terça-feira, 1 de outubro de 2013

O Coração do Vampiro


O grande mal, tão grande que chega a se converter no único mal, o coração das trevas, o coração do vampiro, é óbvio, é a grande chaga fumegante e putrefata, um lago infecto de corrupção, onde vicejam as harpias e os maus espíritos, no centro desse organismo chamado Brasil...

Algo de podre, no Reino do Brasil...

Algo de podre, pois não.

O abismo, o buraco negro do horror. O Grande Mal, o Grande Nada.

Cuidado ao olhar para o abismo. O abismo olha pra nós.

É a cara afável da corrupção. Os ternos, os carros, as mulheres, os navios.

As festas em Paris.

O dinheiro fácil.

Mas lembrem: não existe almoço grátis.

Para tudo se paga um preço.

Perder a honra. Perder a alma.

Mas as aparências sempre enganam.

Enquanto um pobre é encarcerado com desumanidade.

Enquanto um pobre é torturado, é assassinado.

Os figurões de belos golpes desfilam por aí, mergulhados em dinheiro.

Com as interpretações favoráveis de leis compradas. Com os exércitos de puxa-sacos interesseiros jurando fidelidade canina.

Com as exibições de poder, as exibições de dinheiro.

A máscara caiu.

Este é o grande país, do qual vocês são os filhos, e isto é o que fazem com ele.

Aquele esquema torpe, da sua empresa gastar milhões para comprar uma eleição.

E que, depois, vai ter os melhores negócios garantidos pela pena estatal.

Aquele esquema que custa o preço de condenar um país a este eterno esgoto, a este predomínio do abuso, da exploração.

Aquele esquema que faz com que o país não possa se organizar para oferecer saneamento. Não possa oferecer a merenda, porque será desviada, e custeará o uísque e salão de beleza de primeiras damas.

E, tudo isto, visto, acabará em nada, acabará em pizza.

Se o mal é este, combata-se o mal, exija-se a mudança.

Que a campanha política não possa receber dinheiro de empresas. Só de pessoa física, e com limite por CPF.

Também não nos venham empurrar financiamentos com dinheiros públicos de campanhas.

Acabe-se este outro manancial da corrupção, de tudo fingir resolver pelo despejamento do dinheiro público.

Se as campanhas vão ter menos dinheiro, que as campanhas reduzam seus custos.

Chega de “propagandas informativas”, paradoxos em seus termos, pagas a peso de ouro a nossos mágicos marqueteiros.

Chega de marqueteiros que confessam receber dinheiros “por fora”, serem inocentados nos meandros de Justiças e Justiças.

Chega de marqueteiros e marquetagens sendo pagos a peso de ouro, com os dinheiros públicos, para nos mentir descaradamente.

Chega de falsa democracia, democracia pela metade, democracia do homem devorando homem.

Homem lobo do homem.

Homem tornado vampiro.

 

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