terça-feira, 20 de setembro de 2011
Contra o efeito Tiririca, eu voto distrital

Recentemente saiu uma reportagem da revista Veja sobre o voto distrital, listando várias vantagens deste modelo. Acesse aqui para ler: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/como-aumentar-o-peso-do-seu-voto
Também a coluna do Merval Pereira, no Globo, abordou o tema, em dois artigos, que podem ser lidos nestes endereços:
http://arquivoetc.blogspot.com/2011/09/voto-distrital-merval-pereira.html
http://arquivoetc.blogspot.com/2011/09/voto-consciente-merval-pereira.html
Faço estas indicações porque sempre fui favorável ao voto distrital, como forma de aumentar o controle dos representados sobre os seus representantes, e, assim, aprofundar a democracia.
Além disso, o momento é importante, pois se encontra em discussão a reforma do sistema eleitoral brasileiro e existe em andamento um projeto de voto em lista fechada, retirando do eleitor a possibilidade de escolha de seu candidato.
Ou seja, é um momento decisivo, de encruzilhada, em que vamos decidir entre um caminho de fortalecimento ou de enfraquecimento de nossa combalida democracia. As consequências entre uma escolha e outra, por óbvio, serão tremendas.
E com o Congresso dominado que temos, em que apenas 36 dos 513 deputados federais se elegeram com votos próprios, e com a cooptação pelo Poder central de movimentos e organizações sociais, a batalha é árdua, e só tem chances de ser vencida com a mobilização e o engajamento da sociedade.
Reitero aqui, portanto, este chamado às armas, divulgando o endereço eletrônico da campanha Eu Voto Distrital, por uma democracia de qualidade:
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Falsos Profetas

16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17. Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
19. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23. E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
24. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
29. Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
Mateus, 7, 15-29
Mateus 7:16-16
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
Mateus 7:16-29
Fábula do dia

Esopo: O lobo e o jumento
Um lobo, tendo-se tornado chefe dos outros lobos, estabeleceu leis gerais determinando que tudo aquilo que cada um deles caçasse pertenceria a tods, e que uma porção igual seria oferecida a cada um, de maneira que nunca mais os lobos indigentes se comessem uns aos outros. Entretanto, um jumento avançou e, sacudindo sua crina disse: "Trata-se de um nobre pensamento, oriundo do coração do lobo; porém como se compreende que tu mesmo escondeste no teu covil a tua presa de ontem? Trá-la para a comunidade e partilha-a."
Então o lobo, envergonhado, aboliu as suas leis.
Eis que, aqueles que parecem legislar de acordo com a justiça, não obedecem eles próprios às leis que estabelecem e decretam.
Tradução: Manoel Aveleza de Sousa, do livro As Fábulas de Esopo, Thex Editora
The Doors - Strange Days - Vídeo e tradução
Dias Estranhos
Dias estranhos nos encontraram
Dias estranhos seguiram a nossa trilha
Eles vão destruir
Nossas alegrias displicentes
Nós devemos seguir cantando
Ou descobrir uma nova Cidade
Estranhos olhos
Preenchem estranhos quartos
Vozes vão sinalizar
O seu cansado fim
A hospedeira sorri com desprezo
Seus convidados dormem depois de pecar
Ouça-me falar em pecado e você sabe:
Chegou o fim do mundo
Dias estranhos nos encontraram
E através das suas estranhas horas
Nós seguimos persistindo
Corpos confundidos
Memórias mal aproveitadas
Enquanto caminhamos através do dia
Até uma estranha noite
De pedra
Strange Days
Tempos Sombrios
Para quem lê os sinais dos tempos, os tempos são sombrios. Fosse em Roma antiga, fosse em uma peça de Shakespeare, as coisas estariam bem claras: uma mulher teria dado à luz um aborto, uma grande serpente teria sido vista enrolada ao redor do templo.
Mulheres teriam pesadelos terríveis, anunciando que perderiam o marido. E alguns fantasmas seriam vistos pelo Reino, clamando por vingança.
Sim, isto é o que prefiguram os tempos, os tempos sombrios. Uma menina se jogou, ou foi jogada, de um apartamento. Os poderosos se agraciam com suas festas, 40 milhões de remédios, enquanto à sua frente os hospitais caem na miséria.
É a manchete de hoje do Globo, este hoje sombrio:
“Infecção hospitalar mata 100 mil por ano no Brasil”
“Segundo estudo, não há controle adequado em 80% dos estabelecimentos”
“Enquanto isso, em Nova Iorque...
Em seu primeiro compromisso oficial nos EUA, a presidente Dilma Rousseff exaltará hoje medidas do Governo na Saúde, como o programa que distribui remédios de graça.”
E, na mesma capa, a notícia bizarra: um jovem universitário, estudante de direito, 24 anos, saído de uma festa à fantasia, às 9 horas da manhã, furta um ônibus, dirige 23 quilômetros, provocando acidentes em série. Deixa uma vítima em estado grave. E agora diz que “estava fora de si”. E reclama de ter sido agredido pelos policiais que o prenderam. E vai posar de coitadinho, como tantos exemplos de afrontas à sociedade.
E o que querem dizer estes sinais dos tempos? Que a impunidade chegou a tal ponto de produzir casos bizarros, casos bizarros em série? Um garotinho arrastado para fora do carro. Uma menina, estuprada e morta, o adolescente que fez isso sendo deixado aí, livre, leve e solto. Uma graninha, pro seu guarda, pro seu promotor, pro seu juiz, e não se fala mais nisso.
É isto um país? É isto um homem?
Vergonha das vergonhas, mas o que nos pedem nossos governantes? Com seguranças, salários vitaminados, trabalho do jeito que se quiser, ou se se quiser. Planos de saúde, tudo de bom e do fino? Pedem que vejamos suas belas obras imponentes, e olhemos para o lado bom das coisas... porque criticar é muito feio, e eu posso te negar um favor, e cuidado onde pisa, e é melhor calar a boca...
O Reino da Impunidade. Um jogador famoso mata três. Aleija outros tantos. Apostando corrida, com seu carrão de luxo, air-bag de fábrica (com o jogador não aconteceu nada). Embriagado. Achata outro carro. Mata três. Aleija outros tantos. Ainda tentou uma manobra sórdida, ofereceu dinheiro ao seu carona para que assumisse a culpa. E o que aconteceu?
Passou 42 horas preso. Não chegou a dois dias. Sequer a carteira perdeu. Tantas razões, sabe como é, tantos recursos. E o nosso Supremo Tribunal Federal, nossa mais alta Corte de Justiça, acabou de nos dizer que acabou o processo, que não existe mais pena.
Pela tabela da nossa Justiça uma vida saiu por 14 horas. E nem vou falar das lesões corporais. Ficou incluído no pacote.

Será que é tão surpreendente, neste estado das coisas, nestes tempos sombrios, que uma menina se mate, e que um adolescente mate, e que um débil mental furte um ônibus, e saia por aí, atropelando pessoas?
Este é o país que estamos construindo, este é o país para o qual nos pedem que “vejamos o lado bom das coisas”?
Ou este é o país da impunidade, o país do poder desenfreado.
O sujeito aparece com dez milhões na conta, do dia para a noite.
“Foi umas consultorias secretas que eu fiz”. E fica por isso mesmo.
A sujeita aparece atochando grana na bolsa. Atocha mais, atocha até o fim.
Fica por isso mesmo.
Pois quem tem o poder, quem tem os 40 milhões de votos ali, no cabresto, o gênio que idealizou tamanha compra de votos, e enfeixou todo o poder, e mostrou o caminho das pedras, para si e para os seus asseclas, ensinou como é que se deixa um país inteiro de joelhos.
Ah, estes jovens idealistas, românticos, quanto bem que não fazem! Claro, com as melhores das intenções... Não, não, eu quero o poder, mas não é pela vontade de potência nietscheana, eu quero o poder é para fazer o bem... para mudar esta sociedade injusta... e quanto bem que não fazem!