domingo, 5 de fevereiro de 2012

Os ricos miseráveis 5





se o Governo poderia, com o que arrecada de tributos, distribuir cerca de R$ 10 mil por ano a cada brasileiro vivo, é até surpreendente como é que conseguimos ter tanta miséria, e tanta carência constante de serviços básicos.


Dá a noção da imensa quantidade de recursos gastos com privilégios, desviados, mal empregados...


É claro que o Estado tem de assumir certas funções. É certo que é preciso custeá-las. Porém, a maneira como o Estado vai empregar os recursos faz toda a diferença.


É certo que o Estado precisa ser representado no exterior, precisa de diplomatas. É errado gastar uma fortuna para alugar um palácio vistoso, em Roma. Existe miséria no nosso país. Existem pessoas passando fome e pessoas doentes, sem um médico e sem um remédio. Um escritório funcional, para desempenhar uma função, fazer um trabalho, e não luxo para uns privilegiados, seria o correto.


Uma carreira estruturada na diplomacia, servidores que conseguem contratos vantajosos para o Brasil alçando a maior posto. Isto seria o correto. Gastar os tubos abrindo dezenas de representações em países inexpressivos, como fizeram os grandes estadistas Lula e Celso Amorim, é bizarro. E ainda são agraciados e aplaudidos como grandes figuras públicas... oh tempora, oh mores...


é certo que o Estado precisa administrar a Justiça. É errado que um processo dure 20 anos, dure 30 anos, dure 50 anos... o processo tem de durar dois, três anos. Justiça que demora não é Justiça. A Justiça precisa ser mais rápida e mais previsível. É a lei, estúpido. Não pagou? Paga com multa. Contratou? Tem de cumprir. Roubou? Tem de pagar.


Ou você tem esta Justiça, ou não tem justiça nenhuma. Administrar a aplicação das leis não é entupir-se de privilégios, inventar 2001 novos meios de aumentar o salário no fim do mês. "Tudo com base legal". É entregar uma Justiça rápida e previsível, Juízes honestos.


E por aí vai. O Estado precisa entregar segurança. Precisa cuidar das prisões. Precisa cuidar das escolas. Precisa administrar os hospitais.


Para isto, meu Deus, existe muito dinheiro. Mas não há dinheiro que baste, quando é tão fácil arrancar milhões e bilhões do Governo, para quem tem os contatos, para quem tem os esquemas.


É imoral, é indigesto, ver o Governo gastar bilhões e bilhões, beneficiando meia dúzia de empresários e industriais felizes. Bancando viagens internacionais, hotéis cinco estrelas, para comitivas familiares de governantes e deputados. Tudo para o bem do Brasil, até parece. Vemos primeiras damas indo às compras em Paris e New York. Ou primeiras damas fraudando licitação de merenda. “compra um uisquinho aí” - é tudo uma questão de escala. Mas a partir de uma certa escala nem se investiga ou contesta. É o normal, nossa normalidade.


Então: recursos há. Recursos para construir um país, ou para entregá-lo nas mãos de uns sequestradores. Só não dá para misturar as duas coisas.



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