Não temos os
militares?
Não mantemos toda esta
longa cadeia de comando, quartéis, recrutas, soldados, cabos,
sargentos, capitães, generais, e todo o oficialato, e os jipes, e os
alojamentos, os fuzis, os campos de treinamento, os helicópteros, e
toda uma longa lista de etcs., tudo pago pelos cofres públicos?
E as medalhas, e as
pensões, e até as praias particulares, “estratégicas”?
Tudo é dinheiro
público, o mesmo dinheiro que deve sustentar os hospitais para os
mais carentes (em tese), idem a educação, a justiça, a cultura, e
etc. etc. Longa lista de atividades essenciais.
Também a segurança
pública, e aí entram as polícias, os militares. Sinteticamente: os
soldados. Aqueles que vão empunhar em armas para esta valorosa
missão: prender os assassinos, impedir a sua ação contra nossa
sociedade.
É justo que
organizemos nossa segurança. Qualquer sociedade que se dê ao
respeito faz isso, trata de organizar a segurança de seus membros.
Mostra que tem valores e que é sadia, uma sociedade assim.
É a qualidade de seus
detetives, de seus policiais, de seus militares, que vai testemunhar
sobre esta organização da segurança.
Vivemos em uma
sociedade em paz? Temos taxas reduzidas de mortes violentas, e estas
são investigadas? Costumam redundar em punição para os culpados?
A resposta para estas
perguntas, em nosso país, é um vergonhoso “não”.
Por mais que haja
valores nas forças de segurança, por mais que existam sacrifícios
pessoais, como de resto, em qualquer área do serviço público, os
resultados desta organização, como um todo, são péssimos e
lamentáveis.
A quantidade de
inquéritos engavetados, inquéritos mal-feitos, desperdício de
recursos, é bizarra.
Há pouco tempo a
imprensa noticiava que um em cada cem homicídios redundava em
efetiva prisão.
Ou seja: só nesses
casos em que o sujeito matava “num gesto de loucura”, na frente
de todo mundo. (e mesmo estes arriscando não pagar pelo crime, a
depender de algum esperto advogado, e de umas tantas brechas na lei.
E da Justiça morosa. E da interpretação vigente de que só pode
pagar pelo crime depois da última da última instância, coisa de
vinte anos ou mais, a depender da esperteza do advogado).
Ou nos casos em que o
crime envolve algum figurão, ou alguma notícia mais aberrante no
jornal, quando a polícia realmente investiga. Ou por algum outro
acaso qualquer.
Só nestes casos, um em
cem, é que se podia esperar punição para o homicida.
Então, esta é a
organização deficiente que se precisa combater com todas as forças,
e não tentar tapar o sol com a peneira, fingindo que está tudo
muito bem.
Este é o problema
verdadeiro que nossos governantes precisam resolver, esta é a
responsabilidade deles, e que os envergonha.
Mas, em última
instância, é claro, a responsabilidade é da nossa sociedade como
um todo, ela é que vai produzir e sofrer os efeitos da sua forma de
ser.
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