Ouvi então uma voz do
céu, que dizia: “Escreve: Felizes os mortos que desde agora morrem
no Senhor. Sim – diz o Espírito – descansem de seus trabalhos,
pois suas obras os acompanham.” - Apocalipse, 14, 13
Culpa nossa, que o
mundo se prostituiu assim?
Virou uma Grande
Prostituta, que atrai Apocalipses?
É culpa nossa viver
nestes tempos, nestes tempos estranhos, quando as estrelas caem do
céu e os valores ficam todos trocados?
Alguma perseguição de
cristãos naquele decadente Império Romano. Alguma perseguição de
judeus, de muçulmanos ou cristãos, ou asiáticos, alguma guerra por
petróleo, alguma corrupção braba.
Alguma internet com
pedófilos, algum estupro acontecendo numa esquina. Algum idiota
matando 76, alegando legítima defesa.
Algum cretino, fazendo
merda o tempo todo. E os Governos e Sociedades perdidos, aceitando
sempre mais uma corrupção podre.
A não ser que reaja,
reaja com toda a força da Lei. É preciso prisão? É prisão, e não
qualquer perdão tolo. É não poder participar do convívio social,
a não ser com as restrições impostas pela Lei, impostas pela
Bondade.
Como é que o valor
pode ser se dar bem a todo custo? Como é que vemos estas lutas por
poder de Governo indignas. Os bandidos mais descarados, fechando
altos negócios, apostando na impunidade.
Um Governo prostituto,
que fecha grandes negócios envolvendo bilhão? Que aceita viagens e
restaurantes caros, Paris a cidade luz? Que aceita andar de
helicóptero, andar de jatinho que não é dele. Que vem dizer, em
sua defesa, que precisava de um código de ética, para saber qual a
conduta que seria adequada. Qual a postura que um homem precisa ter.
É a certeza de
impunidade. A certeza de que vai manter seus muitos privilégios, que
não vai enfrentar um Tribunal que lhe retire seus muitos salários e
benefícios. Vai para um Tribunal amigo, um Tribunal de camaradas,
não de cidadãos.
No meio da corrupção,
é a certeza de que se perdeu os valores, e a maldição é lançada.
Não há civilização
brilhante que resista. Não há sequer uma Atenas de Péricles.
Atenas enriquecida,
Atenas senhora dos mares, até que veio a corrupção, e a guerra, e
a escravidão.
Ficou o ótimo registro
de tudo isso, desde Heródoto até Tucídides, passando por poetas e
filósofos, porque estes gregos foram realmente grandes.
Mas nem esta Atenas
brilhante se livrou dos males humanos do Orgulho, da Tentação e da
Queda!
Como vaticinado por
Sócrates, no momento mesmo em que foi condenado à morte. Era o
sintoma mais evidente de que a hybris do orgulho havia enlouquecido
os cidadãos. O ponto em que a corrupção atingira tal ponto em que
não se aguentava mais olhar para a própria face, e se precisava
quebrar o espelho.
Mas que adiantava
quebrar o espelho, se a realidade que ele refletia não havia mudado?
Havia, aliás, se
deteriorado, com mais esta injustiça em grau máximo.
Condenando Sócrates,
se condenavam. Condenando o enviado de Deus, como não haveriam de
fazê-lo?
Como os profetas, como
os santos, como o Filho do Homem.
Uma velha história
humana.
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