No meio da maior
manifestação de descontentamento da História deste país, o
presidente da Câmara e o presidente do Senado resolveram afrontar a
opinião pública.
Depois de demonstrarem
sua covardia, correndo “pra mostrar serviço”, aprovando
atabalhoadamente aumentos de despesa (a serem cobertos pelos dignos
“contribuintes” - já fez sua declaração pra Receita?), eles agora querem se
vingar, com a arma que costumam usar, do deboche.
Henrique Alves,
presidente da Câmara, vem ao Rio de Janeiro, no final de semana,
final da Copa das Confederações.
A trabalho.
Almoçou, a trabalho,
com o prefeito da cidade maravilhosa, Eduardo Paes.
Depois, rumaram para o
Maracanã, assistir à final da Copa.
E Henrique Alves veio
no jatinho da FAB. Estava trabalhando.
E aproveitou e deu
carona pra noiva, pra parentes e amigos.
Depois, disse que
cometeu um equívoco.
E se prontificou a
pagar 9 mil e poucos, pelo vôo grátis dos caronas.
O Ancelmo Góis diz que
um vôo desses sai por no mínimo 70 mil.
E o presidente do
Senado, o inesquecível Renan Calheiros, também pegou um jatinho
desses, dessa vez pra ir ao casamento da filha de um Senador.
Ainda gritou que tinha
DIREITO! Depois, também resolveu ressarcir um dinheirinho...
Agora, pensem bem:
Cada um desses vôos
que uma dessas Excelências utiliza custa pelo menos uns 103 salários
mínimos - 70.000 divididos por 678.
Daria pra um
trabalhador receber por 7,9 anos. Já contando a “bondade” legal
de 13º.
7,9
anos de trabalho de um homem... Daria pra tapar uns buracos na sua rua?
Daria pra plantar umas árvores no bairro? Daria pra cortar o galho
da árvore, que amanhã caiu, causou prejuízo, levou uma vida?
Daria
pra cuidar da sua cidade, do seu patrimônio, da sua qualidade de
vida?
Pois
bem. Serviu pra sua Excelência assistir a um jogo. Ir ao casamento.
Fora
os outros casos, PERFEITAMENTE DENTRO DA LEI.
Isso
é Brasil. Essa vergonha que nem se esconde.
Essa
insensibilidade, esse descompromisso.
Que
ninguém pensa muito, pra não sofrer.
Mas
que por ninguém pensar se perpetua.
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