quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Direitos humanos? Depende do humano que reclama os direitos...



Job 15:34 - Porque a congregação dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno


Na manchete do Globo de hoje, ficamos sabendo que o dissidente cubano Orlando Zapata (foto acima) morreu ontem após 82 dias de greve de fome, horas antes do presidente Lula chegar para sua visita a Havana. O grupo do qual fazia parte o cubano pedia a intercessão do presidente Lula e pretendia encontrá-lo. Mas a embaixada brasileira não os recebeu.

Para repercutir e ampliar o protesto destes cubanos que sofrem a tirania de um “regime totalitário onde as coisas mais elementares não são respeitadas”, reproduzo trechos da entrevista de Oswaldo Payá, companheiro de Orlando Zapata na luta por um referendo sobre reformas políticas em Cuba. A entrevista também foi publicada no jornal Globo de hoje.

“Respeitamos e amamos o povo brasileiro, mas o presidente Lula não teve uma palavra de solidariedade com os direitos humanos em Cuba, tem sido um verdadeiro cúmplice com a violação dos direitos humanos em Cuba. Já não esperamos nem queremos esperar nada dele.”

“P. Como o Brasil poderia ajudar?
R. Levantando a voz e com a solidariedade para libertar os presos políticos pacíficos, porque não colocaram bombas, não cometeram violência, só pediram respeito aos direitos.”

“P. Está sendo preparado um funeral para Zapata?
R. Não sabemos. Aqui há um regime totalitário onde as coisas mais elementares não são respeitadas. Assim, não sei o que vai ocorrer.”

“P. A oposição vai tentar uma aproximação com o Brasil?
R. Não. Vamos tentar com o povo brasileiro, porque sua embaixada aqui sequer trata conosco. E, por uma questão de dignidade, não vamos tentar nada com um governo que nos despreza. Com o povo do Brasil sim. Tomara que nossa mensagem chegue ao povo brasileiro.”

Em contraste com o tratamento dispensado por nosso governo aos dissidentes cubanos, que “não colocaram bombas, não cometeram violência, só pediram respeito aos direitos”, os terroristas do Exército do Povo Paraguaio (EPP) conseguem proteção do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), que impede sua extradição do Brasil para que sejam processados pelo Paraguai. De acordo com a revista Veja de 24.02.2010, “o EPP já instalou bombas em prédios públicos, atacou bancos, invadiu fazendas, assassinou policiais e civis. Sua principal atividade, no entanto, são os sequestros...” “Em setembro de 2004, uma das filhas do ex-presidente (paraguaio) Raúl Cubas se tornou a primeira vítima fatal do EPP. A quadrilha cobrou 5 milhões de dólares para devolver Cecilia, de 31 anos. Não recebeu a quantia pedida e asfixiou-a”.

Então fica combinado: dissidentes, mesmo pacíficos, mesmo sob um regime totalitário, que ousarem protestar contra as “maravilhas do comunismo”, não merecerão qualquer apoio do nosso governo.

Dissidentes, mesmo violentos, mesmo num regime democrático, que invocarem os “ideais lindos do comunismo” para justificar seus crimes, receberão todo o apoio do nosso governo.

Vide caso dos boxeadores cubanos, vide caso do terrorista italiano Cesare Battisti, vide tratamento dispensado aos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), e os etc. etc.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes
aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,
mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a
imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos
homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de
iniqüidade” (Mt 23.27-28).

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