
Uma mulher bomba se
explode, matando mais 14. Um embaixador americano é assassinado, com
mais três, dentro da sua embaixada.
Valerá a pena pensar
sobre isto? Cuidar do seu jardim, só isso? Fugir da responsabilidade
que a consciência traz embutida?
Lamentar que os fatos
são assim, a triste condição do homem. Pobre espécie, equilibrada
entre a glória e a miséria, sem saber de que lado vai pender o
destino.
Ter uma vida, qualquer
vida, faz de alguém menos que um homem. Um ser e um destino, a ser
conhecido depois de sua morte.
Pois até a morte,
glorificar, como o louco Rei Creso, sua boa sorte é tentar as Parcas
que tecem o destino.
Cada orgulho que traz a
sua queda. Cada desmedida do ser humano.
Durante a guerra não
há bandidos e não há mocinhos. E o único inocente pagou com sua
vida.
Durante a guerra só
existem vítimas. Cada um, e ninguém a menos, vítima de seu
destino.
Cada um tendo de
carregar tudo o que significa ser um guerreiro conquistador, ou ser
assassinado pelo irmão pra perder seu trono.
Neste mundo de vítimas,
a única mensagem Redentora é a da caridade e da paz.
A paz segundo uma lei,
uma lei de comum acordo.
E o primeiro, e na
verdade único, mandamento seria o de respeitar e honrar seu próximo.
Mas, durante a guerra,
a visão pode ser obnubilada pelo sangue, e pelo fogo, e pela fumaça.
Pelo clamor do choro e do ranger de dentes. A morte sofrida numa
trincheira da primeira guerra.
Mas a memória
persiste, a memória de um menino que fui, e que precisa se fazer
criança para ser novamente.
E é por este lado que
ressurge a Esperança. Senhora de braceletes de prata no pulso,
flores em suas mãos. Para me acolher como Mãe, me acolher como
filho. Uma chama para uma hora de trevas.
E nisto se faz o
sonhar. Nisto se faz, meu Deus, inclusive o viver!
Nenhum comentário:
Postar um comentário