terça-feira, 31 de julho de 2012

A cultura do privilégio - mal do serviço público




Temos um serviço público pessimamente desorganizado, o que dá as medidas de nossa capacidade.

Aqui, precisar de um hospital público, Justiça, Segurança, Escola, é arriscar um péssimo tratamento.

Não sabe? Quanto mais pobre pior. Olhem as taxas de homicídios, típicas de países em guerra civil. Repita-se: é uma guerra civil. Aonde incidem mais? Nos bairros e localidades mais pobres.

Ir para uma fila às 3 horas da manhã, para pegar uma senha para ser atendido num problema de saúde. Esta é a realidade dos nossos hospitais públicos, quando não coisas piores. Pessoas amontoadas em corredores sujos de hospitais, por falta de médico e de leito. Infecções hospitalares carregando nossos velhos e crianças.

E outro tanto se pode dizer das escolas que não ensinam, que formam burros de carga. Que massacram as potencialidades e oportunidades de milhões e milhões de crianças.

E policiais despreparados, e juízes morosos, e decisões absurdas...

Todos têm sua cota de péssimos serviços, de ser destratado por algum destes nossos figurões que se sentem melhores que os outros. Que se acostumam, e se apegam, a esta cultura de privilégio.

Está certo aquele senador não responder pelos seus crimes. Está certo, certíssimo. Está certo aquele senador, aquele governador, aquele líder carismático, se entupir de privilégios. Está certo ele ter um super-plano de saúde, e a criança morrer por falta de gaze.

Está certo, tudo isso. É tudo sempre assim. Esperto serei eu, se conseguir alguns destes privilégios para mim, vou defendê-los com unhas e dentes.

Receber sempre mais, não ser nunca cobrado de forma alguma.

Este é o ideal que até nossa mais fina intelectualidade defende.

Este é o serviço público correspondente, da sociedade com semelhantes ideais.

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