
Eis aí uma pauta para a imprensa: de mês a mês, nos pronunciamentos oficiais da presidente eleita Dilma Rousseff, questionar o que foi feito de medidas de prevenção e recuperação da Região Serrana do Rio de Janeiro.
Esta Região que sofreu a pior catástrofe natural da História desta país. Quase mil pessoas mortas. E mais um número similar de desaparecidos.
Algo que chocou e marcou cada habitante destas regiões, algo que comoveu todo o país. E tanta tem sido a incúria de nossos governantes para fazer qualquer prevenção. E até estimulando o risco, com muita irresponsabilidade, e até corrupção. Licenças sendo dadas sem critério, invasões e ocupações desordenadas, às barbas da fiscalização.
Pois esta tragédia se abateu sobre a Região Serrana do Rio. Filhos que perderam pais, pais que perderam filhos. Imensa, irreparável dor e sacrifício.
Pois bem. Isto vem na entrada deste novo Governo, desta nova legislatura. Como marca de que não enfrentaremos e não dominaremos alguns de nossos maiores problemas, como primeira hipótese. Ou como marca de que conquistaremos esta brilhante vitória.
Mas deve partir do povo. O povo que deve cobrar, deve pedir à imprensa, deve se comunicar com seu deputado, mandar um email mensal para o seu senador, para a sua presidente, deve gritar em praça pública: o que é que se vai fazer, não só pela Região Serrana, mas por todo este nosso Brasil, em termos de prevenção de catástrofes, em termos de recuperação de regiões atingidas?
Promessas, foram muitas, no primeiro momento, com toda a atenção voltada para as manchetes. E existirão políticos bem dispostos e bem intencionados. Mas toda a sociedade precisa cobrar de todos os governantes. E cobrar, e cobrar de novo: o que será feito? Quando será feito? Por que ainda não foi feito?
Passado o primeiro momento, a primeira manchete, nossos governantes já vão retornando aos seus deslizes. Os hospitais de campanha foram retirados muito cedo, na opinião geral da nossa população. Pessoas que voltavam para trocar curativos se surpreendiam de não haver mais um hospital por ali. Uma justificativa qualquer, de alguma autoridade, e ficou tudo por isso mesmo. Será que haveria alguma melhor utilização das estruturas dos hospitais de campanha que foram montados por aqui, para que tivessem sido deslocados tão cedo? Novamente, engolimos qualquer decisão de nossos “senhores”, sem questionar muito. Sem querer incomodar.
Mas eles têm de se incomodarem, têm de prestar contas, têm de explicar porque qual seria a melhor razão para tirar agora estes hospitais de campanha. O que será feito deles? Serão desmontados para ficar guardados num galpão do exército, os médicos de volta à rotina de esperar algumas horas para prestar algum atendimento? Deve haver prestação de contas, responsabilização perante a sociedade. Ou não teremos nossa sociedade livre.
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