sábado, 12 de fevereiro de 2011

Democracia

Na Revista Veja de 09.02.2011, uma matéria muito interessante sobre a posse do novo Congresso: “A Cara do Congresso”, de Fernando Mello. Realmente vale ler, e pode ser lida neste link: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/a-cara-do-congresso


Por ela, sabemos que dos 513 deputados federais que compõem a Câmara, “apenas 36 se elegeram com votos próprios. Os demais 477 ganharam o mandato graças a votos dados a outros políticos ou às legendas.” Num sistema em que 91% dos votos são nominais, nota-se que apenas pouco mais de 7% dos “representantes populares” foi de fato escolhido pela população.


Precisa de mais algum fato para comprovar que NÃO estamos vivendo numa democracia, não importa que diga o contrário nossa Constituição?


Diante de uma vergonha nacional como esta, diante do imenso engodo, diante da fraude, do escárnio, de um sistema que se faz passar por democracia para nos roubar a democracia, lobo em pele de cordeiro, o que é que nossa anestesiada, alienada, burra, corrupta “elite” tem de mudança para propor? Nada, ou quase nada. Promessas vagas, tergiversações, acochambramentos e compadrios, tudo tudo dominado...


Para os verdadeiros democratas, democracia é a mãe de todas as reformas. Para os verdadeiros democratas, a liberdade é mais importante do que o pão, é mais importante do que a água. Para os verdadeiros democratas, não ter a democracia, e não lutar por democracia, é algo de impensável. Teremos verdadeiros democratas?


Nossa Oposição, bunda mole, repetidora de velhas práticas, usufruidora de velhas mordomias, deleita-se com picuinhas, enquanto toma sovas e mais sovas dos donos do poder... contenta-se em fazer o papelzinho que reservaram para ela, jogar o jogo sem incomodar muito... ninguém empunha a bandeira de uma verdadeira reforma, esta verdadeira reforma: a reforma política, aprofundar a democracia.


Tem até o momento perfeito para isto, nossa Oposição: neste sistema degenerado, absurdo, canalha, em que uns se elegem como “representantes” com 93 votos, ou até sem votos, GRITAR ALTO E CONSTANTE QUE ESTE É UM SISTEMA QUE NOS ROUBA A LIBERDADE! A LIBERDADE DE ESCOLHERMOS NOSSOS REPRESENTATES DE VERDADE, DE VIVERMOS SOB AS LEIS QUE ESCOLHEMOS, EM REGIME DE IGUALDADE.


Como nos diz a reportagem, existe a proposta de implantação do voto distrital para reformar este nosso sistema eleitoral anti-democrático. A defesa do voto distrital é feita sobretudo pela bancada do PSDB. Pois então, senhores da Oposição, cerrem fileiras na defesa desta reforma política! E não aceitem desvirtuamentos oportunistas do voto distrital! Mantenham-no da maneira mais simples, dividindo-se o número de eleitores pelas vagas de deputados, cada distrito reunindo cerca de 264 000 eleitores. Eleitores que se reportarão diretamente a seu representante, para questionar-lhe, para cobrar-lhe, para pedirem contas, DE TUDO QUE ESTÁ RELACIONADO À PRESTAÇÃO PÚBLICA. O serviço do Hospital, da Escola, os gastos feitos, as contratações, os salários recebidos, TUDO, relacionado à coisa pública.


Está aí uma grande bandeira, que pode inclusive proporcionar as vitórias eleitorais tão buscadas pela Oposição, se souberem convencer o eleitorado de que têm condição de entregar esta proposta: a proposta de uma mudança total da maneira como é praticada a democracia entre nós: de uma farsa, de um engodo, de uma palhaçada, para uma democracia verdadeira, realizadora de nossas esperanças como nação, afinal, não está inscrito na nossa Constituição, que o Brasil se constitui em

República Federativa, Estado Democrático de Direito? Cada palavra destas tem o seu significado, tem o seu valor, está inscrita no artigo 1o da nossa Lei Maior. Será que podemos aceitar que alguma destas palavras seja letra morta, seja falsa, seja enganadora?


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