segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Guerra e Paz Em Resumo

 

Guerra e Paz Em Resumo

 




Disputam os homens, ferozmente,

Por posições de poder, influência e prestígio.

 

Armam-se os homens com espadas, com porretes,

E com Exércitos, Aeronáuticas e Marinhas.

 

Armam-se os homens, antes disso,

Com narrativas, palavras, discursos,

E antes disso armam-se de ódio e sentimentalismo,

E antes disso armam-se de presunções, e de certezas inabaláveis.

 

Juntam-se em bandos compactos,

Isolam quem estiver de fora,

E o desumanizam, e o transformam,

Em sacrifícios expiatórios.

 

Invocam a Política, as Ciências, a Economia, a Religião,

Para disfarçar as próprias cobiça, ganância e ignorância,

Projetando a imagem de um Paraíso na Terra,

Apegando-se a ela como se fosse a realidade,

Enquanto promovem um verdadeiro inferno com banhos de sangue.

 

Vaidade das vaidades, teu nome é ser humano!

 

Tudo por posições de poder, influência e prestígio,

Como um cão que vomita e volta para comer seu vômito!

 

Que diferença, meu Deus, e que revolucionário é ouvir:

- “Quem quiser ser grande entre vós, que se faça vosso servidor,

E quem quiser ser o primeiro que se faça vosso escravo.”

 

Para os homens mesquinhos, seu orgulho vil,

Para os filhos de Deus, a generosidade.

 

Para os homens mesquinhos suas certezas vãs,

Para os filhos de Deus, a humildade.

 

Para os homens mesquinhos, mandar, e obedecer,

E renunciar à própria personalidade.

 

Para os filhos de Deus a Igualdade, a Paz, a Alegria,

De partilhar e desfrutar sua herança.

Um Ponto de Carne e de Sangue

 

Um Ponto de Carne e de Sangue




 

 O ser humano é um ponto de carne e de sangue

Sujeito a todas as leis do universo.

 

Desperto no meio da noite, ele percebe, no entanto,

Que é um portal para diversos reinos.

 

Alguns destes reinos são infernais,

Mergulhados no ódio e na guerra.

 

Não há tréguas, e o fogo arde,

E os sobreviventes devem se reunir no norte,

Para, quem sabe, ser resgatados.

 

Outros reinos são de paz,

Com paisagens de árvores, regatos, rebanhos

E um templo, e uma casa e uma lareira,

Ao redor da qual se reúne uma família.

 

E em alguns reinos existem respostas claras,

Em outros reinos elas permanecem obscuras.

 

Em alguns reinos existem escolhas,

E noutros reinos as escolhas foram suspensas.

 

E em alguns reinos existe a solidão, noutros reinos, companhia,

E em alguns reinos a solidão é cura e paz, e a companhia devora,

Noutros reinos a companhia é que é paz, e a solidão é que devora.

 

Num dos reinos eu vi um homem uma mulher à beira de uma estrada

Com um saco aberto a seus pés, cheio de moedas de ouro,

Que exibiam sorridentes aos muitos viajantes que ali passavam

Atraindo muitos olhares cobiçosos.

 

O que eu via, mas aqueles viajantes não viam,

Era que escondidos debaixo daquele ouro havia

Correntes e algemas e chicotes e feitores,

E carrascos com seus instrumentos

De tortura e de morte.

 

Noutro Reino eu vi outro homem e outra mulher

À beira de outra estrada, muito menos frequentada.

 

Não ofereciam ouro aos viajantes, mas pão e água,

E só os buscava quem se sentia faminto e sedento e fatigado,

Mas eram desprezados pela maioria.

 

Eram um casal generoso e acolhedor,

E neles não havia mentiras.

 

Mas não toleravam as injustiças,

Nem toleravam os mentirosos.

 

Então eu, este ponto de carne e sangue,

Tão ínfimo no meio da noite tão grandiosa,

Desejei ardentemente pertencer àquele reino,

De gente tão íntegra e generosa.

 

Eu tão ínfimo na noite grandiosa,

Sujeito a todas as leis do espaço-tempo,

Surpreendi-me ao perceber que também era

Um portal, e uma encruzilhada,

De onde podia seguir para diversos reinos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Como Construir Um Inferno Humano

 

Como Construir Um Inferno Humano

 




Parte 1

 

Pelo poder da corrupção construíram os homens

Lugares infernais e apavorantes,

Onde a vida humana vale bem pouco

E a impunidade é que reina.

 

Prisões, campos de trabalhos forçados, prostíbulos,

Onde se exploram, torturam-se e matam-se

Os filhos de homens e mulheres.

 

Agora mesmo está acontecendo,

Em favelas com milhões de miseráveis,

Submetidos por fuzis e pela impunidade,

A umas vidas de escravos,

Sem ter direitos a coisa alguma.

 

Enquanto isso uns poucos ficam podres de ricos

Com os bilhões movimentados pelo tráfico

De drogas e de armas.

 

É o poder do dinheiro, o poder da corrupção, o poder da ganância,

Construindo um inferno para milhões,

Mas deixando alguns poucos muito podres de ricos.

 

Pagam a jornais, a influenciadores e artistas, para que os elogiem,

Pagam a juízes, promotores, políticos, para que os defendam.

 

 

Parte 2

 

Em todos os tempos, em todos os povos,

Existiram pessoas ambiciosas e gananciosas

Que não tinham escrúpulos para enganar, mentir, roubar,

Até matar, mas alguns deles se enganavam, quanto a isso,

Durante algum tempo.

 

Em primeiro lugar elas colocavam sua ambição e sua ganância,

E se livravam ansiosamente, ou alegremente,

Do fardo de seus escrúpulos,

De sua moral. De seus princípios.

 

Todas aceitavam aquele acordo que Jesus recusara,

Proposto pelo próprio diabo, rei, por algum tempo, deste mundo,

E faziam e aceitavam as coisas de que o diabo gosta,

Mentiras, traições, fraudes, violências.

 

Os homens fazem suas leis contra tudo isso, sim,

Mas nem sempre conseguem impô-las.

 

Esta gente de quem estou falando

Aproveita-se dessas falhas humanas,

Envidando esforços para tomar o Poder Político,

Para permanecer impunes enquanto cometem seus crimes.

 

Com isso vão acumulando as riquezas e os poderes

Que seu orgulho, sua ganância e sua ambição exigem.

 

Quando essa gente é bem sucedida,

Em termos de garantir a própria impunidade

E de satisfazer seu orgulho insano,

Bem-sucedida em seus planos malignos,

Um país inteiro geme

Sob a fera escravidão.

 

- Vão sangrar e vão morrer

Muitas vítimas inocentes,

E geralmente os mais frágeis.

 

Muitos bebês e crianças,

Homens, mulheres e velhos

Vão sofrer com os fantasmas da fome, das doenças, da miséria,

E dos assassinatos pelas mãos dos ímpios.

 

Aquela gente que vendeu seus escrúpulos

Nesta hora, talvez,

Estará festejando com banquetes,

Viajando com altíssimo luxo.

 

Sentindo-se muito superior,

E até merecedora, realmente,

Sentindo-se deuses do Olimpo,

Olhando do alto as vítimas de suas injustiças,

Desprezando-as, profundamente.

 

Sentindo-se grandes heróis nos seus sonhos,

Que são pesadelos para suas vítimas.

 

Tudo isso dura algum tempo, mas sempre termina,

E quanto mais tempo tiver durando,

Maiores a vergonha e os castigos.

 

Um dia mau pode ser demasiado na vida de um homem,

Mas um milhão de anos parecem

Com um piscar de olhos da eternidade

 

O Animal Que Faz Escolhas

 

O  Animal Que Faz Escolhas





 

O ser humano é o animal que faz escolhas.

 

Outros animais têm muito em comum conosco, obviamente,

Visto que somos animais.

 

Mas é preciso dizer o que é óbvio,

Pois há muita gente que o nega,

O que obviamente é uma escolha.

 

Outros animais seguem seus instintos,

Se há mil anos viajavam dezenas,

Ou centenas de quilômetros, rumo ao sul, nos invernos,

Até um lago, ou um rio,

Ou outro ponto de chegada,

E nos verões seguiam de volta o caminho pro norte,

Daqui a mil anos estarão fazendo a mesma coisa,

Pássaros, macacos, elefantes,

Tartarugas ou peixes.

 

Fazem as mesmas coisas, em um presente eterno,

Que seus antepassados e descendentes distantes,

Até que sejam extintos fazem as mesmas coisas.

 

Já o ser humano, esse animal irrequieto,

Avalia, reflete, tem idéias,

Fazendo escolhas sobre o que vai fazer

Em cada verão ou inverno.

 

Dentro dos limites de nossas circunstâncias, obviamente,

Temos escolhas a fazer, e as fazemos.

 

Eis que somos seres humanos,

Imagens e semelhanças de Deus,

Possuidores de arbítrio livre,

Animais que fazem escolhas.

 

 

 


sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Sobre Os Assassinos

 

Sobre os assassinos

 




Parte 1

 

⁷ Senhor, tu nos guardarás seguros, e dessa gente nos protegerás para sempre.

⁸ Os ímpios andam altivos por toda parte, quando a corrupção é exaltada entre os homens.

- Salmos 12:7,8

 

 "Não posso conhecer a Divina Providência. Quem me constituiu juíza para decidir quem deve viver e quem não deve viver?"

- in Crime e Castigo , de Dostoiévski

 

 

“Serei acaso guarda para meu irmão?”, perguntou Caim,

Em sua atitude de rebeldia e orgulho.

 

Por que perguntava o que já sabia?

Sim, era seu dever ter guardado a vida do irmão,

Era seu único dever, no caso,

E no entanto falhara.

 

A realidade, que clamava a Deus

Era o corpo de Abel no pó caído,

Era seu sangue humano tragado pela Terra.

 

Era sua voz que Caim não mais ouviria,

Mas que desde o sangue e o pó seguia clamando,

E era ouvida pelo Senhor,

Que se horrorizava ao ouvi-la.

 

Caim, o orgulhoso.

Caim, o rebelde.

Caim, o assassino.

Caim, o proscrito.

 

Um dia a experiência de Adão e Eva passou por algo assim,

Que em Caim ficara pior,

Porque Caim era um fratricida.

 

E a experiência no bisneto do neto de Caim

Ficaria 77 vezes pior e depois ficou

77 vezes 77 vezes pior,

Até que o Poderoso Deus afundou tudo aquilo,

Quase toda a Sua Criação, num dilúvio.

 

Permaneceu um resto.

Os escolhidos.

 

Feliz quem buscou e encontrou

O seu lugar de salvação.

 

Feliz quem se abrigou em Deus.

 

Feliz quem pediu e foi atendido.

 

Infeliz o arrogante

No caminho de Caim,

Ainda que diga: “Eu, não, jamais,

Eu nunca faria isso,

E se eu fiz, se você descobriu,

Eu tive ótimos motivos”.

 

Raskolnikov também teve seus motivos

Elaborados cuidadosamente,

Algo que envolvia sonhos e destinos, vergonhas e humilhações,

E incompreensão do mais santo desígnio.

 

Quantos viveram isso, espécie humana,

E qual homem não viveu isso?

 

Eu sei que existem santos por ingenuidade,

E que a ingenuidade é uma coisa santa,

Mas existem poucos santos por experiência.

 

Também sei que tudo que é santo ao existir

Deve ser louvado pelos homens.

 

É o reflexo de Deus, conforme enxergamos,

Da nossa perspectiva, aqui na Terra.

 

Os bons não desejam assassinar, sequer a Caim,

Os bons desejam ser bons, até com relação aos inimigos.

 

Os bons lutam para impedir que Caim

Aprofunde e amplie suas perversões, e seu mau exemplo,

Sobre a face da nossa terra.

 

Podemos viver sem a pena de morte e no entanto

Não podemos viver sem as prisões e as grades.

 

O que se deve fazer com relação a Caim?

Matá-lo, sem lhe dar tempo para que se converta,

Ou impedi-lo de matar de novo, dando-lhe tempo para que se converta?

 

Eu defendo a prisão, não a pena de morte.

 

Defendo leis, julgamentos, prisões,

Para que Caim e outros criminosos

Sejam colocados atrás das grades.

 

Fiquem lá o tempo que tiverem de permanecer,

E depois de soltos, mantenha-se uma especial vigilância,

O preço por seus crimes.

 

Façamos também que paguem com seus bens

As indenizações e multas cabíveis,

Até que encontrem seu próprio fim,

Sem que tenhamos participação nas suas mortes.

 

Os bons não defendem impunidade para Caim,

Ou para outros criminosos,

Que mais agravariam suas injustiças.

 

Os bons não absolvem os culpados,

Nem condenam os inocentes,

Nem se omitem.

 

Deus não deseja a morte do ímpio,

Deseja que o ímpio se converta, e viva.

- Oráculo de Deus na profecia de Ezequiel,

Eternamente válido.

 

 

Parte 2

 

O Cristo foi assassinado pelo poder concedido aos ímpios,

Por suas mentiras e conspirações,

Por sua violência e injustiça, foi assassinado.

 

Abel foi assassinado pelo poder de um ímpio, também,

Por seu próprio irmão, Caim,

Abel foi assassinado.

 

Na história humana desde que o ser humano caiu,

E apesar do Mandamento: “Não matarás”,

Podem os homens ser assassinados,

Ou, pior, ser assassinos.

 

Não devemos ter medo~, é verdade,

De quem pode matar o corpo, mas não o espírito.

Ainda assim estes que matam os corpos

Provocam grandes sofrimentos.

 

Escondidos nos pesadelos da humanidade,

Ou deles emergindo para provocar debaixo do sol

Angústia, dor e lamentos.

 

Para sentir-se como Deus, por um momento?

Vergonha, ira e maldição,

Em algum momento irão encontra-los.

 

Neste Vale de Lágrimas onde nos cabe viver

Nossas Almas os conhecem e os lamentam,

Assassinos dos mitos ou da literatura,

Como Caim ou Raskolnikov,

Ou assassinos da história como os assassinos de Jesus,

E os assassinos de milhares ou de milhões,

Como Herodes, ou Calígula,

Ou Hitler, ou Stalin.

 

Ou o assassino sem nome que hoje mesmo,

Em algum lugar deste mundo,

Faz sua primeiro, ou sua vigésima primeira vítima,

De algum dos filhos da Humanidade.

 

Todos eles, assassinos,

Por escolha ou inclinação,

Por rebeldia e orgulho,

Todos eles, inimigos da Humanidade,

Todos eles filhos de Satanás e da Serpente,

Todos eles da raça das víboras.

 

Todos eles com suas desculpas, motivos, justificativas,

Com atitude desafio pra depois

Chorar diante do castigo.

 

Vamos dar-lhes um castigo humano,

Mas não vamos matá-los se puder ser evitado,

E não vamos torturá-los,

Para que não nos igualem a eles.

 

Fiquem presos. Fiquem vigiados.

Paguem um preço por seus crimes.

 

Mas não vamos nós mesmos tornarmo-nos

Cainitas, e matá-los,

Inventando, como eles,

Desculpas, justificativas, motivos.

 

Vamos mostrar-lhes, na prática, através do exemplo,

Que é possível ser misericordioso e amar

Até mesmo ao inimigo.

 

Que é possível não ser como eles,

Tirando vidas humanas e acreditando

Que nossos motivos, desculpas, justificativas,

Vão garantir-nos a impunidade.

 

 

Parte 3

 

 

 

Apostam os assassinos na impunidade,

Começam a acreditar nela e então

Ninguém mais os salva.

 

- “Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe’";

“Pois dizem: Com a nossa língua prevaleceremos;

São nossos os lábios;

Quem é senhor sobre nós?“

 

Se Deus, para respeitar o livre-arbítrio,

Não os salva de si mesmos,

Como é que um simples ser humano iria salvá-los?

 

- “Quem endireita o que Deus fez torto?”

- Pergunta o Eclesiastes, e

- “A sua habitação está no meio do engano; pelo engano recusam conhecer-me,

- Oráculo do Senhor”,

Conforme o profeta Jeremias.

 

 É preciso haver conversão genuína

Para haver genuína salvação.

- O resto é inútil, vão, é mentira.

 

Não nos cabe julgar os corações,

O que nos cabe criar uma lei que valha para todos,

Que preveja condutas criminosas e suas punições,

E nos cabe fazer valer esta lei, para todos.

 

Apurar e processar quem houver praticado

As condutas proibidas:

- Roubar, matar, praticar a fraude ou a violência,

E isto já abrange quase tudo de ruim,

E fazê-los pagar as punições correspondentes.

 

Quem alcançar isto será um homem saudável, uma sociedade saudável,

Que ama o próximo e portanto é temente a Deus.

 

E fora disso é o engano, é simplesmente doente,

Às vezes gravemente doente,

Às vezes às vésperas da morte.

 

E é inútil, é vão, é mentira,

Hipocrisia de quem insiste na morte,

Esperaria dar frutos de vida?

 

Quem apodrece seu ambiente, apodrece seu interior,

É quem pratica os crimes, e reforça a impunidade,

Quem pratica o assassinato, e justifica o assassino.

 

Torna-se arrogante.

Despreza a Deus.

Torna-se abominável.

 

“Por que fez isso?...

Era um bom menino...

Por que fez isso de si?...

Foram as más companhias?...”

 

Os corações, julgue-os Deus.

Não queiramos ser Deus.

Peçamos a Deus pela força

Para fazermos, humanos, o que nos cabe.

 

Para afastarmo-nos das mentiras,

E trazermos viva, dentro do coração, a Verdade.

 

Para buscarmos a Paz que vem com a Justiça,

E nos afastarmos do orgulho, do crime,

Do desprezo a si próprio, e ao próximo,

Da morte e da injustiça.

 

 

Parte 4

 




⁶ Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

João 14:6

 

Tantos dominados pela ganância!

Tantos dominados por falsos valores, falsos deuses, que só trazem a morte,

Mas são incapazes de trazer à vida!

 

Não ressuscitam como fez Jesus,

Invocando o Nome de seu Pai nos Céus.

 

Chamam pelos mortos, prometem, sonham, até se enganam,

Mas não conseguem afastar a morte.

 

Não conseguem trazer ninguém para a vida,

Nem sequer eles próprios.