O país soube
assombrado que um asilado político na embaixada do Brasil na Bolívia
permaneceu por 455 dias trancado numa sala, só podendo receber a
visita de três pessoas, enquanto nossa Diplomacia (cheia de
escritórios pelo mundo afora, gastando rios de dinheiro...)
permanecia em infindáveis discussões com o governo boliviano, que
descumpria o Direito Internacional e negava a saída do asilado
daquele país.
Esta notícia veio
junto com a notícia de que 4.000 médicos cubanos virão trabalhar
no Brasil. Mas, em regime de semi-escravidão. O Advogado Geral da
União (ninguém menos...) proclama que, caso algum dos médicos peça
asilo ao Brasil, será encaminhado de volta à ilha-prisão.
Precedente já houve, neste governo petista (mais precisamente, na
Era Lula... mais precisamente ainda, sendo ministro da Justiça
(ninguém menos...) Tarso Genro, hoje governador do Rio Grande do
Sul. Bela carreira, tem o menino... deve se orgulhar bastante...
Ficamos sabendo que os
médicos cubanos vão ter o salário repassado a uma certa
organização, que vai repassar o dinheiro ao governo cubano, que por
sua vez vai repassar aos médicos uma fração do total...
E tudo isto passa, tudo
isto está aí, à mostra, e ninguém fala nisso... não causa
escândalo, indignação... é tudo O Normal...
Estamos à mercê do
monstro. Nosso Estado aceita que tudo pode ser feito contra algum
pobre cidadão, que ousou incomodar o jogo... taquem-lhe multas,
taquem-lhe cassetetes, gás lacrimogêneo, coquetel molotov...
taquem-lhe processos judiciais, confisquem-lhe a renda,
confisquem-lhe o patrimônio... Vamos queimar sua loja, vamos te
entregar pra polícia... é, malandro, sua casa caiu... sabe quem é
o Capitão Nascimento? As platéias aplaudiram no cinema... saco de
plástico na cabeça, tiro de fuzil, é a polícia que dá sumiço.
E tá tudo valendo,
porque o Estado pode fazer o que quiser com quem for inconveniente.
Direitos humanos, blá, blá, blá, matam sem dó.
E o cidadão não tem o
direito de viver em liberdade, ou com dignidade.
Está condenado a viver
sem poder dizer: “Eu tenho meu direito. Eu tenho minha liberdade.”
“Isto, eu não aceito
que o Estado, que suas tropas armadas, suas forças de segurança,
faça com ninguém.
Se ele é um ladrão,
um assassino, prenda-o, e que seja julgado e cumpra pena.
Mas eu não te
autorizei a matar, eu não te autorizei a torturar, eu não te
autorizei a executar.
Eu exijo que a sua ação
tenha um limite, o limite das leis que nosso povo escolheu, e que
devem ser respeitadas.
Quem é você, para
pleitear viver fora das leis do país? Com que autoridade pretende um
salvo-conduto para torturar e matar?
Para decidir quem deve
morrer, como se para você não existisse a lei.
Você quer ser algo de
especial, maior do que o outro, que precisa cumprir a lei, e precisa
cumprir muitas leis, neste Estado corruptíssimo.
E ainda precisará
aguentar o ato abusivo, ilegal, de quem deveria ser a primeira
garantia da lei, a autoridade a quem se paga o salário.
Que Estado é este, que
Polícia é esta, que pacto social é este?
E o que se pode fazer
para mudá-lo?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário