terça-feira, 1 de outubro de 2013

Qual é o valor de uma vida?

Qual é o valor de uma vida? De uma morte?

Uma morte cabe dentro de alguma estatística?

Qual é o valor de seis milhões de mortes?

Um holocausto.

Seis milhões de judeus. Queimados em fornos.

Uma morte. Seis milhões de mortes.

Um número.

Mas qual o valor de uma morte, quando afeta você?

Qual o valor de perder um pai, perder uma mãe, perder um filho?

Perder o amigo. A esposa querida.

Apenas outra vida? Apenas uma estatística?

Um número vazio?

Qual é o valor de perder uma criança, uma menina de 9 anos, aterrorizada, violentada, e morta?

Qual é o valor para um pai, para uma mãe, à beira de um caixão?

“Os números vão se repetir.” - dizem os sábios platônicos.

“A morte existe.” - diz o potente truísmo.

Mas o que é o país que tem 95% de homicídios não resolvidos?

O que é o país, que mesmo com 95% de homicídios não resolvidos, vive com as cadeias apinhadas, fábricas de produzir assassinos?

O que é o povo que só pode se lamentar, ou que sequer se lamenta, convivendo com o desrespeito cotidiano à Justiça?

A qualquer sintoma ou manifestação de dignidade?

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