Nem todo mundo pode ser
um gênio.
Nem todo mundo pode ser
artista.
Nem todo mundo pode ser
bom de bola.
A pretensão de
exclusividade é que degenera em disputas selvagens, na loucura de
domínio, na pretensão da vontade de poder.
Não existe raça
escolhida. Não existe classe dos puros. Não existem boas intenções
que disfarcem frutos envenenados.
Uma única raça, a
raça humana. Um ser humano, carne, ossos, sangue, coração, mente.
O que muitos disfarçam
é o motivo para se juntarem em bando. Para se renderem a
comportamentos tribais, de nós contra eles.
Vão dizer que são o
futuro, lutando contra o passado. Ou vão dizer que são a ordem,
lutando contra a anarquia.
Comunistas ou nazistas,
aquilo que lhes soar melhor no momento.
Vão dizer que carregam
nobres ideais, que são os portadores de alguma chave da História.
Que são os Filhos da
Luz, que são os Escolhidos.
Mas não vão disfarçar
que o que não cumprem é o mandamento essencial, amai-vos uns aos
outros.
Quando tiverem a
inteligência e a eloquência de um Nietsche, proferirão ameaças
contra este mandamento.
Mas o que não vão
disfarçar é que se reúnem e se reconhecem por sinais, para melhor
se juntar e prevalecer sobre o próximo.
Pequenas seitas,
partidos, e organizações criminosas. O dever único é para com o
membro, protegê-lo e ajudá-lo. Que paguem os que estão do lado de
fora.
Pretensões
exclusivistas, raiz de toda discórdia. Pretensões de deferência e
de privilégio, de ser algo mais, ou além, do ser humano.
Viver um ideal de
Valhala de Hitler, tudo puro e luminoso ao som da cavalgada das
Valquírias de Wagner, enquanto o vômito e o esgoto são despejados
sobre alguma fraca e explorada minoria humana. Os judeus, os ciganos,
os homossexuais, e, no limite, todos aqueles que se opõem ao Poder
dominante.
Maldito aquele que
separa, que faz ouvidos surdos ao clamor humano.
Ou salvação para
todos, ou não existe salvação alguma.
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