domingo, 20 de março de 2011

Dominados pelo terror






Aonde vamos parar se não reagimos àqueles dispostos a tudo para defender seus interesses? Sim, os ladrões, sim, os assassinos. Os que chefiam os grandes esquemas de levantar alguns milhões. Se eles não temem a punição, eles tudo ousam, e ficamos sob seu domínio.


Eles podem matar um, podem matar outro, que atrapalhe os seus negócios, ou que lhes desagrade. Com dinheiro, a perspectiva de ir para trás das grades é ínfima. Podem buscar também as relações de poderosos, que vão lhes proporcionar negócios, e também lhes vão oferecer proteção. Os poderosos, os incomuns, os intocáveis, que podem ser filmados, gravados, com a boca na botija, e no máximo saem de cena por um tempo. Mas nada lhes acontece, que lhes ameace o estilo de vida. Nada têm a temer por sua liberdade, sequer por seu patrimônio, ou por sua imagem social. Seguem frequentando os mesmos restaurantes, fazendo suas viagens, andando em seus carrões com seguranças, usufruindo de suas mansões com piscinas...


Podemos dormir em paz quando existem ladrões e assassinos à solta? Podemos fingir que não é problema nosso, e sair pra uma festinha e esquecer dos problemas? E as famílias das pessoas assassinadas? E se fosse você?


É muito desagradável pensar nisso? Vamos fazer como o avestruz, esconder a cabeça na areia? Vamos fechar nossos olhos com força? Mas o monstro não vai embora...


Vamos aceitar em nossa sociedade a impunidade? Tomara não seja você, amanhã, a tomar um tiro, a ser executado. Tomara não seja o seu filho. Mas é sempre o filho de alguém.


Uma pequena sugestão: testemunhas de crimes, que tal colher o seu depoimento pra uma câmera, incontinênti? Sim, com os advogados e o juiz presentes, garantido o contraditório e a ampla defesa. Daí, no julgamento, caso aconteça algo com a testemunha, seja utilizado o depoimento gravado. Claro, nossas Cortes teriam de aceitar em sua jurisprudência este expediente que me parece muito razoável. Nada de teses esdrúxulas e especiosas, de que não se pode utilizar a prova gravada em vídeo como elemento de convicção. Assim, pelo menos, as testemunhas teriam uma maior chance, os criminosos, uma chance menor.


E seremos um país sério, se não conseguimos ao menos ter um programa eficiente de proteção às testemunhas? Será que vamos aceitar perder nossas testemunhas, perder nossos processos, que colocariam grandes criminosos atrás das grades, que tornariam a sociedade mais próspera, e mais segura? Será que vamos aceitar que os grandes criminosos continuem senhores absolutos de nossas vidas, sem resistir a eles?


João Marques dos Santos, um ex-empregado de Nenê Constantino, o rico fundador da empresa aérea Gol, admitiu que fazia serviços de pistolagem por vários anos. Admitiu ter participado de oito assassinatos. Esta testemunha chave foi baleada três vezes na porta de casa. Sobreviveu, e foi noticiado que será incluído no programa de proteção a testemunhas. Já não era pra ter sido incluído, há muito tempo?


Constantino também teve seu nome nos jornais por conta de um cheque de R$ 2,3 milhões que passou ao então senador Joaquim Roriz. Na época, Roriz disse que se tratava de um empréstimo para comprar uma bezerra. Seria uma bezerra de ouro?


Leiam mais:


http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL57685-5601,00.html


http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/imbroglio-roriz-constantino-se-baixar-policia-federal-aqui-leva-todo-mundo/


http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/testemunha-contra-nene-constantino-e-baleada

Nenhum comentário: