domingo, 13 de janeiro de 2013

Vontade de domínio

Nem todo mundo pode ser um gênio.

Nem todo mundo pode ser artista.

Nem todo mundo pode ser bom de bola.

A pretensão de exclusividade é que degenera em disputas selvagens, na loucura de domínio, na pretensão da vontade de poder.

Não existe raça escolhida. Não existe classe dos puros. Não existem boas intenções que disfarcem frutos envenenados.

Uma única raça, a raça humana. Um ser humano, carne, ossos, sangue, coração, mente.

O que muitos disfarçam é o motivo para se juntarem em bando. Para se renderem a comportamentos tribais, de nós contra eles.

Vão dizer que são o futuro, lutando contra o passado. Ou vão dizer que são a ordem, lutando contra a anarquia.

Comunistas ou nazistas, aquilo que lhes soar melhor no momento.

Vão dizer que carregam nobres ideais, que são os portadores de alguma chave da História.

Que são os Filhos da Luz, que são os Escolhidos.

Mas não vão disfarçar que o que não cumprem é o mandamento essencial, amai-vos uns aos outros.

Quando tiverem a inteligência e a eloquência de um Nietsche, proferirão ameaças contra este mandamento.

Mas o que não vão disfarçar é que se reúnem e se reconhecem por sinais, para melhor se juntar e prevalecer sobre o próximo.

Pequenas seitas, partidos, e organizações criminosas. O dever único é para com o membro, protegê-lo e ajudá-lo. Que paguem os que estão do lado de fora.

Pretensões exclusivistas, raiz de toda discórdia. Pretensões de deferência e de privilégio, de ser algo mais, ou além, do ser humano.

Viver um ideal de Valhala de Hitler, tudo puro e luminoso ao som da cavalgada das Valquírias de Wagner, enquanto o vômito e o esgoto são despejados sobre alguma fraca e explorada minoria humana. Os judeus, os ciganos, os homossexuais, e, no limite, todos aqueles que se opõem ao Poder dominante.

Maldito aquele que separa, que faz ouvidos surdos ao clamor humano.

Ou salvação para todos, ou não existe salvação alguma.

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