


Outra imagem boa ("boa"?), que circulou na semana passada: José Dirceu, ilustre deputado cassado, processado no STF pelo escândalo de proporções épicas do mensalão, como "chefe da quadrilha", na qualificação do Procurador da República, saudado no congresso do PT aos gritos de "Guerreiro do povo brasileiro", pela claque da militância. Grande PT, o partido da ética! Ah, Deus, por que não me mataste enquanto eu ainda era um anjo! Canta, Chico: Quem te viu... quem te vê...
José Dirceu, com a linguinha pra fora, será que sibilava? Sssssss... À frente, Lulinha, com seus pensamentos de alta indagação. E Dilminha, com uma cara preocupada, de "onde foi que eu me meti?"
Mas, de novo, a imagem vale mil palavras:

E no tal do congresso do PT, José Dirceu, nosso democrata amiguinho de Fidel Castro, ouve com prazer ser aprovada a ressurreição do projeto de controle "social" da mídia.
Um projeto já rejeitado recentemente, algumas vezes, pelo Congresso Nacional, depois dos encaminhamentos e das tentativas de aprovação pelo governo Lula.
Um projeto, inclusive, que a própria presidenTA declarou que que não encaminharia.
Um projeto maldito, que, simplesmente, atacaria frontalmente a liberdade neste país.
Um projeto à la Chavez, à la Cristina Kirchner, Rafael Correa... à la titio Fidel.
Pois o Dirceu se atreveu a botar em pauta de novo um tal projeto.
Deve estar recheado de poder, não é Zezé? Deve estar soltando poder, como fumaça, pelas ventas, cheio de satisfação consigo mesmo... isso tudo porque a imprensa vem falando de você, não é? Quanto poder... mas, Zezé, eu queria mesmo saber, é, how does it feel, to be like a rolling stone, with no direction home?
Por que alguém, que usa seu poder e seu prestígio, para afrontar a liberdade de um povo, ainda recebe aclamação por alguns como "Guerreiro do povo brasileiro!", é algo que me recuso a entender.
Dirceu, nosso ideológo político! Nosso Lênin dos trópicos, sem sequer a desculpa do fanatismo!
Dirceu, um preso político durante a ditadura militar, foi um dos trocados pelo embaixador dos Estados Unidos. Dirceu foi para Cuba, onde fez um curso de espionagem, e uma cirurgia plástica para retornar clandestinamente ao Brasil.
Dirceu casou e teve filho, sem revelar à esposa sua verdadeira identidade.
Quando veio a anistia, Dirceu se revelou, e tomou rumo para se dedicar à carreira política. Sua esposa declarou seu espanto, quando soube que o homem com quem dividia a vida não era quem dizia ser. Imagino... uma situação kafkiana. Mas ela se contente em saber que cumpriu bem sua missão de instrumento da luta política, ainda que involuntário.
Mas voltemos a Dirceu. Com a anistia, voltou à política, e foi um dos fundadores do PT. No Governo Lula, o céu e o inferno: o ilustríssimo chefiou a Casa Civil, mas acabou perdendo o mandato de deputado federal e os direitos políticos (por oito anos), na esteira do escândalo do mensalão...
Mas não chorem por Dirceu... ele seguiu uma carreira de consultor de muito sucesso, contratos milionários com grandes empresas que a sua fina figura merece. E seguiu, como estamos vendo, cheio cheio de poder...
Bem, nobre, é o tempo que passa, esse tempo carrasco... qual será nossa marca, depois que nos formos?
Leitura sugerida, Di-di: A morte de Ivan Ilitch, de Tolstoi.
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