“Copa na África tem de ter muita zebra”, já estavam dizendo os gaiatos. Estavam certos. Quem adivinharia que o Japão passaria de fase? Quem apostaria na derrota da Alemanha para a Sérvia, depois de os alemães terem dado a única goleada da primeira fase, em cima da Austrália? Quem apostaria no papelão de França e Itália, respectivamente vice e campeã de 2006, eliminadas na primeira fase?
E quem diria que o Japão iria tão longe, e o Paraguai, e o Uruguai? E o papelão dos craques? Cristiano Ronaldo, Kaká, Rooney, Messi? Um reles golzinho pra dividir por esses quatro, feito pelo português contra a fraquinha Coréia do Norte, na maior goleada dessa Copa: 7 a 0 pra Portugal.
Na Copa da zebra, tinham de chegar à final dois times que nunca tinham sido campeões. Aí, não teve jeito: um dos dois teria de restaurar a normalidade, cumprindo seu papel de perdedor. Pior pra Holanda, vice pela terceira vez. E olha que a disputa pra ver quem era o maior pato das Copas foi acirradíssima, com ambos os times se esmerando em perder gols na cara do goleiro! A decisão saiu aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação! Espanha, a furiosa! Mas um dia de fúria viveu a Holanda, com seu meio campo De Jong e sua entrada pra matar, com o pé no meio do peito do espanhol!
E não me venham dizer que a Espanha não podia ser considerada uma zebra, campeã que era da Euro Copa de 2008, com um time de bons jogadores, apontada como favorita antes mesmo do Mundial começar. Pois essa é a tradição da Fúria, entra Copa, sai Copa. É: desta vez a Espanha vai, presta atenção na Fúria, este é o Mundial da Fúria, olha a Fúria aí, lá vem a Fúria... e a cada Copa a Fúria se esborrachava!
E nesse ano a Fúria começou perdendo furiosamente pra Suíça, 1x0. Não podia ser mais tradicional... mas foi passando sempre apertadinha de fase, “goleando” seus adversários sempre por um golzinho sofrido de diferença, até chegar à final, e se sagrar vencedora pelo placar de... quanto mesmo? 1X0. Zebraça!
E pra quem ainda duvida que o Mundial da Jabulani, o primeiro no continente africano, entortou a normalidade, as leis científicas, o racionalismo, René Descartes, olhem o polvo Paul! Sensação da Copa, o polvo Paul acertou 8 de 8 resultados! Um fenômeno completo, acertou barbadas e zebras, ali na mosca! Humilhou comentaristas esportivos e videntes, todo sistema, todo método, cálculo diferencial ou mandinga!
Senão vejamos: qual a probabilidade de num evento tipo cara ou coroa, sair cara 8 vezes seguidas? Minhas aulas de matemática vão longe, mas se fiz as contas certas, é de uma em 256. Vamos jogar a moedinha oito vezes seguidas. A cada 256 vezes que fizermos isso, em uma, provavelmente, vamos ter um resultado de 8 caras. Cara sendo, no caso, o resultado: resposta certa.
Pois o polvo Paul cravou 8 respostas certas na sequência! Testemunhamos um evento raro. Se cada Copa for o momento de jogarmos nossa moedinha 8 vezes, precisaríamos de outras 255 Copas para ver o evento dos 8 acertos seguidos se repetir. Provavelmente. 1024 aninhos esperando... Isto pra ficarmos no terreno das probabilidades. A alternativa é patrocinar pesquisas sobre as possíveis capacidades paranormais dos moluscos. JABULÂÂÂÂNI...
segunda-feira, 12 de julho de 2010
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