
Chegou o momento da
decisão, nossa Grande Encruzilhada! Queremos ser um povo livre,
responsável pelo próprio destino? Ou vamos seguir divididos, massas
inermes de escravos, satisfeitos se conseguimos o pão e o circo, e
do outro lado nossos senhores, entupidos de privilégios, deformados
pela impunidade, tratando apenas dos seus próprios interesses?
De um lado, democracia
verdadeira, a cada homem um voto, representantes vinculados,
prestando contas aos representados.
Do outro lado, o
escancaramento da farsa, caciques arrogantes mandando e desmandando,
mistificando os trouxas com “bondades” que os próprios trouxas
financiam, migalhas que não matam a fome, mas que criam dependência,
enquanto eles próprios, e seus apaniguados, garantem, POR LEI, E POR
DIREITO ADQUIRIDO, privilégios com que a plebe ignara sequer ousa
sonhar.
Reclamam que o povo nas
ruas não pede reforma política, e sim mais saúde, melhores
escolas, segurança e o fim da corrupção.
Não percebem que está
tudo relacionado, que foi o imenso descolamento entre representantes
e representados que proporcionou esta liberdade para que a casta dos
senhores virasse as costas aos nossos anseios, desprezasse
olimpicamente nossos direitos, e se entregasse com gosto a uma vida
de luxo e de corrupção, apartada da dureza da vida de quem é
obrigado a financiar essa festa.
Hospitais bons,
esquemas de segurança, mobilidade urbana, através de helicóptero?
Isso é para poucos, para os que estão no Poder, e para os que
gravitam ao redor destes.
Escolas ruins? Mandem o
filho pra estudar lá fora! Aumentos salariais, aposentadorias
polpudas? Dá-se um jeito, prepara-se uma lei, uma resolução,
arruma-se alguma indenização retroativa. Os Tribunais aceitam, eles
fazem também.
Arruma-se um esquema. O
empresário empresta o jatinho. O filho dele ganha um cargo de
confiança. Abre-se uma ONG, recebe-se uma verba. Ninguém presta
contas. O escândalo de hoje abafa o escândalo de ontem. E tudo é
legal, e tem o beneplácito da jurisprudência.
Dá-se um jeito. É o
país do jeitinho. Pelo menos para os que esperam tirar uma casquinha
(ou um cascão) do Poder. Para os que esperam contar com os
privilégios de pertencer à casta dos senhores, ou de ser um dos
protegidos.
Para os que não têm
as costas quentes não tem jeitinho, não. Podem trabalhar 12 horas
do dia por um salário de fome. Sim, a lei diz que no máximo são 8
horas, mas e quem não consegue um emprego formal?
Podem passar 5 horas do
dia espremidos num ônibus, presos em engarrafamentos.
Podem morrer em
estradas da morte, estradas esburacadas, pessimamente sinalizadas,
enquanto o dinheiro da reforma foi parar no bolso de algum partido, e
de algum político.
Podem morrer queimados
por bandidos; podem morrer em prisões super-lotadas.
Podem morrer no chão
de algum hospital que não tem leito.
Podem aprender que 2+2
= 5. Podem aprender a falar presidenTA. Podem aprender que podem
ficar sem aulas, sem professor, e que fica tudo por isso mesmo. E
daí, sem saber ler nem escrever, vão ter uma aula de filosofia onde
terão de dissertar sobre a transvaloração dos valores em
Nietzsche.
Dignidade, Liberdade.
Ou é para todos, ou é pra ninguém.
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