Manifestações
públicas, passeatas, são esperadas numa democracia. É, inclusive,
direito fundamental, art. 5º,
XVI, CF:
“Todos podem
reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente”
Se é direito
manifestar-se, protestar, obviamente não é direito agredir as
pessoas, depredar patrimônio, saquear lojas. É crime. E para
criminosos existe polícia, julgamento, cadeia.
Ou deveria ser assim,
pois neste país as obviedades às vezes não têm vez. Polícia
agride manifestantes pacíficos, enquanto vândalos não são
incomodados. País de pernas pro ar.
Culpa da
desorganização, da falta de planejamento e de treinamento para
perseguir objetivos claramente definidos. Ao invés de “Acabar com
a baderna e com os baderneiros”, “baderna” e “baderneiros”
significando “passeata” e “manifestantes pacíficos”, deveria
ser “Garantir a manifestação pacífica, capturando os que
cometem crimes para que sejam julgados”.
Pronto. Civilidade.
Nas imagens das
manifestações ficou claríssimo: dezenas e centenas de milhares
exercendo seu direito de protestar. E dezenas e centenas de
criminosos cometendo crimes. Inclusive criminosos fardados, como o
policial que agrediu covardemente uma manifestante ajoelhada no chão,
à sua frente.
Para o criminoso,
punição, seja ele “filhinho de papai” ou policial. Que a
polícia leve ônibus para transportar os criminosos, que utilizem
redes ou boleadeiras. Que se tenha um juiz, um defensor, um promotor,
de plantão para julgar com celeridade os casos. Já se carregam os
criminosos, em lote, para as salas de audiência. Que seja tudo
filmado pela polícia, de vários ângulos. E que os vândalos saiam dali para prestar
serviços à comunidade, percam finais de semana, limpando ruas,
tirando pichações de prédios...
Em contra-partida, que
sejam os policiais claramente identificados por algum número ou
sinal em suas fardas. Para que aqueles flagrados cometendo crimes,
desonrando a farda, possam ser expulsos da corporação e responder
por seus atos.
Claro, os capitães, os
coronéis, os governadores, são responsáveis por treinar e instruir
suas tropas para que cumpram seu papel, e não protagonizem atos de
vandalismo.
Mas tudo isso, claro, é
somente o óbvio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário