sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Poema Teológico

 17.08.2025

Poema Teológico




Parte 1


“E passou a Divina Presença diante de Moisés e proclamou: “Eterno, Eterno, Deus piedoso e misericordioso, tardio em irar-Se e grande em benignidade e verdade.”

- Êxodo, 34 : 6

 

Por que Deus é amor, afinal,

Como é dito na Bíblia,

Em uma das Cartas de João?

 

Porque no final deste universo confuso,

Caótico, contraditório, inesperado,

Às vezes cheio de esperança, outras vezes desesperado,

Haverá Amor e tudo mais

Terá desaparecido como um pesadelo

Que se teve na madrugada.

 

Virá a Aurora, e com ela

Virá o Dia do Senhor,

Convertido em presente eterno.

 

Não procuremos para entender

Ver com os olhos da nossa mente.

Olhemos com os olhos do coração, sem esquecer

Que o coração tem suas razões,

Que a própria razão desconhece.

 

Não vamos dar uma de espertinhos,

Posar de reducionistas, céticos,

Hedonistas, materialistas,

Ou como quer que se queira chamar,

Para evitar a questão que nos questiona.

Sobretudo não sejamos daquele tipo

Que alega dedicar-se à Humanidade

No entanto despreza seres humanos.

 

- “Não pode amar a Deus, que não vê,

Quem não ama ao próximo, a quem está vendo.”

 

Todos nós, feitos de pó,

Sem acesso à Árvore da Vida,

Desde que fomos expulsos do Paraíso,

Vagamos neste universo confuso

Como num deserto do qual

Só existe uma saída

E esta saída passa pela morte.

 

Esta vida é uma missão

A ser julgada individualmente

Pelo Deus que lê os corações dos homens.

 

Cada um de nós às portas da morte

Terá a companhia daquilo que fez

E haverá uma separação.

 

Um povo de escravos, desarmado e perseguido,

E cada indivíduo nele e com eles seguindo

Abraão, Moisés e Jesus,

Mergulharam na morte como no Mar Vermelho

Para serem livres e ilesos do outro lado.

 

Agradecidos.

Maravilhados.

 

Enquanto outro povo que os odiava e perseguia,

E antegozava violar e exterminar

Até o último deles,

Mergulhou na morte com ferocidade,

Um desafio nos lábios,

E um coração feito de pedra.

 

Foram tragados.

Submergidos.

E nunca mais ouviu-se deles.

 

- Simplesmente desaparecidos

Como um sonho ruim, depois que se acorda.

 

 

Parte 2

 

“Ponha-me como um selo sobre
o seu coração;
como um selo sobre o seu braço;
pois o amor é tão forte quanto a morte
e o ciúme é tão inflexível
quanto a sepultura.
Suas brasas são fogo ardente,
são labaredas do Senhor.

Nem muitas águas conseguem
apagar o amor;
os rios não conseguem levá-lo
na correnteza.
Se alguém oferecesse todas as riquezas
da sua casa para adquirir o amor,
seria totalmente desprezado.

 Cântico dos Cânticos, 8,6-7



 

Deus é amor, afinal,

Porque amor é forte como a morte.

 

É amor porque fomos criados

E resgatados por seu amor.

 

Porque havia amor no princípio

E haverá somente amor no fim.

 

Porque Deus é o Alfa

E o mesmo Deus é o Ômega.

 

Porque Deus é, foi, será.

 

- “Eu sou.” - Deus instruiu Moisés

Sobre como devia ser chamado.

 

O mesmo Deus que criou Adão,

Que aceitou o sacrifício de Abel, e rejeitou o de Caim,

Foi invocado por Enós, andou com Enoch e salvou

Noé e sua família do dilúvio e depois

Fez uma Aliança e cumpriu

Sua promessa para Abraão e Sara.

 

O mesmo Deus de Isaque e Israel,

E de Elias, Isaías e Ezequiel,

E de Davi e Salomão,

E de todos que desejam sua Aliança,

Todos que confiam em sua Promessa,

De todos que O respeitam.

 

Deus de José e de Maria que teria por filho Jesus,

Jesus, o Messias aguardado,

O Mestre dos mestres e o Rei dos reis,

A Bênção para todas as nações e famílias,

A Palavra e o Filho de Deus.

 

O Amor de Deus pela Humanidade,

Feito Filho da Humanidade pelo Amor de Deus.

 

O Verbo de Deus feito carne

Para sangrar pela vontade dos ímpios

E ressuscitar pela Vontade de Deus.

 

A Palavra Santa exigente,

Mas verdadeira e amorosa,

Que ao retornar fará emudecer

Todas as línguas que tramavam enganos,

E que eram tão confiantes,

Em sua paixão por roubar, mentir e se engrandecer.

 

Será exposta aos olhos de Deus e de todos,

E até deles próprios,

Como paixão vergonhosa,

De subtrair aos mais fracos, à vista de todos,

Acobertados por seus cúmplices que fazem o mesmo,

Ou ao menos aspiram fazê-lo.

 

Uma grande conspiração de silêncio e engano,

Um jogo de mentiras, tudo desfeito

Em um só momento.

 

Como um pesadelo que chegou ao fim

Nas vidas dos que foram resgatados

Pelo sangue do Cordeiro.

 

Afastado de si e de suas famílias

O tenebroso Anjo da Morte

Enviado por Deus para realizar sua missão.

 

Não descansará enquanto

Não a tiver cumprido.

 

Felizes os inscritos no Livro da Vida

Que não tiveram seus nomes apagados.

 

Infelizes os que não se redimiram

Do Reino da morte e do pecado.

 

 

 

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