Qual é o valor de uma
vida? De uma morte?
Uma morte cabe dentro
de alguma estatística?
Qual é o valor de seis
milhões de mortes?
Um holocausto.
Seis milhões de
judeus. Queimados em fornos.
Uma morte. Seis milhões
de mortes.
Um número.
Mas qual o valor de uma
morte, quando afeta você?
Qual o valor de perder
um pai, perder uma mãe, perder um filho?
Perder o amigo. A
esposa querida.
Apenas outra vida?
Apenas uma estatística?
Um número vazio?
Qual é o valor de
perder uma criança, uma menina de 9 anos, aterrorizada, violentada,
e morta?
Qual é o valor para um
pai, para uma mãe, à beira de um caixão?
“Os números vão se
repetir.” - dizem os sábios platônicos.
“A morte existe.” -
diz o potente truísmo.
Mas o que é o país
que tem 95% de homicídios não resolvidos?
O que é o país, que
mesmo com 95% de homicídios não resolvidos, vive com as cadeias
apinhadas, fábricas de produzir assassinos?
O que é o povo que só
pode se lamentar, ou que sequer se lamenta, convivendo com o
desrespeito cotidiano à Justiça?
A qualquer sintoma ou
manifestação de dignidade?
Nenhum comentário:
Postar um comentário