quinta-feira, 27 de setembro de 2012



O juiz Siro Darlan comparecia bastante nos noticiários quando era titular da Vara de Infância e Juventude, por decisões polêmicas proibindo crianças de participarem de novelas e shows.

Andava meio sumido (não que eu estivesse reclamando...), mas agora, promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (ui) reapareceu em grande estilo, mandando soltar sete de nove dos bandidos que há cerca de dois anos protagonizaram uma cenas de cinema (filme-catástrofe): invadiram o Hotel Intercontinental de São Conrado, fazendo reféns 35 pessoas. Não satisfeitos, trocaram tiros com a polícia em plena rua, armados que estavam com fuzis, pistolas, granadas, grande quantidade de munição, coletes à prova de balas, rádios de comunicação...

Estavam preparados para iniciar, e realmente iniciaram, uma pequena guerra.

Pois nada disso considerou Siro Darlan. Viu apenas que estava estourado o prazo para conclusão do processo. E, daí, ao invés de determinar a rápida conclusão do processo, determinou a soltura dos acusados.

Parece lógico? Parece normal? Quem quiser ler as justificativas de Siro Darlan vai encontrá-las no seu blog: http://www.blogdosirodarlan.com/?p=304

Ele inclusive informa que o Ministério Público considerou muito lógica e normal a decisão: “O Ministério Público, coerente com seu papel fiscalizador, acatou a decisão da Justiça e sequer recorreu da correta decisão, que além da adesão dos procuradores, teve a seu favor o fato de os réus, estando em liberdade, estarem cumprindo as condições legais trabalhando e comparecendo a todos os atos processuais”.

Também o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro preferiu lavar suas mãos, informando em nota que “não interfere nas decisões dos juízes, que são soberanas”, e que, “cabe ao magistrado decidir com a lei e o bom senso”.

Engraçado invocar o bom senso, neste contexto. Será que é bom senso liberar pessoas que notoriamente, e em grau máximo, ameaçaram a sociedade, juntando-se em quadrilha para enfrentar com armamento pesado as forças de segurança?

Será que a sociedade pode aceitar este acinte, ser estapeada na cara, sem reagir, porque se invocam, especiosamente, os direitos humanos?

Direitos humanos, sim, de haver um processo, de haver uma defesa. Mas convivendo com o dever de cumprir pena, caso afronte as leis da sociedade. Maior a afronta, maior é a pena.

Direitos humanos, sim, de cumprir a pena em uma prisão onde seja possível viver. De poder trabalhar para se ressocializar, e também para pagar pelos prejuízos que causou. De ter uma oportunidade para reiniciar a vida, mas agora sob especial controle e vigilância do Estado, em razão do crime cometido.

Enfim, como vale mais uma imagem do que mil palavras:


Termino com este interessante link que descobri enquanto pesquisava sobre Siro Darlan na Internet, referente a rolos criminais envolvendo alguns de seus assessores:



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