domingo, 7 de julho de 2013

O grito das ruas morreu!


No meio da maior manifestação de descontentamento da História deste país, o presidente da Câmara e o presidente do Senado resolveram afrontar a opinião pública.

Depois de demonstrarem sua covardia, correndo “pra mostrar serviço”, aprovando atabalhoadamente aumentos de despesa (a serem cobertos pelos dignos “contribuintes” - já fez sua declaração pra Receita?), eles agora querem se vingar, com a arma que costumam usar, do deboche.

Henrique Alves, presidente da Câmara, vem ao Rio de Janeiro, no final de semana, final da Copa das Confederações.

A trabalho.

Almoçou, a trabalho, com o prefeito da cidade maravilhosa, Eduardo Paes.

Depois, rumaram para o Maracanã, assistir à final da Copa.

E Henrique Alves veio no jatinho da FAB. Estava trabalhando.

E aproveitou e deu carona pra noiva, pra parentes e amigos.

Depois, disse que cometeu um equívoco.

E se prontificou a pagar 9 mil e poucos, pelo vôo grátis dos caronas.

O Ancelmo Góis diz que um vôo desses sai por no mínimo 70 mil.

E o presidente do Senado, o inesquecível Renan Calheiros, também pegou um jatinho desses, dessa vez pra ir ao casamento da filha de um Senador.

Ainda gritou que tinha DIREITO! Depois, também resolveu ressarcir um dinheirinho...

Agora, pensem bem:

Cada um desses vôos que uma dessas Excelências utiliza custa pelo menos uns 103 salários mínimos - 70.000 divididos por 678.

Daria pra um trabalhador receber por 7,9 anos. Já contando a “bondade” legal de 13º.

7,9 anos de trabalho de um homem... Daria pra tapar uns buracos na sua rua? Daria pra plantar umas árvores no bairro? Daria pra cortar o galho da árvore, que amanhã caiu, causou prejuízo, levou uma vida?

Daria pra cuidar da sua cidade, do seu patrimônio, da sua qualidade de vida?

Pois bem. Serviu pra sua Excelência assistir a um jogo. Ir ao casamento.

Fora os outros casos, PERFEITAMENTE DENTRO DA LEI.

Isso é Brasil. Essa vergonha que nem se esconde.

Essa insensibilidade, esse descompromisso.

Que ninguém pensa muito, pra não sofrer.

Mas que por ninguém pensar se perpetua.

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