube.com/watch?v=8yg0gYvR0h4
neste link, a versão de estúdio, folk, com a letra original: http://www.youtube.com/watch?v=VNdPWv9D4S4
e uma versão ao vivo, com acento country:
http://www.youtube.com/watch?v=hGJLlUq_cyo
Tradução:
Uma chuva forte que vai cair
Aonde você esteve, meu filho de olhos azuis,
Aonde você esteve, meu amado e querido?
Eu cambaleei pelos lados de doze montanhas enevoadas
Eu andei e rastejei em seis autoestradas enganadoras
Eu pisei no meio de sete florestas tristes
Eu estive à frente de doze oceanos mortos
Eu estive dez mil milhas dentro da garganta de uma cova
E é uma chuva forte que vai cair...
O que você viu, meu filho de olhos azuis,
O que você viu, meu amado e querido?
Eu vi um bebê recém-nascido com lobos selvagens o cercando
Eu vi uma autoestrada de diamantes com ninguém sobre ela
Eu vi um galho preto com sangue que ficava caindo
Eu vi um quarto cheio de homens com martelos sangrando
Eu vi uma escada branca toda coberta com água
Eu vi dez mil faladores com suas línguas todas quebradas
Eu vi revólveres e espadas afiadas nas mãos de crianças pequenas
E é uma chuva forte que vai cair...
E o que você ouviu, meu filho de olhos azuis,
E o que você ouviu, meu amado e querido?
Eu ouvi o som de um trovão que rugia um aviso
Eu ouvi o rugido de uma onda que podia afogar o mundo todo
Eu ouvi mil soldados com tambores suas mãos pegando fogo
Eu ouvi mil sussurrando e nenhum escutando
Eu ouvi uma pessoa que morria de fome eu ouvi muitos rindo
Eu ouvi a canção de um poeta que morreu na sarjeta
Eu ouvi o som de um palhaço que chorava num beco
E é uma chuva forte que vai cair...
E quem você encontrou, meu filho de olhos azuis,
E quem você encontrou, meu amado e querido?
Eu encontrei uma criança ao lado de um cavalo morto
Eu encontrei um homem branco que conduzia um cachorro preto
Eu encontrei uma jovem mulher que tinha o corpo queimando
Eu encontrei uma jovem garota que me deu um arco-íris
Eu encontrei um homem que foi ferido no amor
Eu encontrei um outro homem que foi ferido no ódio
E é uma chuva forte que vai cair...
E o que você vai fazer agora, meu filho de olhos azuis,
O que você vai fazer, meu amado e querido?
Eu vou embora logo antes que a chuva comece a cair
Eu vou caminhar para as profundezas da mais escura e profunda floresta
Onde as pessoas são muitas e suas mãos estão vazias
Onde os grãos de veneno estão flutuando nas suas águas
Onde o lar no vale encontra a triste suja prisão
E a face do executor está sempre bem escondida
Onde fome é feio onde as almas são esquecidas
Onde preto é a cor onde nada é o número
E eu vou distingui-lo e vou pensá-lo e vou falá-lo e vou respirá-lo
E vou refleti-lo da montanha para que toda alma possa vê-lo
E eu vou estar de pé sobre o oceano até que eu comece a afundar
Mas eu vou conhecer bem minha canção antes de começar a cantá-la
E é uma chuva forte que vai cair...
E mais uma versão, rock n´roll, ao vivo, 1975, SENSACIONAL, com um Bob Dylan-Coringa:
http://www.youtube.com/watch?v=8yg0gYvR0h4
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