Uma mulher bomba se
explode, matando mais 14. Um embaixador americano é assassinado, com
mais três, dentro da sua embaixada.
Valerá a pena pensar
sobre isto? Cuidar do seu jardim, só isso? Fugir da responsabilidade
que a consciência traz embutida?
Lamentar que os fatos
são assim, a triste condição do homem. Pobre espécie, equilibrada
entre a glória e a miséria, sem saber de que lado vai pender o
destino.
Ter uma vida, qualquer
vida, faz de alguém menos que um homem. Um ser e um destino, a ser
conhecido depois de sua morte.
Pois até a morte,
glorificar, como o louco Rei Creso, sua boa sorte é tentar as Parcas
que tecem o destino.
Cada orgulho que traz a
sua queda. Cada desmedida do ser humano.
Durante a guerra não
há bandidos e não há mocinhos. E o único inocente pagou com sua
vida.
Durante a guerra só
existem vítimas. Cada um, e ninguém a menos, vítima de seu
destino.
Cada um tendo de
carregar tudo o que significa ser um guerreiro conquistador, ou ser
assassinado pelo irmão pra perder seu trono.
Neste mundo de vítimas,
a única mensagem Redentora é a da caridade e da paz.
A paz segundo uma lei,
uma lei de comum acordo.
E o primeiro, e na
verdade único, mandamento seria o de respeitar e honrar seu próximo.
Mas, durante a guerra,
a visão pode ser obnubilada pelo sangue, e pelo fogo, e pela fumaça.
Pelo clamor do choro e do ranger de dentes. A morte sofrida numa
trincheira da primeira guerra.
Mas a memória
persiste, a memória de um menino que fui, e que precisa se fazer
criança para ser novamente.
E é por este lado que
ressurge a Esperança. Senhora de braceletes de prata no pulso,
flores em suas mãos. Para me acolher como Mãe, me acolher como
filho. Uma chama para uma hora de trevas.
E nisto se faz o
sonhar. Nisto se faz, meu Deus, inclusive o viver!
O juiz Siro Darlan
comparecia bastante nos noticiários quando era titular da Vara de
Infância e Juventude, por decisões polêmicas proibindo crianças
de participarem de novelas e shows.
Andava meio sumido (não
que eu estivesse reclamando...), mas agora, promovido a desembargador
do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (ui) reapareceu em grande
estilo, mandando soltar sete de nove dos bandidos que há cerca de
dois anos protagonizaram uma cenas de cinema (filme-catástrofe):
invadiram o Hotel Intercontinental de São Conrado, fazendo reféns
35 pessoas. Não satisfeitos, trocaram tiros com a polícia em plena
rua, armados que estavam com fuzis, pistolas, granadas, grande
quantidade de munição, coletes à prova de balas, rádios de
comunicação...
Estavam preparados para
iniciar, e realmente iniciaram, uma pequena guerra.
Pois nada disso
considerou Siro Darlan. Viu apenas que estava estourado o prazo para
conclusão do processo. E, daí, ao invés de determinar a rápida
conclusão do processo, determinou a soltura dos acusados.
Ele inclusive informa
que o Ministério Público considerou muito lógica e normal a
decisão: “O Ministério Público, coerente com seu papel
fiscalizador, acatou a decisão da Justiça e sequer recorreu da
correta decisão, que além da adesão dos procuradores, teve a seu
favor o fato de os réus, estando em liberdade, estarem cumprindo as
condições legais trabalhando e comparecendo a todos os atos
processuais”.
Também o presidente do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro preferiu lavar suas mãos,
informando em nota que “não interfere nas decisões dos juízes,
que são soberanas”, e que, “cabe ao magistrado decidir com a lei
e o bom senso”.
Engraçado invocar o
bom senso, neste contexto. Será que é bom senso liberar pessoas que
notoriamente, e em grau máximo, ameaçaram a sociedade, juntando-se
em quadrilha para enfrentar com armamento pesado as forças de
segurança?
Será que a sociedade
pode aceitar este acinte, ser estapeada na cara, sem reagir, porque
se invocam, especiosamente, os direitos humanos?
Direitos humanos, sim,
de haver um processo, de haver uma defesa. Mas convivendo com o dever
de cumprir pena, caso afronte as leis da sociedade. Maior a afronta,
maior é a pena.
Direitos humanos, sim,
de cumprir a pena em uma prisão onde seja possível viver. De poder
trabalhar para se ressocializar, e também para pagar pelos prejuízos
que causou. De ter uma oportunidade para reiniciar a vida, mas agora
sob especial controle e vigilância do Estado, em razão do crime
cometido.
Enfim, como vale mais
uma imagem do que mil palavras:
Termino com este
interessante link que descobri enquanto pesquisava sobre Siro Darlan
na Internet, referente a rolos criminais envolvendo alguns de seus
assessores:
Fizeram de tudo, de armas de brinquedo que soltam faísca
Até Cristos cor de carne que brilham no escuro
É fácil perceber, sem precisar olhar muito longe
Que não muito é verdadeiramente sagrado
Enquanto pregadores pregam os destinos cruéis
Professores ensinam que o conhecimento espera
Pode conduzir a jantares de mil dólares
E a bondade se esconde atrás dos seus portões
Mas até mesmo o presidente dos Estados Unidos
Algumas vezes terá de se apresentar despido
E apesar de as regras da estrada
terem sido lançadas
É apenas com os jogos humanos
que você precisa lidar
E está tudo certo, mãe,
Eu consigo fazê-lo
Placas de publicidade que enganam
Fazendo acreditar que você é aquele
que pode fazer o que nunca foi feito
que pode vencer o que nunca foi vencido
Enquanto lá fora a vida segue
toda à sua volta
Você se perde, reaparece
De repente percebe que não tem nada a temer
Sozinho, você permanece
com ninguém por perto
Quando uma voz trêmula e distante,
indistinta
Perturba seus ouvidos sonolentos para escutar
que alguém pensa que eles realmente te conhecem
Uma pergunta nos seus nervos se acende
Mesmo assim você sabe não há resposta que encaixe
pra satisfazer e garantir que você não vá desistir
pra manter na mente, e não esquecer
Que não é a ele, ou a ela, ou a eles, ou a qualquer coisa
que você pertence
Embora os mestres
façam as regras
para os homens sábios
e os tolos
Eu não tenho nada, mãe,
conforme o que viver.
Para aqueles que devem obedecer à autoridade
que eles não respeitam, de nenhum modo,
que despreza seus trabalhos, seus destinos,
fala com inveja dos que são livres
fazem o que eles fazem só para serem
nada mais do que algo em que investiram
Enquanto alguns em princípios batizados
em estritos laços de plataforma partidárias
Em clubes sociais disfarçados com trapos,
do lado de fora podem livremente criticar
não dizem nada exceto a quem idolatrar
e então dizem: “Deus o abençoe”.
Enquanto um que canta com sua língua em fogo
Gargareja no coral da corrida de ratos
Com a forma retorcida pelos alicates da sociedade
não está preocupado em subir para céus mais altos
mas prefere te trazer até o buraco
onde ele se encontra
Mas eu não desejo o mal
e nem quero culpar
a nenhum deles
que vive dentro de um cofre
Mas está tudo certo, mãe,
se eu não puder agradá-lo.
Velhas juízas observam os casais
limitadas em sexo elas ousam
empurrar falsas morais, e insulto e mau olhado
Enquanto dinheiro não pede, ele ordena
Obscenidade, quem realmente se importa
Propaganda, tudo é falso
Enquanto os que defendem o que não podem ver
Com o orgulho de assassinos, e a segurança
Que lhes funde nas mentes de modo amargo
Para estes que pensam que a honestidade da morte
não cairá sobre eles, naturalmente,
A vida às vezes deve ficar solitária
Meus olhos colidem
de frente com tumbas estufadas
Falsos objetivos, eu me arrasto
Sob esta mesquinharia, que joga tão sujo,
caminha pra cima e pra baixo, por dentro algemada
chuta minhas pernas até quebrá-las
e me fazer dizer: “chega, eu tive o bastante
o que mais você pode fazer?”
E se os sonhos no meu pensamento
pudessem ser vistos
eles provavelmente colocariam minha cabeça
numa guilhotina
Mas está tudo certo, mãe,
é a vida, e apenas a vida
It's All Right, Ma (I'm Only Bleeding)
Darkness at the break of noon
Shadows even the silver spoon
The handmade blade, the child's balloon
Eclipses both the sun and moon
To understand you know too soon
There is no sense in trying.
Pointed threats, they bluff with scorn
Suicide remarks are torn
From the fools gold mouthpiece
The hollow horn plays wasted words
Proved to warn
That he not busy being born
Is busy dying.
Temptation's page flies out the door
You follow, find yourself at war
Watch waterfalls of pity roar
You feel to moan but unlike before
You discover
That you'd just be
One more person crying.
So don't fear if you hear
A foreign sound to you ear
It's alright, Ma, I'm only sighing.
As some warn victory, some downfall
Private reasons great or small
Can be seen in the eyes of those that call
To make all that should be killed to crawl
While others say don't hate nothing at all
Except hatred.
Disillusioned words like bullets bark
As human gods aim for their marks
Made everything from toy guns that sparks
To flesh-colored Christs that glow in the dark
It's easy to see without looking too far
That not much
Is really sacred.
While preachers preach of evil fates
Teachers teach that knowledge waits
Can lead to hundred-dollar plates
Goodness hides behind its gates
But even the President of the United States
Sometimes must have
To stand naked.
An' though the rules of the road have been lodged
It's only people's games that you got to dodge
And it's alright, Ma, I can make it.
Advertising signs that con you
Into thinking you're the one
That can do what's never been done
That can win what's never been won
Meantime life outside goes on
All around you.
You loose yourself, you reappear
You suddenly find you got nothing to fear
Alone you stand without nobody near
When a trembling distant voice, unclear
Startles your sleeping ears to hear
That somebody thinks
They really found you.
A question in your nerves is lit
Yet you know there is no answer fit to satisfy
Insure you not to quit
To keep it in your mind and not forget
That it is not he or she or them or it
That you belong to.
Although the masters make the rules
For the wise men and the fools
I got nothing, Ma, to live up to.
For them that must obey authority
That they do not respect in any degree
Who despite their jobs, their destinies
Speak jealously of them that are free
Do what they do just to be
Nothing more than something
They invest in.
While some on principles baptized
To strict party platforms ties
Social clubs in drag disguise
Outsiders they can freely criticize
Tell nothing except who to idolize
And then say God Bless him.
While one who sings with his tongue on fire
Gargles in the rat race choir
Bent out of shape from society's pliers
Cares not to come up any higher
But rather get you down in the hole
That he's in.
But I mean no harm nor put fault
On anyone that lives in a vault
But it's alright, Ma, if I can't please him.
Old lady judges, watch people in pairs
Limited in sex, they dare
To push fake morals, insult and stare
While money doesn't talk, it swears
Obscenity, who really cares
Propaganda, all is phony.
While them that defend what they cannot see
With a killer's pride, security
It blows the minds most bitterly
For them that think death's honesty
Won't fall upon them naturally
Life sometimes
Must get lonely.
My eyes collide head-on with stuffed graveyards
False gods, I scuff
At pettiness which plays so rough
Walk upside-down inside handcuffs
Kick my legs to crash it off
Say okay, I have had enough
What else can you show me ?
And if my thought-dreams could been seen
They'd probably put my head in a guillotine
But it's alright, Ma, it's life, and life only.
Existe um outro
problema em se compactuar com o roubo:
É aceitar que existam
duas classes de seres humanos segundo a lei do Estado.
Existem aqueles que
precisam respeitar a lei (comuns).
Existem aqueles que não
precisam respeitar a lei (incomuns).
Muito embora a Lei
Maior (Constituição Federal) diga que a lei deve ser igual para
todos (princípio da igualdade jurídica). Mas é preciso observar a
prática, por mais lindas que sejam as palavras da lei. E o que esta
mostra?
Então, não adianta
estufar o peito para dizer que se é muito “democrático”,
“igualitário”, “respeitador das leis”, se, na prática, de
qualquer modo se pratica o roubo, se recebe dinheiro cujas origens
devem permanecer ocultas.
Seja deputado, juiz,
policial, presidente, ministro, senador, líder da Câmara, chefe dos
super-chefes, o escambau.
Não é democrático,
não é igualitário, não é respeitador das leis.
Pode falar muito bem o
francês, ou viver na França, ou visitar Cuba, ou torrar uma
montanha de dinheiro em Las Vegas.
É ladrão, roubador,
desonesto.
E num Estado
verdadeiramente democrata, e digno, estaria na cadeia por seu roubo.
Concordo que o momento
histórico do Judiciário brasileiro ocorrerá quando houver uma pena
de prisão, com grades na janela, para algum figurão desviante de
dinheiro público.
Se não ocorrer no
julgamento do mensalão, este será histórico por motivo bem
diverso, o de que instituímos, com a força de decisão oficial de
última instância, que o crime pode ser, sim, muito compensador.
Não que se proclame
com todas as letras, aliás, tem um monte de circunlóquios e golpes
retóricos.
Mas, sabe como é, o
bom entendedor tem de saber ler nas entrelinhas...
Apesar da postura
corajosa do Joaquim, apesar da força da veemência do discurso do
Celso de Mello, etc., permitir que se continue por aí, usufruindo do
bem bom, quem fatura milhões com um golpe, é aceitar ser roubado na
cara.
A notícia de hoje é
que o folclórico Doutor (?) Juquinha, aquele cujo patrimônio
familiar passou, nos poucos anos em que foi presidente a estatal
responsável por obras ferroviárias cortando o país, de 1 milhão e
pouco para mais de 60 milhões, o folclórico Dr. Juquinha, dizia,
teve um recurso de seu advogado julgado merecedor, por unanimidade,
vejam bem, numa Turma Recursal do Tribunal Regional Federal da 1a
Região, de fazer com que todas as provas colhidas contra o Dr.
Juquinha e seus familiares, através de interceptação telefônica,
autorizada pela Justiça, no curso das investigações levadas a
cabo.
O relator desta
decisão, juiz Tourinho Neto, descendente de ilustríssimo
processualista brasileiro, é conhecido por outras decisões
invalidando escutas telefônicas feitas pela Polícia, autorizadas
pela Justiça.
Segundo declara o
referido juiz, “a interceptação telefônica só pode ser
utilizada de modo excepcionalíssimo.”
Grandes palavras, mas
ainda assim dá vontade de perguntar: será que um patrimônio
crescer, milhares de vezes por cento, num curto espaço de tempo, sem
que se dê qualquer explicação razoável, não é motivo relevante
para uma investigação? E será que está certo desconsiderar os
elementos de prova que esta investigação produz, por qualquer
argumentação?
O que significa dizer
que alguém recebeu milhões e milhões, sem ter sido por salário,
por trabalho, por herança, por jogo de azar.
Significa que esse
alguém recebeu o dinheiro sem poder prestar contas. Significa que
recebeu dinheiro sujo. Significa que a origem deste dinheiro é o
roubo, puro e simples, como no Mandamento, seja este roubo
classificado como corrupção, furto, assalto a mão armada, ou o que
quiserem.
Tolerar uma situação
desta significa que a sociedade tolera o roubo.
Não querer investigar,
não querer condenar, significa que compactuamos com o roubo.
Se a sociedade não
consegue reagir a isto, das duas uma: ou ela é hipócrita, ao
proclamar que preza os valores corretos, e praticar o contrário
destes valores.
Ou é impotente para
mudar, e então a prática que ocorre é uma imposição dos que têm
o poder real. E isto conduz à conclusão de que a sociedade não é
livre para seguir sob seus verdadeiros valores.
Nenhuma alternativa
agradável, mas eu prefiro a segunda, porque a imposição externa
sempre pode ser vencida pela resistência humana.
Mas se existe a
aceitação interna de que os princípios e valores não valem nada,
no máximo bom disfarce para um desenfreado desejo de poder e cobiça,
então a condenação é final.
Para alguns destes, que
ativamente contribuem para o roubo de um povo cujas crianças morrem,
pelas causas mais miseráveis, a condenação já é final.
Irrecorrível.
Se este sentimento se
espraia pela sociedade, nos carguinhos e empreguinhos, nos luxões e
luxinhos, nos privilegiozões e privilegiozinhos, então a sociedade
é condenada.
"Um diploma universitário não é necessário para a maioria dos serviços que as pessoas fazem no mundo, enquanto a alfabetização, a aritmética e a capacidade básica de interpretar informação o são absolutamente. (...) O principal efeito do fetichismo americano em relação ao diploma foi fazer o trabalho qualificado pragmático parecer de segunda classe." - Robert Hughes, em Cultura da Reclamação - O Desgaste Americano - ed.Companhia das Letras, 1993
Lei recentemente
aprovada pela presidenTA Dilma Rousseff determina que 50% das vagas
nas universidades federais fiquem sob reserva de cotas, raciais, de
renda, e para alunos da rede pública de ensino médio.
Contratamos, com
esmero, um grande problema para o país, do presente e a estender-se
pelas gerações futuras.
Dá pra pensar na
avalanche de ações que abarrotarão nosso já muito ágil
Judiciário, de alunos que se sentirão prejudicados, e com razão,
na ocupação das vagas.
Agora, ao invés de um
sistema igualitário, com poucas e simples regras, comuns para
muitos, teremos um sistema com muitas e complicadas regras,
diferentes para cada grupo, ou classe, ou raça (termo horrível e
vazio de significado, bem o sei. Mas, no nosso Brasil de hoje,
imposto por lei - literalmente) de cidadãos.
Agora, teremos uma
regra pro branco, outra regra pro negro, uma regra pro índio, uma
regra pro pardo...
Uma regra pro branco de
escola pública, uma regra pro negro de escola privada, diferente da
regra pro pardo de maior renda, que não será igual à regra pro
índio de menor renda...
Deu pra sentir o drama?
A confusão, a barafunda, que estamos armando? A Torre de Babel que
vamos construindo? E esta é só a ponta do iceberg que, por força
de lei, lançamos ao mar, na rota de nosso Brasil-Titanic...
Agora, teremos o
espetáculo da disputa jurídica do índio de escola pública, contra
o pardo de escola privada, contra o branco de pouca renda, contra o
negro de muita renda... quase como se cada um tivesse seu regime
jurídico próprio, ao invés de uma lei comum a todos.
Pior serão os chefes
de secretaria e de gabinetes, os departamentos jurídicos e
reitorias, depois os juízes e os tribunais, decidindo quem é de
fato negro ou branco...
Será que teremos de
pagar a peritos para avaliarem o grau de “negritude”, ou de
“brancura”, ou de “indiez” de um indivíduo?
Será que criaremos, ou
importaremos, teorias raciais, como aquela infame norte-americana:
“uma gota de sangue negro, e é todo negro”?
E enquanto este tipo de
situação monstruosa e infame vai ganhando forma legal entre nós,
ninguém enxerga ou enfrenta o verdadeiro o verdadeiro problema, tal
como surge em pesquisa recente sobre a educação do país:
65 % dos que terminam o
ensino médio não são plenamente alfabetizados.
38 % dos que concluem a
faculdade não são plenamente alfabetizados.
Dá pra imaginar
situação mais bizarra, ominosa pro nosso futuro?
Nós, que já temos
índices elevados de evasão escolar (40 % dos trabalhadores
brasileiros não concluíram sequer o ensino fundamental), ainda nos
damos ao luxo de entregar nada menos de 65 % dos “felizardos” que
conseguem chegar ao final do 2o Grau em situação de
semi-analfabetismo.
Após longos anos de
ensino (ensino?) conseguem mal e porcamente decifrar um texto bem
simples.
E 38 % dos nossos
“doutores” estão no mesmo nível...
Quanto desperdício de
tempo, de recursos, e, principalmente, tristemente, quanto
desperdício de futuros...
Creio que a fértil
imaginação de Kafka não produziria um pesadelo tão grotesco, e
tão medonho, quanto esta nossa realidade.
Sou advogado público. Brasileiro, natural do Rio de Janeiro. Moro em Nova Friburgo, no estado do Rio. Nasci em 1973. Publico também no blog hebdomadário de assuncion, junto com amigos, meu pseudônimo é Dr. Jonah. http://hebdoma.blogspot.com/. E não consigo pensar em nada mais de relevante. Relevante (ou não) será o texto que escrevo. Quem escreve, não importa.