
Robert Bresson filmou este clássico maravilhoso (lançado pela Lume Filmes) em 1956, sobre a história (real) de um membro da Resistência Francesa, feito prisioneiro pelos nazistas durante a II Guerra, que consegue escapar pouco antes de ser executado.
O filme parte do relato de André Devigny, autor da façanha, publicado em 1954, no Le Figaro Littéraire. Cada enquadramento é preciso, num trabalho admirável de composição de imagem. A música de Mozart é usada para dar um sentido de transcendência à história.
E é admirável, realmente, a história de resistência de um ser humano contra a opressão de outros seres humanos. Bresson faz questão de dizer, no início do filme, que se trata de uma narrativa fiel aos fatos. E a recriação realmente impressiona pelo realismo, em cada pequeno detalhe. A rotina terrivelmente cruel do preso. Os mil estratagemas e artimanhas.
Num relance, o abominável, indisfarçável, indesculpável nazismo: o momento em que o jovem companheiro de cela espanta-se ao ouvir que ser descoberto com um lápis significa o fuzilamento. É a pura verdade, incrível, absurda, estúpida, mas ainda assim a verdade.
Um grande filme, um grande suspense, que, claro, presta tributo a Hitchcock, na forma que manipula o tempo, na condução do olho do espectador através dos movimentos de câmera.
Curiosamente, no mesmo ano de lançamento do filme, Hitchcock lançou O Homem Errado, seu único filme baseado em uma história real, que também trata de um homem aprisionado, e também utiliza o caso real para fazer uma alegoria cristã.
Classificação de ambos os filmes: 5 estrelas
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