quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Democracia e Economia

O grande problema é que os gastos se concentram em poucas mãos.


O Governo faz sua arrecadação brutal de 500 bilhões de reais. Mais ou menos uns 36% do PIB do país. Gasta seus 200, 300 bilhões com os montes de aposentadorias, empregos públicos, investimentos, despesas obrigatórias. Daí, vai pra melhor parte que é decidir o destino dos 200 bilhõezinhos que sobram.


Se este gasto viesse para o bolso da população, o bem estar se multiplicaria. Pequenos empréstimos, de 5 mil, de 10 mil, de 15 mil, de 50 mil, de 100 mil... quantos empréstimos de 100 mil se pode fazer com 100 bilhões? Eu te digo: 1 milhão. Imagine 1 milhão de pessoas no país com 100 mil na mão para sustentar os seus planos.


E, olhem, para muita gente já faz uma diferença absurda, 10 mil, ou 1 mil. O que para um dos nossos magnatas de bilhões pode parecer tão pouquinho, não é, 1 mil... mas para muita gente pode representar a vida ou a morte. Coisa horrível...


Pois, a uma sociedade acorrentada, amordaçada, violentada, o Governo oferece NADA, ou quase nada. Mas para alguns poucos, oferece os contratos de 1 bilhão, ou de 10 bilhões, ou 20 bilhões.


Além dos muitos contratos de milhões, para executar serviços porcos ou inexistentes.


E aí, queridinhos, a possibilidade de ter 1 milhão de pessoas na sociedade com 100 mil na mão, para financiar um projeto, ou 10 milhões com 10 mil, ou cem milhões com 1 mil, decrescem rapidamente, e até desaparecem.


É esta concentração de dinheiro que faz com que faltem os recursos para o bem estar da sociedade.


É a profunda indecência de uma sociedade que nega a um de seus participantes o direito de financiar um projeto, sem ser extorquido por isso.


Quantos negócios poderiam se realizar, poderiam acontecer, se um sujeito, que tem uma boa idéia para construir isso, ou para comerciar aquilo, pudesse ter nas mãos este crédito? 10 mil pra comprar um caminhão, 15 mil pra alugar um depósito, 5 mil pra reformar o botequim, 2 mil para comprar uns tecidos, e revender...


Quanto não reverteria em benefício para a sociedade, 1 milhão de pessoas com uma melhor oportunidade?


E eu não estou falando de distribuir dinheiro, eu estou falando da possibilidade de se fazer empréstimos. Sem grandes burocracias, sem milhões de carimbos e papeladas, e taxas de Cartório, e gorjetinhas pra despachantes.


E sem juros extorsivos, sem ciladas no contrato.


Algo simples. Um direito. Avaliação de renda, capacidade de pagamento. Até dez por cento de comprometimento de renda. Começa com a possibilidade de menores empréstimos, se for bom pagador, passa para maiores. Mas sempre com facilidades para o pagamento, algo a ser entendido como um DIREITO para os membros desta sociedade, jamais um FAVOR do Governo.


Não. A sociedade é que deu o seu dinheiro para o Governo. Ele DEVE agir como representante desta sociedade. Ou então, é mentira que este seja um governo democrático.



Mas o problema é a cultura, entender como correto que o governo seja nosso Senhor, que decida sem o nosso consentimento. A cultura, que é para nós aquilo que a água é para o peixe: a única coisa que ele reconhece como real, e que não poderia ser de outro jeito.


Mas pode.

Nenhum comentário: