E a grande festa continua! Agora, o advogado Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do Governo Lula, foi contratado para defender réu do mensalão, processo que corre junto ao Supremo Tribunal Federal.
Ocorre que, desde 2003, início do primeiro mandato de Lula, Thomaz Bastos é consultado para TODAS as nomeações feitas para o STF. Já foram 8 indicações de ministros, sendo que 6 continuam na Corte, composta por 11 ministros.
Bastos também aconselhará a presidente Dilma Rousseff na próxima escolha de ministro do STF.
Indagado sobre a questão ética do caso, Bastos foi lacônico:
- Não vejo incompatibilidade.
E mais não disse, nem lhe foi perguntado.
Marcio Thomaz Bastos, pai intelectual da idéia de chamar o mensalão de "caixa dois", ou "recursos não contabilizados". Que perspicácia! Que gênio jurídico! Basta chamar um crime de outro nome, ainda que o outro nome também seja crime!
A genialidade do negócio consiste em perceber que para uma platéia de hipnotizados vale qualquer truque fajuto de mágica. Vale qualquer mistificação com as palavras: "Por favor, senhor, não fale em mensalão. Tratou-se de mera caixa dois de campanha, e todos fazem isso mesmo... sabe como é, é Brasil... rê-rê-rê..."
E pronto. Nada mais justo, para tal gênio jurídico, que também levar o seu, nessa história de mensalão. Não sei quem foi o mensaleiro que o contratou, nem quanto lhe pagará de honorários, mas, dada a rica experiência do ex-ministro com o tema, não podia ter gastado melhor seu dinheiro.
Não sei porque, esta história me lembra aquela frase de Goebbels, ministro da propaganda de Hitler: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Outra mentira, mas vamos repeti-la mil vezes, que para todos os efeitos práticos, efeitos de realpolitik, efeitos de conquista e manutenção do poder, servirá muito bem.
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