Na Alemanha pós primeira guerra, uma crise econômica gravíssima achatou os rendimentos, jogou uma parte grande da população na miséria, ou deixou à beira dela, retirou os empregos, trouxe grande sofrimento e desesperança.
Este foi o terreno que tornou propício o crescimento do radicalismo, das soluções vendidas como RÁPIDAS, SEGURAS, DEFINITIVAS.
Rapidamente o povo aceitou a violência dos partidos extremistas, o comunista e o nacional-socialista (nazista). Eles guerreavam entre si, prometiam que se atingissem o poder esmagariam logo o “inimigo”. O judeu, ou o industrial. O outro.
E a população, desejosa de ver um bode expiatório pagando, apoiou o discurso radical. Tinham medo e tinham raiva, não desejavam raciocionar, mas dar vazão a estas emoções ruins. Cobravam sangue, e um delírio coletivo foi se instalando, alimentando-se dos velhos preconceitos, dos velhos pecados. Eles ganharam força, e mesmo depois que as condições de vida melhoraram, o povo permaneceu apoiando os nazistas, que haviam conquistado o poder e o tinham ampliado gerando um Estado totalitarista.
Foi criada uma polícia secreta. Homens eram perseguidos, montou-se uma máquina para isso. Como geralmente essa máquina estava instalada para perseguir e condenar os judeus, “os outros”, a maioria ia seguindo suas vidas conformada, às vezes até apoiando, tacitamente. Mas, uma vez instalada a máquina de destruição, ela pode se voltar contra você. Apenas os chefes do partido, seus amigos, suas famílias, estavam, a princípio, livres dela. Eram seus donos, e a utilizavam para esmagar a oposição, “amiga dos judeus e dos decadentes”. Eram eles quem definiam quem eram os judeus e seus amigos. Ou os burgueses e seus amigos, na União Soviética. Na União Soviética, aliás, com o tempo, a máquina se voltou mesmo contra os chefões, nos expurgos de Stalin. Na Alemanha, não houve tempo, não foi possível disputar a sucessão de Hitler, como se disputou a sucessão de Lenin. Se a sucessão de Hitler fosse disputada dentro do modelo da transferência de poder num estado totalitário, veríamos a mesma guerra de gângster que manchou a União Soviética. Trotski fugiu para o México, mas Stalin exigiu sua morte, e um seu agente foi enfiar uma picareta na cabeça de Trotski.
Na Alemanha não houve disputa pela sucessão de Hitler, mas os nazistas não foram poupados, também, pela máquina que construíram. O seu discurso agressivo, violento, os colocou numa guerra pela dominação dos “inferiores”, que perturbou o mundo, e colocou contra eles grandes forças, que acabaram por massacrar a Alemanha.
O ponto onde quero chegar é este: a Alemanha era uma nação civilizada, adiantada, com bom nível de educação de seu povo, e não foi poupada dos horrores, de cometê-los e sofrê-los. Bastou o empobrecimento, o medo, a desesperança, se instalar entre eles, para que viessem à tona os instintos das velhas tribos bárbaras, os sacrifícios expiatórios, a caça às bruxas, o ódio e o irracionalismo. Com as novas roupagens modernas, as teorias “científicas” de superioridade ariana, ou “filosóficas”, de império da vontade. Na mesma armadilha caíram os italianos com Mussolini e seus camisas pretas fascistas, os já mencionados russos comunistas, e muitos outros povos, no entre guerras e após. Bastou semear convenientemente o terreno, com guerras, crises sociais e econômicas, para que os velhos demônios ressurgissem famintos.
Estamos seguros, afastados de todo o mal? A crise econômica bate à porta, afetando um gigante desta vez, os Estados Unidos. Como em 1929. Não que a história esteja pré-determinada, ou ande em círculos, nada disso. Mas os momentos de crise são os momentos em que as pessoas ficam mais receptivas a algum discurso salvacionista, chantagista, acusador, que promete todos os bens, e toda a segurança, mas não admite contestação, e tira toda a liberdade. E, no fim, também não é capaz de entregar a segurança e a prosperidade prometidas.
Então, é hora de redobrar nossos cuidados. Estejamos atentos às notícias, aos discursos, às novas leis que surgem. Estejamos prevenidos contra os ladrões de liberdade, os acumuladores de poder, que pensam que usam o poder, mas são usados por ele. Porque o poder corrompe. A hora é de vigília.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Sem-terras contra seguranças de fazendas
Nesta última briga de sem-terras contra seguranças de fazendas vimos bem a cara grotesca deste nosso país.
Pobres trocando tiros entre si. Sendo usados, de um lado e de outro, pelos grandes, o dono da fazenda e o que comanda as verbas polpudas que o governo destina aos movimentos sociais. Estes não ficam na linha do tiro. E o governo, o que faz? Só estimula a matança, deixando sempre de lado o problema.
Se os que invadem as fazendas querem dignidade e trabalho, por que não dar trabalho para eles? Gastam-se milhões e milhões com os programas para assentamento de terras, mas o problema não diminui, continuam as pessoas reclamando que não têm emprego, não têm trabalho, e a renda que deveriam gerar com este investimento nunca aparece, nunca é fiscalizada. São programas que dão em nada, não levam a lugar nenhum, e continuam consumindo milhões aos montes, e ninguém questiona este modelo, ninguém o pensa, o discute, o faz mudar.
Pior: este modelo não muda porque não interessa aos seus beneficiários. Quando falo nos beneficiários, não digo aqueles que estes programas supostamente deveriam atingir, os brasileiros pobres, agricultores que já não têm renda. Estes são beneficiários no papel, porque sua situação não muda. No máximo, muito poucos destes são atingidos, apenas para fins de propaganda e justificação do programa. Mas gasta-se muito, para muito pouco resultado, porque o grosso do dinheiro é desviado pelo caminho. Desviado pelos verdadeiros beneficiários deste sistema, que o comandam, e não o querem mudar.
Quando o assunto é discutido, na nossa mídia, pela nossa intelectualidade, os termos da discussão ficam restritos a um apoio a um dos lados dos graúdos nesta história. Ou se defende que os líderes dos sem-terra devem continuar tendo atendidas suas reivindicações de mais verbas, e tendo o direito de ameaçar, invadir, roubar, torturar, destruir, matar, liderando o seu exército de foices, e alguns revólveres, ou se entende que o caso é de desordem, de polícia, bota todo mundo na cadeia e pronto.
O sistema, imutável, dá voltas: fazendas são incendiadas, aqui e ali, governo abre os cofres pra soltar uns milhõezinhos, dos quais os líderes sem-terra vão se apropriar, em grande medida, pra fortalecer seu movimento, arregimentar mais gente, doutriná-la, usá-la, quantos mais, maior seu poder de chantagem, mais concessões ganhará ali adiante.
Do outro lado, o governo procura ficar o mais alinhado possível com a doutrina dos sem-terra, procura ser o mais amigo possível, e fazer as concessões mais camaradas, prodigalizar os favores, primeiro, para garantir um apoio deste poder político capaz de movimentar alguns bons milhares de votos. Depois, se a arruaça campear mais no governo do rival político, este vai perder o apoio dos eleitores, incomodados pelo clima de baderna. Os líderes dessa massa de manobra conhecem sua força, determina a hora de pressionar, a hora de afrouxar. Os milhões sem fiscalização azeitam candidaturas, empregos bons pros correligionários, vida de marajá para os líderes.
Um sistema de corrupção grotesca, descarada à frente dos olhos, nas imagens dos pobres trocando tiros e se matando. E perfeitamente instalado no nosso país anestesiado, sedado, lobotomizado.
Claro que se fizesse cada um que solicita um trabalho, tendo saúde, receber uma enxada e um arado, plantar a terra, e receber alimento, saúde, educação, renda, se faria um país próspero, forte, feliz, com esperança, e não gastaríamos os milhões, e nem teríamos estas matanças, ou este clima de medo e ódio. Mas não mudamos nada neste sistema desumano e corrupto, então soframos.
Claro que se temos um povo próspero e educado, acaba o poder os ganhos destes que fazem o povo ignorante e miserável de massa de manobra. Claro que se temos um povo próspero e educado, não temos estes corruptos que embolsam milhões comprando uma infinidade de terras pra encher de seguranças. Claro que se temos um povo próspero e educado, os políticos vão ter de mostrar trabalho e honestidade, não vão poder se garantir soltando umas migalhas e depois ficar em paz para curtir as mordomias do dinheiro fácil.
Então, mudar estes sistema que beneficia estes poucos, significa, em resumo, acabar com os privilégios que beneficiam estes poucos. Acabar com a corrupção.
Transparência, prestação de contas, objetivo definido, metas a alcançar. Esta é a base para a mudança do sistema. Se o sujeito quer trabalhar, cadastre-se, submeta-se a uma avaliação médica, e depois engaje-se numa atividade que se adeque a suas capacidades, e que produza alguma riqueza, alguma renda. Os que souberem plantar, possam plantar, e ao mesmo tempo aprender algumas técnicas, procedimentos. Após algum tempo, que se viabilize um pequeno empréstimo para estes trabalhadores, interessados, e assistência técnica, e de logística, para que estes trabalhadores possam ter a sua terra, a sua plantação, e sustentar sua família com seu trabalho, e aumentar sua renda com o seu esforço.
Invadir, roubar, destruir, odiar, simplesmente não é caminho que leve o país a qualquer lugar. Um país digno, verdadeiro, só se constrói pelo trabalho e pelo respeito ao trabalho. Pela honestidade.
Pobres trocando tiros entre si. Sendo usados, de um lado e de outro, pelos grandes, o dono da fazenda e o que comanda as verbas polpudas que o governo destina aos movimentos sociais. Estes não ficam na linha do tiro. E o governo, o que faz? Só estimula a matança, deixando sempre de lado o problema.
Se os que invadem as fazendas querem dignidade e trabalho, por que não dar trabalho para eles? Gastam-se milhões e milhões com os programas para assentamento de terras, mas o problema não diminui, continuam as pessoas reclamando que não têm emprego, não têm trabalho, e a renda que deveriam gerar com este investimento nunca aparece, nunca é fiscalizada. São programas que dão em nada, não levam a lugar nenhum, e continuam consumindo milhões aos montes, e ninguém questiona este modelo, ninguém o pensa, o discute, o faz mudar.
Pior: este modelo não muda porque não interessa aos seus beneficiários. Quando falo nos beneficiários, não digo aqueles que estes programas supostamente deveriam atingir, os brasileiros pobres, agricultores que já não têm renda. Estes são beneficiários no papel, porque sua situação não muda. No máximo, muito poucos destes são atingidos, apenas para fins de propaganda e justificação do programa. Mas gasta-se muito, para muito pouco resultado, porque o grosso do dinheiro é desviado pelo caminho. Desviado pelos verdadeiros beneficiários deste sistema, que o comandam, e não o querem mudar.
Quando o assunto é discutido, na nossa mídia, pela nossa intelectualidade, os termos da discussão ficam restritos a um apoio a um dos lados dos graúdos nesta história. Ou se defende que os líderes dos sem-terra devem continuar tendo atendidas suas reivindicações de mais verbas, e tendo o direito de ameaçar, invadir, roubar, torturar, destruir, matar, liderando o seu exército de foices, e alguns revólveres, ou se entende que o caso é de desordem, de polícia, bota todo mundo na cadeia e pronto.
O sistema, imutável, dá voltas: fazendas são incendiadas, aqui e ali, governo abre os cofres pra soltar uns milhõezinhos, dos quais os líderes sem-terra vão se apropriar, em grande medida, pra fortalecer seu movimento, arregimentar mais gente, doutriná-la, usá-la, quantos mais, maior seu poder de chantagem, mais concessões ganhará ali adiante.
Do outro lado, o governo procura ficar o mais alinhado possível com a doutrina dos sem-terra, procura ser o mais amigo possível, e fazer as concessões mais camaradas, prodigalizar os favores, primeiro, para garantir um apoio deste poder político capaz de movimentar alguns bons milhares de votos. Depois, se a arruaça campear mais no governo do rival político, este vai perder o apoio dos eleitores, incomodados pelo clima de baderna. Os líderes dessa massa de manobra conhecem sua força, determina a hora de pressionar, a hora de afrouxar. Os milhões sem fiscalização azeitam candidaturas, empregos bons pros correligionários, vida de marajá para os líderes.
Um sistema de corrupção grotesca, descarada à frente dos olhos, nas imagens dos pobres trocando tiros e se matando. E perfeitamente instalado no nosso país anestesiado, sedado, lobotomizado.
Claro que se fizesse cada um que solicita um trabalho, tendo saúde, receber uma enxada e um arado, plantar a terra, e receber alimento, saúde, educação, renda, se faria um país próspero, forte, feliz, com esperança, e não gastaríamos os milhões, e nem teríamos estas matanças, ou este clima de medo e ódio. Mas não mudamos nada neste sistema desumano e corrupto, então soframos.
Claro que se temos um povo próspero e educado, acaba o poder os ganhos destes que fazem o povo ignorante e miserável de massa de manobra. Claro que se temos um povo próspero e educado, não temos estes corruptos que embolsam milhões comprando uma infinidade de terras pra encher de seguranças. Claro que se temos um povo próspero e educado, os políticos vão ter de mostrar trabalho e honestidade, não vão poder se garantir soltando umas migalhas e depois ficar em paz para curtir as mordomias do dinheiro fácil.
Então, mudar estes sistema que beneficia estes poucos, significa, em resumo, acabar com os privilégios que beneficiam estes poucos. Acabar com a corrupção.
Transparência, prestação de contas, objetivo definido, metas a alcançar. Esta é a base para a mudança do sistema. Se o sujeito quer trabalhar, cadastre-se, submeta-se a uma avaliação médica, e depois engaje-se numa atividade que se adeque a suas capacidades, e que produza alguma riqueza, alguma renda. Os que souberem plantar, possam plantar, e ao mesmo tempo aprender algumas técnicas, procedimentos. Após algum tempo, que se viabilize um pequeno empréstimo para estes trabalhadores, interessados, e assistência técnica, e de logística, para que estes trabalhadores possam ter a sua terra, a sua plantação, e sustentar sua família com seu trabalho, e aumentar sua renda com o seu esforço.
Invadir, roubar, destruir, odiar, simplesmente não é caminho que leve o país a qualquer lugar. Um país digno, verdadeiro, só se constrói pelo trabalho e pelo respeito ao trabalho. Pela honestidade.
domingo, 26 de abril de 2009
Apertem os cintos, o piloto sumiu
Meu Brasil brasileiro, os três poderes em crise.
O que é este país surreal, Congresso desmoralizado, farra de passagens aéreas, não passa um dia sem que novo escândalo seja estampado nas manchetes dos jornais. Um deputado leva namorada, mãe de namorada, pra fazer turismo nos Estados Unidos. Quem paga a conta da passagem? Você e eu, caro contribuinte.
Apenas mais um caso, e até os símbolos de probidade têm o rabo preso. Generalizou-se de tal forma a mentalidade patrimonialista, que chegou num ponto em que os congressistas reagem, defendendo os privilégios. Perguntam, indignados, ou usando de ironia, como é que vão estar perto da família. Claro, está subentendido que trabalho de congressista é sofrer três dias por semana em Brasília, bater um ponto no Senado ou na Câmara de Deputados, pra um bate papo e um cafezinho, e fugir de volta pro reduto eleitoral, distribuir dentadura pro povo, já de olho na próxima eleição.
Tudo isto é a normalidade deste país insano, e achar estranho, e questionar, é merecer o olímpico desprezo dos que entendem da realpolitik. O que vale é garantir o poder, o que vale é ganhar voto. Melhorar o país, a condição de vida de seus habitantes? Romantismo, estupidez, subversão!
E assim vamos, com nossos muitos assassinatos, com nossas muitas mortes na estrada. Com nossas crianças aprendendo muito menos e pior que as de outros povos, que amanhã competirão entre si neste mundo globalizado, por trabalho, por renda, e as nossas crianças estarão em desvantagem. Com nossos corruptos engordando a olhos vistos, espalhados na polícia, nas prefeituras, no Judiciário, e onde mais tenha o dedo do poder público, vivendo em mansões que não poderiam comprar com seus salários, dirigindo carros que não cabem no seu orçamento. Tudo tão corriqueiro que ninguém mais perde tempo em se escandalizar.
Com nossa saúde em pandarecos, com nossos hospitais lotados, pacientes em filas, deitados no chão, falta de leitos, falta de médico, falta de remédio.
É o salve-se quem puder, e que melhor jeito de se salvar do que se tornar um político? Plano de saúde vitalício, para ele e para a família. Salários e mordomias, oportunidades que vêm bater à porta, presentes que caem no colo, e a troca de favores entre amigos. Um mundo dourado que se descortina, união do poder com os grandes dinheiros. E o povo, nisso tudo? O povo é ignorante, e mantido na ignorância. Ele é só uma peça do jogo. Pode ser comprado com uma dentadura, uma bolsa-esmola, ou uma obra vistosa, que não serve pra porra nenhuma. Só pra garantir os votos. E, mantido na ignorância, fica mais fácil para aprovar qualquer privilégio, ou pra descumprir impune qualquer lei.
Assim estamos, e a crise avança pelos poderes. Legislativo na mídia, desfilando privilégios. Judiciário com briga de ministros do Supremo, em que um dos ministros diz que o outro possui capangas em Mato Grosso. E o Executivo? Tem Lulinha arrotando satisfação com seus índices de popularidade. Perguntado sobre o Congresso, diz que o Congresso tem toda a capacidade de lidar com seus próprios problemas. Perguntado sobre o Judiciário, diz que não há crise, apenas uma discussão um pouco mais acalorada, como acontece numa partida de futebol. Meu Deus, uma autoridade do Supremo chamando a outra de bandido, chefe de capangas... e já ouvi dizer que Lula é um estadista. Mas Nero também não tocava harpa enquanto Roma pegava fogo, convencido de que era um grande artista?
O que é este país surreal, Congresso desmoralizado, farra de passagens aéreas, não passa um dia sem que novo escândalo seja estampado nas manchetes dos jornais. Um deputado leva namorada, mãe de namorada, pra fazer turismo nos Estados Unidos. Quem paga a conta da passagem? Você e eu, caro contribuinte.
Apenas mais um caso, e até os símbolos de probidade têm o rabo preso. Generalizou-se de tal forma a mentalidade patrimonialista, que chegou num ponto em que os congressistas reagem, defendendo os privilégios. Perguntam, indignados, ou usando de ironia, como é que vão estar perto da família. Claro, está subentendido que trabalho de congressista é sofrer três dias por semana em Brasília, bater um ponto no Senado ou na Câmara de Deputados, pra um bate papo e um cafezinho, e fugir de volta pro reduto eleitoral, distribuir dentadura pro povo, já de olho na próxima eleição.
Tudo isto é a normalidade deste país insano, e achar estranho, e questionar, é merecer o olímpico desprezo dos que entendem da realpolitik. O que vale é garantir o poder, o que vale é ganhar voto. Melhorar o país, a condição de vida de seus habitantes? Romantismo, estupidez, subversão!
E assim vamos, com nossos muitos assassinatos, com nossas muitas mortes na estrada. Com nossas crianças aprendendo muito menos e pior que as de outros povos, que amanhã competirão entre si neste mundo globalizado, por trabalho, por renda, e as nossas crianças estarão em desvantagem. Com nossos corruptos engordando a olhos vistos, espalhados na polícia, nas prefeituras, no Judiciário, e onde mais tenha o dedo do poder público, vivendo em mansões que não poderiam comprar com seus salários, dirigindo carros que não cabem no seu orçamento. Tudo tão corriqueiro que ninguém mais perde tempo em se escandalizar.
Com nossa saúde em pandarecos, com nossos hospitais lotados, pacientes em filas, deitados no chão, falta de leitos, falta de médico, falta de remédio.
É o salve-se quem puder, e que melhor jeito de se salvar do que se tornar um político? Plano de saúde vitalício, para ele e para a família. Salários e mordomias, oportunidades que vêm bater à porta, presentes que caem no colo, e a troca de favores entre amigos. Um mundo dourado que se descortina, união do poder com os grandes dinheiros. E o povo, nisso tudo? O povo é ignorante, e mantido na ignorância. Ele é só uma peça do jogo. Pode ser comprado com uma dentadura, uma bolsa-esmola, ou uma obra vistosa, que não serve pra porra nenhuma. Só pra garantir os votos. E, mantido na ignorância, fica mais fácil para aprovar qualquer privilégio, ou pra descumprir impune qualquer lei.
Assim estamos, e a crise avança pelos poderes. Legislativo na mídia, desfilando privilégios. Judiciário com briga de ministros do Supremo, em que um dos ministros diz que o outro possui capangas em Mato Grosso. E o Executivo? Tem Lulinha arrotando satisfação com seus índices de popularidade. Perguntado sobre o Congresso, diz que o Congresso tem toda a capacidade de lidar com seus próprios problemas. Perguntado sobre o Judiciário, diz que não há crise, apenas uma discussão um pouco mais acalorada, como acontece numa partida de futebol. Meu Deus, uma autoridade do Supremo chamando a outra de bandido, chefe de capangas... e já ouvi dizer que Lula é um estadista. Mas Nero também não tocava harpa enquanto Roma pegava fogo, convencido de que era um grande artista?
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Vera Cruz
Vera Cruz é um belo faroeste de Robert Aldrich, diretor que nos deu filmes bons e variados como Os doze condenados, O que aconteceu com Baby Jane?, O imperador do norte, e O último pôr do sol. É uma faroeste bom como os das antigas, mas nem tão das antigas assim. Gary Cooper, que co-estrela este filme com Burt Lancaster, já mostra os anos. E tem um grande papel neste filme, com uma personalidade de um homem complexo, verdadeiro, portanto, e não um desses estereótipos comuns no cinema.
Ele é um homem que possui um propósito de se manter erguido, e vai buscar todos os meios de conseguir isso. Não quer se prender a causas, mas ao humano que ele pode realizar, agora que caiu junto com o Sul, na Guerra Civil, como o grande fazendeiro que era. Agora não em fazenda, mas ele vai batalhar para que tenha, e vai usar seus talentos aprimorados na guerra para isso.
Ele segue para o México, onde a revolução contra o imperador Maximiliano gera oportunidades de lucro para estes talentos. Apesar de um mercenário, mantém seu apego à honestidade, apesar de matador, mantém seu respeito à vida.
Esta personalidade é que vai antagonizar com a personagem de Burt Lancaster, também um mercenário e matador, mas obcecado por possuir tudo com exclusivismo. Isto vai gerar grandes conflitos ao longo do filme, à medida em que os dois se aproximam, com as desconfianças, e os cuidados daquela relação perigosa. Mas que acaba fatalmente por aproximá-los. Só que a ambição desvairada da personagem de Lancaster vai empurrá-lo para um antagonismo cada vez maior, uma espiral de loucura, que nada vai parar a não ser a morte. E a morte vem no clássico duelo, um dos bons da história do faroeste.
O filme é conduzido com um ritmo forte de aventuras, com muita emoção de tiroteios e perseguições. Uma produção que uniu uma história criativa e inteligente a um forte senso de espetáculo e entretenimento. Bons atores, boas sub-tramas. Tem um ar de produção mais independente do forte sistema de estúdios da época. E mostra o belo valor dessas produções, feitas mais com o coração, menos com o pensamento no lucro.
É uma realização da United Artists, companhia que teve cedo uma proposta de uma produtora empenhada em dar espaço às realizações dos próprios artistas, formada, como foi, por grandes artistas da aurora do cinema: o diretor D.W. Griffith, os atores Mary Pickford e Douglas Fairbanks, e o diretor e ator Charles Chaplin.
A United Artists gerou bons frutos, desde seu começo em 1919. No tempo das diligências, de John Ford, Tempos Modernos, do Chaplin, para citar só dois, e ainda lançou independentes como Walt Disney e David Selznick, o produtor de apenas King Kong, e E o vento levou, entre outros.
E a United Artists continuou fazendo seus filmes com vigor, ainda renovada com vigor por novos artistas, como Burt Lancaster que bancou a produção deste Vera Cruz, junto com Hecht. Será o roteirista Ben Hecht? (não, não é o roteirista Ben Hecht, é Harold Hecht, que produziu irmãos Marx muito antigo e bom, Horsefeathers, e a mítica Mae West. Como é bom contar com a enciclopédia imensa e imediata da internet). Bem, Lancaster bancou o projeto, e se recompensou muito bem, com um belo filme, e um papel de vilão bem marcante.
Cotação: **** (muito bom)
Ele é um homem que possui um propósito de se manter erguido, e vai buscar todos os meios de conseguir isso. Não quer se prender a causas, mas ao humano que ele pode realizar, agora que caiu junto com o Sul, na Guerra Civil, como o grande fazendeiro que era. Agora não em fazenda, mas ele vai batalhar para que tenha, e vai usar seus talentos aprimorados na guerra para isso.
Ele segue para o México, onde a revolução contra o imperador Maximiliano gera oportunidades de lucro para estes talentos. Apesar de um mercenário, mantém seu apego à honestidade, apesar de matador, mantém seu respeito à vida.
Esta personalidade é que vai antagonizar com a personagem de Burt Lancaster, também um mercenário e matador, mas obcecado por possuir tudo com exclusivismo. Isto vai gerar grandes conflitos ao longo do filme, à medida em que os dois se aproximam, com as desconfianças, e os cuidados daquela relação perigosa. Mas que acaba fatalmente por aproximá-los. Só que a ambição desvairada da personagem de Lancaster vai empurrá-lo para um antagonismo cada vez maior, uma espiral de loucura, que nada vai parar a não ser a morte. E a morte vem no clássico duelo, um dos bons da história do faroeste.
O filme é conduzido com um ritmo forte de aventuras, com muita emoção de tiroteios e perseguições. Uma produção que uniu uma história criativa e inteligente a um forte senso de espetáculo e entretenimento. Bons atores, boas sub-tramas. Tem um ar de produção mais independente do forte sistema de estúdios da época. E mostra o belo valor dessas produções, feitas mais com o coração, menos com o pensamento no lucro.
É uma realização da United Artists, companhia que teve cedo uma proposta de uma produtora empenhada em dar espaço às realizações dos próprios artistas, formada, como foi, por grandes artistas da aurora do cinema: o diretor D.W. Griffith, os atores Mary Pickford e Douglas Fairbanks, e o diretor e ator Charles Chaplin.
A United Artists gerou bons frutos, desde seu começo em 1919. No tempo das diligências, de John Ford, Tempos Modernos, do Chaplin, para citar só dois, e ainda lançou independentes como Walt Disney e David Selznick, o produtor de apenas King Kong, e E o vento levou, entre outros.
E a United Artists continuou fazendo seus filmes com vigor, ainda renovada com vigor por novos artistas, como Burt Lancaster que bancou a produção deste Vera Cruz, junto com Hecht. Será o roteirista Ben Hecht? (não, não é o roteirista Ben Hecht, é Harold Hecht, que produziu irmãos Marx muito antigo e bom, Horsefeathers, e a mítica Mae West. Como é bom contar com a enciclopédia imensa e imediata da internet). Bem, Lancaster bancou o projeto, e se recompensou muito bem, com um belo filme, e um papel de vilão bem marcante.
Cotação: **** (muito bom)
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Filmes raros e antigos de graça na internet e legais
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/03/23/filmes-raros-e-antigos-de-graca-na-internet-e-legais/
Este endereço vai para os que gostam de cinema.
Este endereço vai para os que gostam de cinema.
Daslu e a sanha tributária
O que um juiz quer apontar como exemplar no caso da sacoleira de milhões, Eliana Tranchesi, dona da Daslu. Uma pena de 94 anos de cadeia, por sonegação de impostos.
Ou o juiz está preso na matemática do código, e está esquecendo um pequenino detalhe: a realidade do caso.
Mas eu acho que é muito emblemático de um certo pensamento torto, muito difundido em solo pátrio, para creditar a um mero “esquecimento jurídico” este retrato descarado.
Retrato de que? Da nossa bela Justiça?Da nossa bela, linda Justiça, que esquece de botar assassinos nas grades, que olham o roubo de milhões, pelos nossos poderosos, pelas nossas autoridades, e os deixam flanar leves soltos, felizes como um passarinho, disputando novos contratos e eleições?
E vêm os defensores exaltados do manicômio tributário: nossa classe bem-pensante: “sonegar o imposto é crime gravíssimo, sim.” As dondocas do pensamento aprovado nos meios oficiais. Deveriam votar Thoreau e sua Desobediência Civil à forca, mais que à cadeia, estes defensores incondicionais do Estado totalitário. Do Estado Moloch, que devora os seus adoradores.
Esses árduos defensores não conhecem o que é liberdade. O ar da campina, o vento, o teto, tudo aquilo que contribui para realizar um homem.
Desconhecem que o país é um inferno, um manicômio tributário, em que os poderosos, os grandes, se locupletam, e os pequenos pagam o pato. Desconhecem que nesse mundo a sonegação é a regra, todos tentando salvar algo do Papai Estado. Só os que ganham fácil não vêem, porque não podem ver. Só os juízes e promotores e tantos outros com muito tempo livre e pouca prestação de contas, com dois meses de férias, com estabilidade de emprego e salárioÃO direitinho na conta. São os funcionários do sistema. Estes podem posar de santos. É só o sistema que não funciona e não muda.
Criminosos voam aí, livres como um passarinho... Justiça, nesse país? Só se for pau no lombo, choque elétrico, afogamento, desova de polícia, traficante no microondas.
Ou o juiz está preso na matemática do código, e está esquecendo um pequenino detalhe: a realidade do caso.
Mas eu acho que é muito emblemático de um certo pensamento torto, muito difundido em solo pátrio, para creditar a um mero “esquecimento jurídico” este retrato descarado.
Retrato de que? Da nossa bela Justiça?Da nossa bela, linda Justiça, que esquece de botar assassinos nas grades, que olham o roubo de milhões, pelos nossos poderosos, pelas nossas autoridades, e os deixam flanar leves soltos, felizes como um passarinho, disputando novos contratos e eleições?
E vêm os defensores exaltados do manicômio tributário: nossa classe bem-pensante: “sonegar o imposto é crime gravíssimo, sim.” As dondocas do pensamento aprovado nos meios oficiais. Deveriam votar Thoreau e sua Desobediência Civil à forca, mais que à cadeia, estes defensores incondicionais do Estado totalitário. Do Estado Moloch, que devora os seus adoradores.
Esses árduos defensores não conhecem o que é liberdade. O ar da campina, o vento, o teto, tudo aquilo que contribui para realizar um homem.
Desconhecem que o país é um inferno, um manicômio tributário, em que os poderosos, os grandes, se locupletam, e os pequenos pagam o pato. Desconhecem que nesse mundo a sonegação é a regra, todos tentando salvar algo do Papai Estado. Só os que ganham fácil não vêem, porque não podem ver. Só os juízes e promotores e tantos outros com muito tempo livre e pouca prestação de contas, com dois meses de férias, com estabilidade de emprego e salárioÃO direitinho na conta. São os funcionários do sistema. Estes podem posar de santos. É só o sistema que não funciona e não muda.
Criminosos voam aí, livres como um passarinho... Justiça, nesse país? Só se for pau no lombo, choque elétrico, afogamento, desova de polícia, traficante no microondas.
Falta de saúde
Quantas crianças morrem porque se feriram com algum metal e não desinfetaram o ferimento?
Construir uma sociedade em que algo tão simples como isto pode ser evitado. Quem não sabe exatamente onde está o mal? A ignorância, a falta de uma escola, por básica que seja, para tantos e tantos milhões? Mas o que importa não é identificar o mal, é combatê-lo.
Uma sociedade, no nível de civilização em que se está, que não consegue se organizar minimamente para principiar a construir uma sociedade em que não falte um médico, em que não falte um remédio, é uma sociedade que fracassa.
Não se cobram impostos dos seus rendimentos? Não paga você uma fortuna, 40% do PIB, os bilhões, os bilhões, os bilhões, porque não se paga o dinheiro do médico? Para que ele, onde viva, possa contribuir para sustentar sua família, construir a sua casa, ter o seu quintal. E que se o coloque onde é necessário! Com boas universidades formando bons médicos.
Há trabalho, há muito trabalho, a ser suprido por bons médicos, a sociedade tem de lhes prestar remuneração, e pode ter o direito de receber um tratamento digno, quando alguém estiver doente.
Por que se gastam os bilhões, com essas estupidezes, com essas imbecilidades, e não se gasta o recurso que necessitaria para um modelo com esta prioridade? Quando é que vamos seguir uma tradição, uma cultura, de respeito a nós mesmos e ao próximo.
Construir uma sociedade em que algo tão simples como isto pode ser evitado. Quem não sabe exatamente onde está o mal? A ignorância, a falta de uma escola, por básica que seja, para tantos e tantos milhões? Mas o que importa não é identificar o mal, é combatê-lo.
Uma sociedade, no nível de civilização em que se está, que não consegue se organizar minimamente para principiar a construir uma sociedade em que não falte um médico, em que não falte um remédio, é uma sociedade que fracassa.
Não se cobram impostos dos seus rendimentos? Não paga você uma fortuna, 40% do PIB, os bilhões, os bilhões, os bilhões, porque não se paga o dinheiro do médico? Para que ele, onde viva, possa contribuir para sustentar sua família, construir a sua casa, ter o seu quintal. E que se o coloque onde é necessário! Com boas universidades formando bons médicos.
Há trabalho, há muito trabalho, a ser suprido por bons médicos, a sociedade tem de lhes prestar remuneração, e pode ter o direito de receber um tratamento digno, quando alguém estiver doente.
Por que se gastam os bilhões, com essas estupidezes, com essas imbecilidades, e não se gasta o recurso que necessitaria para um modelo com esta prioridade? Quando é que vamos seguir uma tradição, uma cultura, de respeito a nós mesmos e ao próximo.
notas da liberdade
NOTAS DA LIBERDADE
Imoralidade diária, escândalo de passagens aéreas. E agora vemos Gilmar Mendes, secundado por quase todo o Supremo (Ellen Gracie não esteve presente, mas estava viajando), mostrou autoritarismo para cima do ministro Joaquim Barbosa. Que cena! Gilmar Mendes claramente faltou com respeito, diretamente. Não quis que o “colega” fosse inteirado sobre um processo, no qual tinha uma decisão a tomar! Veio com ironia dizer que o “colega” não sabia do caso, por que não participou da “conversa” que os ministros tiveram anteriormente sobre o caso. Mas não importam as conversas. O processo que está no Supremo pede um julgamento, e os juízes que participam dele devem se guiar pela busca da verdade, pelo debate livre, pela honestidade. Se não há isso, não há sinal de Justiça no país.
Joaquim Barbosa ficou claramente transtornado pela afronta que sofreu. A reação de qualquer homem honesto. Respondeu, dignamente, a Gilmar que ficou rindo. Depois, disse muito dignamente que merecia respeito. Respeito, porque Gilmar Mendes não estava falando com um de seus capangas, de Mato Grosso. E agora todo o Supremo (com a exceção de Ellen Gracie), se manifestou a favor de Gilmar. Vão “isolar” um de seus membros. Não vão tomar uma medida mais drástica, de votar uma advertência, ou algo assim, contra Joaquim Barbosa. Preferem deixar o caso esfriar rapidinho, e fingir que nada abalou o status quo. Vão dar aquela saída de botar tudo escondido no armário. Os famosos esqueletos no armário.
E Joaquim Barbosa, sofrendo a opressão de seus “colegas”? Lembre da coragem de Sócrates, ministro. Mais vale uma cabeça erguida, do que todos os tesouros do mundo.
Imoralidade diária, escândalo de passagens aéreas. E agora vemos Gilmar Mendes, secundado por quase todo o Supremo (Ellen Gracie não esteve presente, mas estava viajando), mostrou autoritarismo para cima do ministro Joaquim Barbosa. Que cena! Gilmar Mendes claramente faltou com respeito, diretamente. Não quis que o “colega” fosse inteirado sobre um processo, no qual tinha uma decisão a tomar! Veio com ironia dizer que o “colega” não sabia do caso, por que não participou da “conversa” que os ministros tiveram anteriormente sobre o caso. Mas não importam as conversas. O processo que está no Supremo pede um julgamento, e os juízes que participam dele devem se guiar pela busca da verdade, pelo debate livre, pela honestidade. Se não há isso, não há sinal de Justiça no país.
Joaquim Barbosa ficou claramente transtornado pela afronta que sofreu. A reação de qualquer homem honesto. Respondeu, dignamente, a Gilmar que ficou rindo. Depois, disse muito dignamente que merecia respeito. Respeito, porque Gilmar Mendes não estava falando com um de seus capangas, de Mato Grosso. E agora todo o Supremo (com a exceção de Ellen Gracie), se manifestou a favor de Gilmar. Vão “isolar” um de seus membros. Não vão tomar uma medida mais drástica, de votar uma advertência, ou algo assim, contra Joaquim Barbosa. Preferem deixar o caso esfriar rapidinho, e fingir que nada abalou o status quo. Vão dar aquela saída de botar tudo escondido no armário. Os famosos esqueletos no armário.
E Joaquim Barbosa, sofrendo a opressão de seus “colegas”? Lembre da coragem de Sócrates, ministro. Mais vale uma cabeça erguida, do que todos os tesouros do mundo.
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