sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os ricos miseráveis 3



o que dizer deste nosso juiz? O nosso juiz, o nosso aplicador de justiça? Aplicador da nossa justiça, quá-quá.


Este nosso juiz, que em um mês embolsou (remuneração deste mês. Rendimento que pingou pra ele, na conta, em um determinado mês do ano.): $ 640 mil.


Seiscentos. E quarenta. Mil reais. E mais uns quebradinhos, 643 mil, redondinhos.


Isto no país onde o salário mínimo POR LEI, é de $ 622 reais.


Pois o senhor juizinho. Vossa excelência, como devo chamá-lo? O tal senhor juizinho embolsou, NUM MÊS, um mil e trinta e três (e uns quebradinhos) salários mínimos mensais.


Sabe quanto o senhor, senhor trabalhador de um salário mínimo, teria de trabalhar, para dar o um mês de salário do senhor juizinho? Um mil e trinta e três meses. Só issozinho.


79 e poucos anos. Oitenta anos, redondinhos. Pode ficar tranquilo que eu já incluí o 13o na conta, porque eu cumpro a lei e sou bonzinho. Pois o senhor juizinho juntou isso mais rápido. Levou só um mês.


E aí, o senhor presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ah, sim, o tal juizinho é desembargador do TJ – RJ. Mas o senhor presidente do TJ – RJ, vem dar entrevista na televisão pra dizer que o senhor juizinho pode ter ganho 643 mil num mês, mas é tudo com base legal.


É a lei, já se viu, que dá de direito pra um receber $ 622 pelo trabalho de um mês. E pra outro o direito de receber num mês de trabalho $ 643 mil.


E quando um Poder de um país é assim, e quando a lei de um país é assim, como é que é o país? Se a lei e o Poder do país é o seu reflexo no espelho, é a sua cara?


Brasil, mostra a tua cara...


o grotesco... o monstruoso... o disforme...


A criança assaltando, levando tiro de polícia. O professor que não sabe nada da matéria, mas está ali, pra garantir “o seu”. O doente, largado no chão de um hospital, sem médico, sem remédio. O edifício, explodindo e desabando, sem fiscalização, com o fiscal no bolso.


Brasil, mostra a tua cara...


Imagino que há pouco mais de cem anos atrás, se houvesse televisão, e fizessem uma reportagem dizendo que um juiz botou seu escravo no pelourinho e o açoitou até a morte, porque havia tentado fugir, o hipotético presidente do tribunal deste hipotético juiz daria uma entrevista para dizer: “foi tudo com base legal”.

Mas o inferno são sempre os outros.




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