quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O Radicalismo

Está claro que toda opinião radical não é capaz de contribuir para o desenvolvimento de uma filosofia política voltada para o interesse concreto do homem.

Ao contrário, ela se insere no número dos inimigos a serem combatidos.

Toda opinião que concorda com crimes cometidos contra seres humanos não é para ser considerada opinião amiga de quem defende o fim dos crimes contra a humanidade. Questão de lógica.

Não precisa ser considerada no nobilíssimo debate sobre “Quais as melhores maneiras de alcançar o bem político do homem?”. O nobilíssimo debate fixado, no lado ocidental, pelo formidável “A República”, de Platão.

No lado oriental, o formidável “Analectos”, de Confúcio.

E, claro, nas grandes tradições humanas, seja em Israel, ou no Egito, ou na Índia, ou mesmo, por que não, em Babilônia?

Todas foram experiências humanas, a serem aceitas, e observadas, mesmo no que podem nos ensinar seus aspectos mais negativos, e que tanto sofrimento trouxeram.

Negá-las é também uma forma de negar sentido e valor ao sofrimento humano, por consequência, ao próprio sofrimento.

Para que tantos foram mortos, em Auschwitz, ou na Sibéria, ou na Babilônia e no antigo Egito?

Se não puderem nos ensinar ao menos uma lição, para que emendemos nossos caminhos, façamos a coisa certa, estaremos negando sentido, fazendo de todo o sofrimento uma experiência vã.

Faltando com o respeito, aos nossos mortos, aos nossos vivos, e a nós mesmos.

Repetindo os velhos erros; dando-lhes nossa anuência; prestando nossa reverência; aceitando-os, nos nossos espíritos; sendo conivente com eles; ajudando-os; favorecendo-os.

É isto que faz o radicalismo, o fanatismo, que nega o humano, e se prende em abstrações.

“Matamos milhões, nada melhorou? Mas dessa vez vai dar certo! Dessa vez mataremos os milhões CORRETOS, isto é, os primeiros infelizes que tiverem a desgraça de cair em nossas mãos inclementes, em nossas gargantas sedentas de sangue... e desta vez vai dar certo...”

Todos os que sonham sangue, os que não querem compromisso, os que preferem eliminar a ter de conviver...

Em que poderão ajudar na construção da Cidade Justa?

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