O jornal de hoje traz
uma recorrente notícia, um exemplo, dentre um milhão, da maneira
pela qual o dinheiro de todos passa a integrar o patrimônio de
alguns:
O dinheiro do público,
dos pagadores de impostos em busca de alguma melhoria de vida,
pagadores de bem altos impostos, para condições de vida bem
diminutas, vai ser transferido para o patrimônio pessoal de alguns
seletos privilegiados.
22,5 milhões, dizem as
contas, é o que se transferiu de programas de políticas públicas,
coisas básicas como infraestrutura, atendimento a crianças e a
mulheres em situação de violência, estas coisas, como se vê, tão
importantes, para reforçar o Plano de Saúde dos servidores do
Superior Tribunal de Justiça.
Agora, você se
pergunta, você tem de pagar bem caro pelo seu Plano de Saúde, e o
Governo não lhe transfere recursos?
Você se pergunta se
isto é uma situação de privilégio?
Você se pergunta se
isso é um direito que não é para todos, não podendo assim ser um
direito?
E a resposta é sim
para todas as perguntas.
Você está sendo
passado para trás?
Você está sendo feito
de palhaço?
“É normal”, dizem
os conformistas de plantão. Depois de garantir para si um tantinho.
Não, aqui a classe
ociosa, a classe privilegiada, a classe que se garante benefícios às
custas do trabalho alheio, não foi confrontada pelos nossos
comerciantes, pelos nossos trabalhadores, não lhes deram um basta ao
deboche.
Aliás, se juntaram
alguns desses comerciantes e trabalhadores para dar sustentação a
esta exploração do trabalho alheio. Estes que receberam alguns
milhões e alguns bilhões do dinheiro público, para não ter de
apresentar muito resultado. Para passarem algumas notas frias, para
darem alguns calotes, arrumarem uma declaração de falência, e
sumirem com a bufunfa...
Na certeza de que nada
nunca vai dar em nada.
É verdade, em termos
de punição não aparece mesmo muita coisa, às vezes um formal e
protocolar, “pode ter havido algum erro”, “algum dia será
reparado”, por alguma autoridade, e já se pode falar de outra
coisa.
Mas o resultado pode
ser medido também na falta de contenção das encostas, e nas
crianças pisando os esgotos não tratados atirados nos rios,
transbordados com as chuvas, e na geral falta de segurança e na
roubalheira sem fim...
Ou seja, dominam de
modo tão amplo, que nenhum Grande Líder se apresentou para
enfrentá-los.
O Grande Líder que
dizem que tivemos deixou todos estes grandes negócios intocados, e
aproveitou para fazer os seus próprios negócios, ainda maiores.
E este foi o nosso
Grande Líder...
E este é o estado das
coisas a que chegamos.
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