sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os ricos miseráveis

Isaías 6:3-9

E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
¶ Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos.
Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
¶ Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.




O mundo nunca esteve tão rico. Também nunca esteve tão preocupado com a pobreza.


E pensar num velho filósofo grego, que não tinha nada e sentia-se rico.


Não sentia falta de nada.


Uma túnica, umas poucas azeitonas, suas velhas sandálias, e não se preocupava com mais nada. Ou se preocupava apenas com as grandes questões, o que é ser um homem? Como é preciso viver?


E para responder estas perguntas interrogava todos os que com ele quisessem trocar uma ideia ou duas; ricos ou pobres, poderosos ou humildes, sábios sofistas ou os jovens discípulos... sentia-se rico ao debater estas questões, ao apontar os problemas daqueles raciocínios tão confiantes...


Hoje somos carregados de últimas tecnologias. Aparelhinhos fantásticos, que faltam fazer chover. Hoje comemos quitutes de todo o mundo. Para aplacar nossa sede temos maravilhosos importados. Hoje temos carrões último tipo. Viajamos em jatinho pra lá e pra cá do mundo. Hoje vemos os ricos queimando pilhas de dinheiro para satisfazer um capricho, pra bancar uma festinha...


E hoje assistimos em nossos lares, via satélite, assistimos em nossas esquinas, a face mais negra da miséria. Um homem revirando o lixo. Um homem morrendo de fome, no meio da rua. Passantes se desviam dele. Uma tribo virando esqueletos vivos, olhos grandes no rosto de crianças, olhos sem brilho, bebês sugando seios murchos e mortos.


Grotesco, o ser humano, cada um tem de cuidar da sua vidinha. Cada um tem de aceitar o mais grotesco salário, porque assim é que funciona na vida. Cada um vai perseguir o poder para se entupir de quanto luxo for possível, ele e a sua familiazinha. Daí então, bem confortável, vai soltar umas migalhazinhas pra garantir a aprovação da massa de trouxas.


E vai se dar por muito satisfeito. A satisfação de um trabalho bem feito.


Ah, a estupidez da arrogância, a arrogância da estupidez... haverá em algum inferno visão mais grotesca? Estúpido animal, em que vestem uma casaca, um cordão de ouro, um anel de diamante, e sai por aí arrotando grandezas... como se seu sangue e a sua pele fossem também preciosos...


Hoje vivemos em países ricos, países milionários... um trilhão, dois trilhões, quinze trilhões de dólares... umas cifras grotescas.


E estão todos com medo de perder um empreguinho de merda, 500 dólares por mês... muito pra trabalhar, muito pra aturar, pra ganhar 500 dólares por mês. E o medo de perder o pão... e o medo... e o medo...


Um malandro embolsa cem mil. Um malandro embolsa um milhão.


E ninguém faz as contas, ninguém se revolta, ninguém faz nada com isso. Ninguém percebe que o dinheiro que falta, e o trabalho merda que sobra, estão todos relacionados com a malandragem dos que têm “um esqueminha”, ou “um esquemão”, pra se dar muito bem.


2 Pedro, 2, 1-9


Mas entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.

E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.

E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.

Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;

E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;

E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente;

E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis

(Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas);

Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;

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