domingo, 17 de fevereiro de 2013

Viver a vida de vermes

Viver em meio à miséria.

Viver em meio à podridão.

Em meio ao retrato das crianças desnutridas.

E a exploração infantil.

E a fila desumana de doentes precisando de assistência médica.

Nada disso veio.

Nada disso deu.

Desviado para algum bolso infame.

Desperdiçado com algum prazer injusto.

Com algum sonho infeliz de felicidade.

Viver como porcos.

Viver como ratos.

Viver como vermes.

Viver da doença alheia, alimentar-se de putrefação.

Aceitar uma vida assim como destino.

Com um dar de ombros inquieto.

Contanto que não atinja minha ilha de satisfação.

O lugar onde me sinto seguro.

Depois, jogar um pouco de moralismo hipócrita.

E fingir que nada aconteceu, satisfeito.

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