domingo, 16 de setembro de 2012

Bob Dylan - It's All Right, Ma (I'm Only Bleeding) - Tradução



Está tudo certo, Mãe (eu só estou sangrando)

Escuridão ao sol do meio dia
Sombras mesmo sobre os nascidos em berço de ouro

A lâmina feita à mão, o balão da criança
Eclipsa ambos o sol e a lua

Para entender, você descobre demasiado cedo
Não faz sentido tentar

Ameaças pontiagudas blefam com escárnio
Comentários suicidas são destroçados

De bocal de ouro o chifre oco do tolo
toca palavras gastas

Provas para alertar:
Ele não está ocupado nascendo

Está ocupado morrendo

A página da tentação voa pela porta pra fora
Você a segue, você se descobre em guerra

Observa cachoeiras de sofrimento rugindo
Sente vontade de lamentar, mas diferente de antes

Você percebe que é só mais uma pessoa
chorando

Então não tema
se notar

um som estranho
no ouvido

Está tudo certo, mãe,
Eu estou só suspirando...

Como alguma vitória quente,
alguma queda livre

Motivos particulares, pequenos ou grandes
Podem ser vistos nos olhos daqueles que convocam

Pra fazer rastejar os que deviam ser assassinados
Enquanto outros dizem não odeiem nada que seja

À exceção do ódio

Palavras desiludidas, latindo como balas
Enquanto deuses humanos miram nos seus alvos

Fizeram de tudo, de armas de brinquedo que soltam faísca
Até Cristos cor de carne que brilham no escuro

É fácil perceber, sem precisar olhar muito longe
Que não muito é verdadeiramente sagrado

Enquanto pregadores pregam os destinos cruéis
Professores ensinam que o conhecimento espera

Pode conduzir a jantares de mil dólares
E a bondade se esconde atrás dos seus portões

Mas até mesmo o presidente dos Estados Unidos
Algumas vezes terá de se apresentar despido

E apesar de as regras da estrada
terem sido lançadas

É apenas com os jogos humanos
que você precisa lidar

E está tudo certo, mãe,
Eu consigo fazê-lo

Placas de publicidade que enganam
Fazendo acreditar que você é aquele

que pode fazer o que nunca foi feito
que pode vencer o que nunca foi vencido

Enquanto lá fora a vida segue
toda à sua volta

Você se perde, reaparece
De repente percebe que não tem nada a temer

Sozinho, você permanece
com ninguém por perto

Quando uma voz trêmula e distante,
indistinta

Perturba seus ouvidos sonolentos para escutar
que alguém pensa que eles realmente te conhecem

Uma pergunta nos seus nervos se acende
Mesmo assim você sabe não há resposta que encaixe

pra satisfazer e garantir que você não vá desistir
pra manter na mente, e não esquecer

Que não é a ele, ou a ela, ou a eles, ou a qualquer coisa
que você pertence

Embora os mestres
façam as regras

para os homens sábios
e os tolos

Eu não tenho nada, mãe,
conforme o que viver.

Para aqueles que devem obedecer à autoridade
que eles não respeitam, de nenhum modo,

que despreza seus trabalhos, seus destinos,
fala com inveja dos que são livres

fazem o que eles fazem só para serem
nada mais do que algo em que investiram

Enquanto alguns em princípios batizados
em estritos laços de plataforma partidárias

Em clubes sociais disfarçados com trapos,
do lado de fora podem livremente criticar

não dizem nada exceto a quem idolatrar
e então dizem: “Deus o abençoe”.

Enquanto um que canta com sua língua em fogo
Gargareja no coral da corrida de ratos

Com a forma retorcida pelos alicates da sociedade
não está preocupado em subir para céus mais altos

mas prefere te trazer até o buraco
onde ele se encontra
Mas eu não desejo o mal
e nem quero culpar

a nenhum deles
que vive dentro de um cofre

Mas está tudo certo, mãe,
se eu não puder agradá-lo.

Velhas juízas observam os casais
limitadas em sexo elas ousam

empurrar falsas morais, e insulto e mau olhado
Enquanto dinheiro não pede, ele ordena

Obscenidade, quem realmente se importa
Propaganda, tudo é falso

Enquanto os que defendem o que não podem ver
Com o orgulho de assassinos, e a segurança

Que lhes funde nas mentes de modo amargo
Para estes que pensam que a honestidade da morte

não cairá sobre eles, naturalmente,
A vida às vezes deve ficar solitária

Meus olhos colidem
de frente com tumbas estufadas

Falsos objetivos, eu me arrasto
Sob esta mesquinharia, que joga tão sujo,

caminha pra cima e pra baixo, por dentro algemada
chuta minhas pernas até quebrá-las

e me fazer dizer: “chega, eu tive o bastante
o que mais você pode fazer?”

E se os sonhos no meu pensamento
pudessem ser vistos

eles provavelmente colocariam minha cabeça
numa guilhotina

Mas está tudo certo, mãe,
é a vida, e apenas a vida



It's All Right, Ma (I'm Only Bleeding)

Darkness at the break of noon
Shadows even the silver spoon
The handmade blade, the child's balloon
Eclipses both the sun and moon
To understand you know too soon
There is no sense in trying.

Pointed threats, they bluff with scorn
Suicide remarks are torn
From the fools gold mouthpiece
The hollow horn plays wasted words
Proved to warn
That he not busy being born
Is busy dying.

Temptation's page flies out the door
You follow, find yourself at war
Watch waterfalls of pity roar
You feel to moan but unlike before
You discover
That you'd just be
One more person crying.

So don't fear if you hear
A foreign sound to you ear
It's alright, Ma, I'm only sighing.

As some warn victory, some downfall
Private reasons great or small
Can be seen in the eyes of those that call
To make all that should be killed to crawl
While others say don't hate nothing at all
Except hatred.

Disillusioned words like bullets bark
As human gods aim for their marks
Made everything from toy guns that sparks
To flesh-colored Christs that glow in the dark
It's easy to see without looking too far
That not much
Is really sacred.

While preachers preach of evil fates
Teachers teach that knowledge waits
Can lead to hundred-dollar plates
Goodness hides behind its gates
But even the President of the United States
Sometimes must have
To stand naked.

An' though the rules of the road have been lodged
It's only people's games that you got to dodge
And it's alright, Ma, I can make it.

Advertising signs that con you
Into thinking you're the one
That can do what's never been done
That can win what's never been won
Meantime life outside goes on
All around you.

You loose yourself, you reappear
You suddenly find you got nothing to fear
Alone you stand without nobody near
When a trembling distant voice, unclear
Startles your sleeping ears to hear
That somebody thinks
They really found you.

A question in your nerves is lit
Yet you know there is no answer fit to satisfy
Insure you not to quit
To keep it in your mind and not forget
That it is not he or she or them or it
That you belong to.

Although the masters make the rules
For the wise men and the fools
I got nothing, Ma, to live up to.

For them that must obey authority
That they do not respect in any degree
Who despite their jobs, their destinies
Speak jealously of them that are free
Do what they do just to be
Nothing more than something
They invest in.

While some on principles baptized
To strict party platforms ties
Social clubs in drag disguise
Outsiders they can freely criticize
Tell nothing except who to idolize
And then say God Bless him.

While one who sings with his tongue on fire
Gargles in the rat race choir
Bent out of shape from society's pliers
Cares not to come up any higher
But rather get you down in the hole
That he's in.

But I mean no harm nor put fault
On anyone that lives in a vault
But it's alright, Ma, if I can't please him.

Old lady judges, watch people in pairs
Limited in sex, they dare
To push fake morals, insult and stare
While money doesn't talk, it swears
Obscenity, who really cares
Propaganda, all is phony.

While them that defend what they cannot see
With a killer's pride, security
It blows the minds most bitterly
For them that think death's honesty
Won't fall upon them naturally
Life sometimes
Must get lonely.

My eyes collide head-on with stuffed graveyards
False gods, I scuff
At pettiness which plays so rough
Walk upside-down inside handcuffs
Kick my legs to crash it off
Say okay, I have had enough
What else can you show me ?

And if my thought-dreams could been seen
They'd probably put my head in a guillotine
But it's alright, Ma, it's life, and life only.

Nenhum comentário: