quinta-feira, 28 de julho de 2011

O homem

Manter um sistema funcionando, Moloch alimentado, dar nossas vidas pra ele, por medo de perder nossas vidas.


Sim, Moloch, tal como apresentado em Metrópolis, de Fritz Lang.



Um sistema, uma engrenagem, que te recebe ao nascer. E ninguém deixa de viver nesta engrenagem.


E esta engrenagem pode ser absurda e cruel, como quem é acordado no seu quarto para enfrentar um processo.


Ou quem é apanhado na rua, sem amigos, sem dinheiro.


Ou quem vive dentro de casa um momento de horror.


Tentar melhorar esta engrenagem, fazer com que não seja tão cruel, ou tão absurda. Ao que mais pode aspirar o homem, o ser que entende?


Com toda a carga de absurdo, de desconhecimento e de dúvida, toda a carga que caracteriza a natureza humana. Sofrer a vida, e governado do Acaso, ainda assim manter a fronte erguida. Não desistir, dia após dia, e resistir ao mal.


Que mais pode querer o homem, que a beleza deste gesto? Trazer a consciência limpa, que melhor recompensa?


Com a carga de misérias, arrependimentos e infortúnios, ainda assim escorar a sua vida, e aproveitar as alegrias, e se reconfortar nelas.


E se organizar para combater o grande mal, aquele que espreita todos os homens.


Os homens horríveis, que planejam o mal de outros homens.


Que a sociedade os identifique e os prenda, que consiga dar-lhes combate. Que glória maior para uma sociedade que a de conquistar uma vida de paz e prosperidade? De saber viver com seu vizinho.



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