terça-feira, 1 de outubro de 2013

Crise de Autoridade




Ruas do Rio tomadas, uma zona de guerra, cidade de 6 milhões de habitantes, feita refém, assistindo, hipnotizada, ao seu centro feito palco de um bizarro confronto entre policiais e professores...

É o caos, é o descalabro do país saturando, chegando a um ponto de regorgitar as imundícies longamente acumuladas, esta cena impensável, vergonhosa, uma guerra aberta pelas ruas, a desordem, anarquia, violência, o povo batendo cabeça, quebrando cabeça contra cassetete, nossa incapacidade astral, nossa desorganização profunda, exposta inapelavelmente, desavergonhadamente diante dos nossos olhos incrédulos...

Meu Deus, onde irá parar este filme de horror?

Governadores, prefeitos, presidentes e presidentas, todos fingindo que podem fazer algo de bom ao mesmo tempo que loteiam os bens e os valores públicos para os seus amigos amissíssimos, empresários-financiadores de campanha-executores de milionários projetos públicos-pagadores de mordomias.

Seria preciso ouvir uma voz dando um basta, em meio a este caos, uma voz forte pela moral, despertando alguma dignidade adormecida entre nós, e que comandasse um re-ordenamento.

Faça-se a Luz. E que a Ordem impere sobre o Caos. O Espírito sobre o Vazio.

Pelo verbo se cria, se ordena, discrimina, separa...

Pelo Verbo se funda uma realidade.

Mas qual a voz que terá esta força moral, em meio à crise de autoridade?

Quando os líderes estão se regozijando na corrupção, gastando em Paris o dinheiro roubado nos esquemas de uma população doente e indefesa.

De uma população que perde suas crianças, para a falta de saneamento, para os criminosos fora das grades, para o caos nos hospitais-matadouros, para a ignorância nas escolas-fábricas de aniquilar esperanças...

É preciso esta força moral, para enxergar o óbvio, a bizarria de ver professores em massa clamando por uma reforma no ensino, e sendo espancados e reprimidos pelas forças de segurança.

É preciso gritar: “Este não pode ser nosso ensino! Esta não pode ser nossa escola!”

É preciso apresentar algum plano, e discutir com a sociedade algum plano, para que o professor na sala de aula ENSINE, e o aluno na sala de aula APRENDA.

Sem subterfúgios, sem duplo-pensar, sem novilíngua, sem embargos infringentes.

Mas onde está esta força moral, que dá vida ao Espírito?

Que faz do Verbo agente criador de nossos melhores ideais?

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