O povo que não tiver um pensamento vivo dentro de si, de que somos dignos de liberdade, e precisamos assegurá-la e mantê-la, vai tristemente se ver dominado pelos exploradores.
Gente que vai se manter no poder eternamente, lucrando fábulas com seus roubos, provocando condições de vida muito piores, para toda a população, do que poderiam ser, garantindo leis e instituições que lhe assegurem a impunidade, degradando a qualidade de vida que poderia facilmente ter sido alcançada, de todos os que trabalham e vêem a miséria em suas vidas, sofrem os roubos, os assassinatos, constantes, veem a falta de esperança e de perspectiva para seus filhos, doentes e morrendo de alguma doença curável, destinados a algum sub-emprego ou ao crime, quando poderiam ter dado uma contribuição enorme...
Se a cultura de um povo aceita tudo isto, pensa que nada de melhor merece, ou pode conseguir, esta cultura de fato está amarrada, amordaçada, e continuando assim vai continuar sendo torturada e roída pelos seus aproveitadores.
Bastará, no entanto, um pensamento que exerça o poder da mudança, um pensamento que instaure as instituições que não irão permitir que se roube, um sistema em que os administradores vão gastar para garantir trabalho, escola, hospital, comida, prosperidade, segurança, dignidade... que pessoas vão prosperar, fazendo um trabalho honesto, e com os índices melhorando, como necessariamente tem de ser.
Será que temos essa elite de pensamento? Será que a temos em massa crítica o bastante para proporcionar a mudança?
A realidade de corrupção impune, de cooptações pelo sistema, diz que não. Pior para a realidade, porque ela vai ceder. Tudo que é sólido desmancha no ar (Marshall Berman). Valorizaremos a liberdade, e saberemos lutar consequentemente por ela. Mesmo que haja desvios e enganos no caminho, mesmo que haja F idéis, e Lenins, e Pinochets, e Hitleres, e Stalins, no caminho.
A revolução não acaba enquanto não votarmos livremente nossas leis, e enquanto nossas leis não garantirem que todos vão ser iguais, que ninguém vai ganhar um dinheiro que se justifique por leis que todos aceitem, e que se apliquem a todos.
Então, em vez de o sujeito ganhar uns milhões por baixo do pano, pra votar alguma leizinha prum “amigo”, e curtir com a cara de todos em seus castelos e mansões, ele vai pra cadeia por corrupção. Então, em vez do sujeito ter uma renda daqui e dali, porque votou com os amiguinhos alguma leizinha que os favorecia, eles vão ter de trabalhar como todo mundo, tantas horas por dia, tantos dias na semana, para ganhar o pão de cada dia.
Chegaremos lá, estamos chegando.
sábado, 30 de maio de 2009
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2 comentários:
Grande J. parabéns pela iniciativa meu irmão. Sempre que puder dou uma lida no que está escrevendo e comento. Pareceu-me um blog bem legal, variado e com a linguagem e inteligência típicas do dono. Embora liberdade seja uma palavra polissêmica, é indiscutível como valor e idéia. Para que perca um pouco o travo redutor deixado pelos que a tomam como representação de mercado livre, acho sempre necessário acompanhá-la de outras duas palavras, também polissêmicas, que conferem completude a uma visão humanista de sociedade que sei que cultivas: igualdade (de direitos e respeito a diferença) e fratenidade (que talvez possamos atualizar como solidariedade). Um abraço, siga em frente em sua iniciativa, pois você tem muito a dizer, abraço apertado Fabão.
Valeu o comentário, irmão do quilombo.
João.
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