domingo, 17 de fevereiro de 2013

O passado nunca termina

José Dirceu agora berra contra a imprensa. Um sujeito condenado por crimes contra a democracia, não se mostra arrependido ou contrito. Grita, reúne bandos para gritar impropérios. Um escárnio contra a Justiça, contra as leis deste país.

Enquanto isso, um seu assecla toma posse no Congresso, também condenado à cadeia. E Senadores e Deputados, líderes na Câmara, manifestam-se contra a decisão judicial.

Por que, caros senhores? A sentença do Estado não deveria valer pra Vossas Excelências? Só para os cidadãos sem recursos, nestes Tribunais que Vossas Excelências muitas vezes manipulam?

Então diga-se logo: a lei neste país não é para todos. Existem, continuam existindo, senhores e escravos neste país.

Raça de pilantras. Raça de víboras.

Acham que esta é a cara que o país deve ter, uma cara igual a deles, injusta, corrupta até a medula, cínica, hipócrita.

“O melhor, pra mim e pros meus filhinhos. Às custas de todo um povo, às custas de todo o resto. Para o resto, as duras penas da lei”.

Não importa que crianças morram, um verdadeiro massacre diário, vítimas desta desordem geral que domina o país.

Negligências em cima de negligências. Privilégios grotescos. Gente sendo paga com salários bem gordos, e nenhum trabalho sendo feito. Ou muito pouco. Muito pouco diante da imensidão do que precisa ser feito.

Um terço das riquezas deste país é gasto, e qual é o retorno? Com é o retorno, com estradas esburacadas, com rodovias da morte, com Justiça sem prazo pra decidir, com criminalidade atingindo índices estonteantes, com boates que não são fiscalizadas, com uma cachoeira de leis insanas, com crianças fora da escola, crianças sem professor, sem aulas, com saúde caindo aos pedaços, com injustiças tremendas, corrupções tremendas, dinheiro na cueca, um vexame, outro líder na Câmara...

O deboche, insuportável, a arrogância de quem sabe que não vai dar nada, a prepotência destes coronéis cruéis, duros, embotados. Essa ostentação em meio à miséria, este churrasco grotesco, de carne humana.

Estes grandes negócios, feitos por grupos de muita grana, este casamento indecente de empreiteiras, instituições financeiras, milionários variados, que financiam vencedores de eleições com as chaves do cofre. Estas leis camaradas, estas grandes isenções, estão negociando com o quê? Com o dinheiro do povo. É o povo que paga as festinhas.

Uma lei marota, que restringe bem a concorrência. Uma interpretaçãozinha favorável, que vai isentar de milhões. Um bilhãozinho pra reformar um estádio, e toca reformar estádios, construir estádios, fazer grandes obras.

Em tudo isto, o país vai sendo entregue, de joelhos, amordaçado, com uma argola no pescoço.

O passado nunca termina. Mas é o presente que faz o futuro.

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