quarta-feira, 17 de junho de 2009

Educação II

A escola é um dos principais elos entre os indivíduos e a sociedade. Um dos primeiros, e dos mais importantes. O outro destes primeiros elos é a família. Os dois precisam trabalhar integrados para garantir a melhor formação daqueles pequenos indivíduos.
Os valores que eles vão receber, provêm dos exemplos que eles vêem ao redor. Da escola as famílias devem esperar, têm de esperar, que as crianças tenham segurança, que elas se sintam estimuladas para estudar e aprender. Na escola a criança tem de aprender que o Estado tem certas obrigações com respeito a ela; e assim, aprender que tem certos direitos e deveres com o Estado. Com a sociedade em que vive.
A criança, o cuidado que se deve ter com a educação da criança, impõe um elo ligando a família e a escola. Como é que uma criança, numa família desestruturada, atirada à miséria, a um subemprego de exploração, vai aprender respeito e responsabilidade?
Uma escola boa não se compõe apenas de bons professores. Ela precisa de bons médicos, assistentes sociais, diretores, e etc. Ela precisa de diversão, e de esporte, e de merenda. Aulas de música, de futebol, de português, de matemática, de ciências, e de história. Leitura, cinema, sala de vídeo, biblioteca, e computador.
Por que não ter um modelo, integrado, de saúde pública e escola? Por que é que tantas crianças, que estão na escola, não têm acesso a um dentista? E a um clínico geral? Por que é que não se têm psicólogos, e assistentes sociais, para conversar com aquelas crianças que têm problemas, particulares ou familiares, para se tentar alguma ação?
Este problema é incontornável: é preciso haver, no Brasil, profissionais. Pessoas que tenham a dignidade de fazer um trabalho sério. Que tenham responsabilidade, que sejam honestas. Para isso, deve-se investir na formação de profissionais, na fiscalização de irregularidades.
Cada um precisa viver daquilo que pode declarar com honestidade. E como é que no Brasil (sim, em todos os povos, mas tanto no Brasil), exista tanta gente “da grande”, que têm mansões de cinco milhões de dólares, palácios de vinte e cinco, e carros de um milhão, sem que possam dizer de onde veio o dinheiro. Livres como passarinhos, tomando banho em banheira de ouro. Como é que ninguém questiona, como é que todo mundo fica quieto... à vista de todos, e ninguém investiga.
É um país que se acostumou com o impensável, com o extra-indigno. É um país em que a corrupção já se espalhou, para tantas almas, que se procurou um meio de conviver com ela. Isto quando não se é francamente cooptado, nos tantos que fazem parte da rede do negócio sujo, tantos que carregam os dinheiros em malas, maletas e cuecas...
E que exemplo de sociedade é este que mostramos para nossos netos e filhos? Pessoas tão imediatistas não pensam nisso. Para elas o seu dever para com seu filho é enriquecer a todo preço. O dinheiro vai lhe comprar de volta a alma, é a única coisa real... mas vemos os filhos que lutam pelo que ficou de herança, os filhos que torcem pela morte dos pais, os filhos que se suicidam, os filhos que dilapidam o que lhes veio tão “fácil”... e tudo que era tão “real” se esfumaça num átimo.
O que impele esta descrença no futuro, esta desesperança imediatista, que leva estes que poderiam fazer o seu tanto, a buscarem estes ganhos rápidos, estes ganhos de corrupção? Esta é uma boa questão, mas é preciso pensar outra coisa: o que é preciso fazer para mostrar nossa indignação? O que é preciso para que os corruptos vão para a cadeia, fiquem na cadeia? Que palhaçada é esta, de sair das cadeias para as câmaras de deputados, de senadores, de ministros, governadores, prefeitos? Justiça, que fica anos e anos, pra não chegar a conclusão alguma? Processos, que não se acabam, enquanto os “companheiros” continuam rindo e gastando, à grande?
Um dia acordaremos?

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