domingo, 31 de julho de 2011

Democracia




Na verdade, precisamos pensar maneiras de a democracia funcionar. Se o povo tem o poder, de fato, ele vai poder fiscalizar e prevenir que se desvie o seu dinheiro.


Pois se ele é roubado, vez e de novo, e nada acontece, que poder tem o povo?


Que poder tem o sujeito, manietado dentro de casa, vendo o ladrão que lhe rouba os móveis? Ainda sabendo que este ladrão não acabará atrás das grades, pelo contrário, desfrutará de uma vida de rei, com o produto do roubo, bem guardado numa conta secreta no exterior...


Chegar para esta vítima, e lhe dizer no pé do ouvido: “onde nós vivemos, você tem o poder, viu?”, parece o cúmulo do escárnio e do absurdo, se não fosse exatamente o que acontece, no mundo dos sonâmbulos hipnotizados.


Por todo o mundo, vemos que montanhas de dinheiro são feitas, mudam de lugar, daqui para ali, mas não revertem em um verdadeiro acréscimo de bem estar, para cada indivíduo.


Estamos todos trabalhando demais, infelizes demais, com carências demais, com dinheiro de menos. Isto é verdade, por mais que seja também verdade que 90% das pessoas, há 200 anos apenas, viviam sem banheiro, ou qualquer outro dado congênere.


Nós podemos pensar que isto é verdade, mas não nos sentimos melhor por isso. De que vale pensar em 200 anos atrás, ou 200 anos à frente? É o presente que importa.


E se o presente tem suas belas conquistas, também possui seus novos desafios e infortúnios. Se hoje podemos alimentar muito mais pessoas, ótimo, mas a população se multiplica, e qual a qualidade dos alimentos que ingerem?... habituarmo-nos à lavagem industrial, e a crescentes níveis de obesidade...


Não existem batalhas ganhas, não existe dormir sobre os louros, sonhando alguma ideologia utópica. E pensar que existe é abrir a porta aos problemas.




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