sábado, 1 de fevereiro de 2014

Da Estética?



 


Aquilo que se admira de coração, de verdade, isto é, sem obrigação ideológica de admirar, é aquilo que é bem feito.

Aquilo que exige tempo, e esforço, e trabalho, e compromisso, e talento, para ser produzido.

Um ideólogo pode negar valor a uma obra clássica, uma estátua de Atenas, um quadro de Leonardo, uma estátua de Michelangelo.

Mas não pode negar que aqueles homens que elaboraram esta arte o fizeram por meio de árduo trabalho, longas horas de estudo, desde a mais tenra infância, com firme competição entre os talentos.

Tudo isto que o neo-ideólogo abomina. O ideal para ele é negar o valor para as coisas elevadas. Tudo fruto de uma terrível conspiração programada para fazer o seu pobre umbigo se sentir mal.

Um Beethoven, um Mahler, um Mozart, um Bach, nada disso é capaz de inspirá-lo. Não compreendem, então é sinal de que merecem ser destruídos. O mundo tem de se nivelar aos seus estreitos horizontes.

É o pensamento do troglodita, persistente no ser humano. O pensamento de tribo, florescente onde há pouca cultura, onde a vida é uma guerra contínua, todos contra todos, homem lobo do homem.

Estou pensando na gangue armada de metralhadoras que tomou o poder no Afeganistão, por exemplo. Os talibãs, extremistas, violentos, intolerantes.

O que mandaram fazer? Explodiram estátuas de Buda, milenares, gigantes, um símbolo poderoso do valor do homem, fornecendo, no ato, um símbolo poderoso da degradação, do homem.

Uma Roda que gira...

Não estou dizendo que o mal esteja na crença muçulmana, que equivaleria a dizer que todo muçulmano é um violento tarado, um perverso, o demônio, ou qualquer pensamento do gênero fascista/nazista.

Afinal, não se pode esquecer de seus congêneres históricos, por exemplo, o fanatismo nazista, tomando de assalto um povo de tão fundas conquistas civilizacionais, como o alemão.

Não promoveram os nazistas suas queimas de livros? Seus campos de concentração?

E o fanatismo cristão, não promoveu sua queima de livros, sua queima de corpos, suas fogueiras da Inquisição?

E tanto homem bem falante não defende com elaborados argumentos este pensamento de ódio, este desejo de destruição?

Repousa na Natureza Humana, e se não se limpa o Jardim, viceja como erva daninha, toma conta do lugar, transforma tudo numa terra amaldiçoada, contrária à Natureza Humana...


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