
Ruas do Rio tomadas, uma zona de guerra, cidade de 6 milhões de habitantes, feita refém, assistindo, hipnotizada, ao seu centro feito palco de um bizarro confronto entre policiais e professores...
É o caos, é o
descalabro do país saturando, chegando a um ponto de regorgitar as
imundícies longamente acumuladas, esta cena impensável, vergonhosa,
uma guerra aberta pelas ruas, a desordem, anarquia, violência, o
povo batendo cabeça, quebrando cabeça contra cassetete, nossa
incapacidade astral, nossa desorganização profunda, exposta
inapelavelmente, desavergonhadamente diante dos nossos olhos
incrédulos...
Meu Deus, onde irá
parar este filme de horror?
Governadores,
prefeitos, presidentes e presidentas, todos fingindo que podem fazer
algo de bom ao mesmo tempo que loteiam os bens e os valores públicos
para os seus amigos amissíssimos, empresários-financiadores de
campanha-executores de milionários projetos públicos-pagadores de
mordomias.
Seria preciso ouvir uma
voz dando um basta, em meio a este caos, uma voz forte pela moral,
despertando alguma dignidade adormecida entre nós, e que comandasse
um re-ordenamento.
Faça-se a Luz. E que a
Ordem impere sobre o Caos. O Espírito sobre o Vazio.
Pelo verbo se cria, se
ordena, discrimina, separa...
Pelo Verbo se funda uma
realidade.
Mas qual a voz que terá
esta força moral, em meio à crise de autoridade?
Quando os líderes
estão se regozijando na corrupção, gastando em Paris o dinheiro
roubado nos esquemas de uma população doente e indefesa.
De uma população que
perde suas crianças, para a falta de saneamento, para os criminosos
fora das grades, para o caos nos hospitais-matadouros, para a
ignorância nas escolas-fábricas de aniquilar esperanças...
É preciso esta força
moral, para enxergar o óbvio, a bizarria de ver professores em massa
clamando por uma reforma no ensino, e sendo espancados e reprimidos
pelas forças de segurança.
É preciso gritar:
“Este não pode ser nosso ensino! Esta não pode ser nossa escola!”
É preciso apresentar
algum plano, e discutir com a sociedade algum plano, para que o
professor na sala de aula ENSINE, e o aluno na sala de aula APRENDA.
Sem subterfúgios, sem
duplo-pensar, sem novilíngua, sem embargos infringentes.
Mas onde está esta
força moral, que dá vida ao Espírito?
Que faz do Verbo agente
criador de nossos melhores ideais?
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