domingo, 30 de junho de 2013

Protesto e vandalismo

Manifestações públicas, passeatas, são esperadas numa democracia. É, inclusive, direito fundamental, art. 5º, XVI, CF:

“Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”

Se é direito manifestar-se, protestar, obviamente não é direito agredir as pessoas, depredar patrimônio, saquear lojas. É crime. E para criminosos existe polícia, julgamento, cadeia.

Ou deveria ser assim, pois neste país as obviedades às vezes não têm vez. Polícia agride manifestantes pacíficos, enquanto vândalos não são incomodados. País de pernas pro ar.

Culpa da desorganização, da falta de planejamento e de treinamento para perseguir objetivos claramente definidos. Ao invés de “Acabar com a baderna e com os baderneiros”, “baderna” e “baderneiros” significando “passeata” e “manifestantes pacíficos”, deveria ser “Garantir a manifestação pacífica, capturando os que cometem crimes para que sejam julgados”.

Pronto. Civilidade.

Nas imagens das manifestações ficou claríssimo: dezenas e centenas de milhares exercendo seu direito de protestar. E dezenas e centenas de criminosos cometendo crimes. Inclusive criminosos fardados, como o policial que agrediu covardemente uma manifestante ajoelhada no chão, à sua frente.

Para o criminoso, punição, seja ele “filhinho de papai” ou policial. Que a polícia leve ônibus para transportar os criminosos, que utilizem redes ou boleadeiras. Que se tenha um juiz, um defensor, um promotor, de plantão para julgar com celeridade os casos. Já se carregam os criminosos, em lote, para as salas de audiência. Que seja tudo filmado pela polícia, de vários ângulos. E que os vândalos saiam dali para prestar serviços à comunidade, percam finais de semana, limpando ruas, tirando pichações de prédios...

Em contra-partida, que sejam os policiais claramente identificados por algum número ou sinal em suas fardas. Para que aqueles flagrados cometendo crimes, desonrando a farda, possam ser expulsos da corporação e responder por seus atos.

Claro, os capitães, os coronéis, os governadores, são responsáveis por treinar e instruir suas tropas para que cumpram seu papel, e não protagonizem atos de vandalismo.

Mas tudo isso, claro, é somente o óbvio.

Nenhum comentário: