Duas Vidas
Talvez ele
Que tenha passado fome
na infância
Conhecido a náusea e a
vertigem
Conhecido a dolorosa
humilhação
De ter invejado um
pedaço de pão
Talvez ele
Enfraquecido e
tuberculoso de fome
Tenha superado qualquer
pensamento vão de glória
Tenha ficado livre para
viver sem ódio e rancor
Tenha atravessado uma
parede de fogo
Saído incólume do
outro lado
Enquanto que aquele
nascido em grandes de
ouro
A quem amor faltou
De estômago cheio
E de cabeça vazia
Roído de secreto verme
agora
Tenha despejado uma
chance
Pela ladeira abaixo
Cruel e covarde com o
fraco
Covarde e submisso com
o rico
Amante da morte
Amante da guerra
Não tenha aprendido
nada
Um fósforo riscado
Um completo desperdício
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