Viver em meio à
miséria.
Viver em meio à
podridão.
Em meio ao retrato das
crianças desnutridas.
E a exploração
infantil.
E a fila desumana de
doentes precisando de assistência médica.
Nada disso veio.
Nada disso deu.
Desviado para algum
bolso infame.
Desperdiçado com algum
prazer injusto.
Com algum sonho infeliz
de felicidade.
Viver como porcos.
Viver como ratos.
Viver como vermes.
Viver da doença
alheia, alimentar-se de putrefação.
Aceitar uma vida assim
como destino.
Com um dar de ombros
inquieto.
Contanto que não
atinja minha ilha de satisfação.
O lugar onde me sinto
seguro.
Depois, jogar um pouco
de moralismo hipócrita.
E fingir que nada
aconteceu, satisfeito.
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