Está claro que toda
opinião radical não é capaz de contribuir para o desenvolvimento
de uma filosofia política voltada para o interesse concreto do
homem.
Ao contrário, ela se
insere no número dos inimigos a serem combatidos.
Toda opinião que
concorda com crimes cometidos contra seres humanos não é para ser
considerada opinião amiga de quem defende o fim dos crimes contra a
humanidade. Questão de lógica.
Não precisa ser
considerada no nobilíssimo debate sobre “Quais as melhores
maneiras de alcançar o bem político do homem?”. O nobilíssimo
debate fixado, no lado ocidental, pelo formidável “A República”,
de Platão.
No lado oriental, o
formidável “Analectos”, de Confúcio.
E, claro, nas grandes
tradições humanas, seja em Israel, ou no Egito, ou na Índia, ou
mesmo, por que não, em Babilônia?
Todas foram
experiências humanas, a serem aceitas, e observadas, mesmo no que
podem nos ensinar seus aspectos mais negativos, e que tanto
sofrimento trouxeram.
Negá-las é também
uma forma de negar sentido e valor ao sofrimento humano, por
consequência, ao próprio sofrimento.
Para que tantos foram
mortos, em Auschwitz, ou na Sibéria, ou na Babilônia e no antigo
Egito?
Se não puderem nos
ensinar ao menos uma lição, para que emendemos nossos caminhos,
façamos a coisa certa, estaremos negando sentido, fazendo de todo o sofrimento uma experiência vã.
Faltando com o
respeito, aos nossos mortos, aos nossos vivos, e a nós mesmos.
Repetindo os velhos
erros; dando-lhes nossa anuência; prestando nossa reverência;
aceitando-os, nos nossos espíritos; sendo conivente com eles;
ajudando-os; favorecendo-os.
É isto que faz o
radicalismo, o fanatismo, que nega o humano, e se prende em abstrações.
“Matamos milhões,
nada melhorou? Mas dessa vez vai dar certo! Dessa vez mataremos os
milhões CORRETOS, isto é, os primeiros infelizes que tiverem a
desgraça de cair em nossas mãos inclementes, em nossas gargantas
sedentas de sangue... e desta vez vai dar certo...”
Todos os que sonham
sangue, os que não querem compromisso, os que preferem
eliminar a ter de conviver...
Em que poderão ajudar
na construção da Cidade Justa?
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