Vergonha da raça humana, saúde como mercadoria. Tem quem paga. Quem não pode pagar, morre.
Não porque precisasse ser assim. Mas o lucro grande pra uns, aliado à falta de combatividade de muitos, nos impõe isto.
Desorganização. O caos. O horror, o horror.
Ir para uma fila às 2 horas da madrugada, pra marcar uma consulta? Ser tratado como lixo, ser humilhado?
É a nossa rotina.
Ficar horas esperando um atendimento médico pro filho, e acabar por não ter?
É a nossa rotina.
Ser mandado de um lado pro outro, ouvir que não veio o médico, que não tem o remédio, que não pode fazer o exame?
É a nossa rotina.
Até ficar estirado no chão, no corredor de um hospital, tem sido a nossa rotina. E um político dizendo que são problemas pontuais, e que logo tudo será resolvido, isto é muito a nossa rotina.
Vá perguntar como é o atendimento médico, pra este político e pra sua família. Plano vitalício e total. Recebe atendimento no hospital que quiser, com o médico que quiser, no Brasil ou no estrangeiro.
É tudo integralmente ressarcido.
Enquanto isso, os planos privados de saúde enchem suas burras.
Quem quer ficar exposto ao Inferno e ao Caos, se pode evitar?
Pagam suas mensalidades com sacrifício. Também não é uma garantia de não ter graves aborrecimentos. Os planos não costumam economizar no chicote, para tratar seus clientes, quanto menos VIP pior.
Pro cliente pagar, é uma facilidade. Mas se precisar usar os serviços, aí começam as dificuldades.
Envelheceu? Quem mandou? Os planos cobram os olhos da cara. Se puderem fazer uma economia, às custas da saúde alheia, não se pejarão de fazê-la. E tome ação na Justiça, e tome discussão, na hora que precisa.
Mas é o menos pior que tem, e olha o brasileiro correndo pros planos, correndo pra salvar a sua pele, o menos pior que pode.
Vemos um plano de saúde brasileiro (a Unimed), gastando os tubos pra financiar um clube de futebol (o Fluminense). Grandes contratações, salários de milionários pros jogadores, há muito tempo.
O presidente do plano é um grande torcedor.
Nada mais natural, nesta lógica de mercado.
A saúde não é uma mercadoria, não a tratamos assim?
Então vá fazer sua propaganda, do jeito que melhor lhe apetece, como se fosse uma fábrica de computadores, ou de refrigerantes.
Os jogadores milionários, o presidente do plano de saúde, para estes o atendimento médico “aproxima-se da perfeição”, como para nosso ex-presidente Lula.
O problema são os milhões de quebrados, os milhões de falidos.
Pra estes, um tratamento de lixo, mesmo.
Vão contar com a sorte. Vão morrer mais cedo.
É esta a nossa realidade, o que fazemos nossa realidade.
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