quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Os Tempos Sombrios

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Chegara o tempo quando o muito sofrimento gera muita violência. A fantasia do homem prenuncia horrores, e a morte chega concreta, cumprindo seu destino de maldição.

Os homens olhavam desconfiados entre si, prevendo quem daria o primeiro golpe.

As mulheres e as crianças choravam a falta de pão. A perda do futuro.

Neste meio, os homens de negro, os homens marchando atrás de estranhos símbolos, se reuniram para assacar o poder. Estes eram os que mais tinham sede de sangue.

Acreditavam que a força bruta era o que melhor lhes serviria, e à sociedade.

E quanta força bruta aplicaram, e a guerra espalhou-se pelo mundo, como um nevoeiro que chegasse, carregando a destruição.

Um clima de paranóia instalou-se entre os homens. Eles logo escolheram os grupos, e povos, que teriam de pagar pelos erros dos homens.

E a morte, e a desesperança, veio ceifando vidas, no seu turbilhão.

Sítios pegando fogo, agricultores metralhados. Cidades agonizando de fome.

Em seus palácios, os líderes comemoram seus feitos. Seus brilhantes feitos, como se lhes afigura, engolidos pela mais horrenda loucura.

Fazem um teatro, e seu papel é de artífices da destruição.

Todos enlouqueceram. Todos procuravam destruir, e procuravam sua própria destruição.

Já estavam mortos, com seus espíritos mortos, destruindo primeiro a humanidade de seus corações.

Primeiro: na fantasia. Depois: na realidade.

Primeiro: Marx fazendo seus cálculos racionais para justificar a destruição.

Depois: seus filhos espirituais cumprindo a maldição na realidade.

“Um espectro ronda a Europa. E este espectro é o comunismo” - profetizava Karl Marx.

Com quanto indisfarçável regozijo prenunciava-se os tempos sombrios.

E logo acorriam os discípulos de tais mestres. Racionalizavam a destruição. Enxergavam vantagens em sacrificar a própria humanidade, no altar de qualquer ídolo.

O resultado foi nada menos de previsível. A sociedade foi tomada como marionete de tais líderes. Enxergavam grotescos paraísos terrestres, uma raça nórdica, um espírito russo, como líderes da humanidade. Um futuro de perfeita bonança, tal como o concebiam, estes delirantes.

Uma perfeição lírica e campestre, lugares muito definidos, para cada tipo humano.

E quem não encaixasse, jogado à lata de lixo.

Este foi o resultado obtido por estes líderes que guiaram a humanidade naquele momento.

A guerra, o campo de extermínio.

A derrota e o assassinato.

E mesmo naqueles locais onde os líderes conseguiram se manter no poder, o que ganharam suas sociedades? A escravidão de seu povo, a negação de direitos fundamentais.

Perderam a liberdade de opinar, de divergir, de participar.

Caíram em prisões sujas, perderam seus bens e suas famílias, culpa do governo totalitário que os governava.

Que pode o indivíduo, pego no maelstrom da História? Enfiado em um poço, com um pêndulo abaixando uma lâmina sobre o seu corpo, pra sua carne testar, pra testar sua alma.

Que pode o indivíduo, contra um tempo que produziu terrores desse tipo, amarrado a um triste fim, sem ter o controle de nada.

Terá sido sua culpa, cair nas garras de um poder insano? Ser uma Anne Frank presa dentro de um sótão. Ser um pobre indivíduo, que não pertenceu à espécie “certa” que algum cretino tirano elegeu.

E as mortes de deficientes, meu Deus, mas que coisa nojenta.

A morte de tantos homens íntegros, que não se passaram para o lado da multidão. Que não aceitaram aquele horror.

Que paga cruel tem de entregar a humanidade, quando cai em tal estado. Quando tem de entregar suas vidas nas mãos destes líderes corruptos.

Quando a sociedade está pronta para honrar assassinos, ela entrega seu pescoço.




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