domingo, 7 de novembro de 2010

Lucros de Banqueiros



Devo elaborar o artigo que escrevi falando sobre o lucro dos banqueiros, e como eles poderiam reverter para um maior benefício da sociedade (artigo Liberdade, 06.11.2010).

Para isso precisaríamos de uma lei bem elaborada, regulando o setor financeiro.

Não faz sentido estatizar bancos, e prejudicar seu funcionamento. Somando o poder político com o poder financeiro, mas mantendo o poder nas mãos de uns poucos.

Eu sei, a prática que conhecemos é essa mesmo, no que se refere a bancos estatais. Bancos fazendo empréstimos pros amigos dos “donos”, os senhores senadores, governadores, e etc. Bancos indo à falência, pagando propaganda de político, provocando inflação...

Que o banco pertença aos acionistas. A Lei das sociedades anônimas (companhias limitadas) provocou uma revolução benéfica, começando na Inglaterra, em 1862, e sendo depois rapidamente adotada por todo o mundo. É legítimo que as pessoas queiram fazer seus investimentos, e o setor financeiro é um bom investimento. É um direito das pessoas, prover para o futuro, cuidar do seu dinheiro.

Além disso, os acionistas têm todo o interesse na gestão de seu patrimônio, querem garantir que terão o seu lucro. É legítimo que eles contratem os melhores técnicos, administradores, e que paguem a estes técnicos e administradores de maneira a estimulá-los, de maneira a manter seus serviços, pois eles também são livres para ir buscar a melhor oferta.

Tudo isto deve ser mantido, e o sistema financeiro funcionando bem, de maneira que TODOS OS SETORES PRODUTIVOS DA SOCIEDADE, QUE DEPENDEM DESTE SISTEMA FINANCEIRO SADIO, POSSAM SEGUIR PROSPERANDO.

É uma idéia bem tosca, a de achar que tem de fechar os bancos, pra impedir o aproveitamento de tantos recursos por uns bem poucos. O que eu digo é que o sistema pode ser regulado de um jeito que os acionistas tenham lucro, e os técnicos e administradores sejam muito bem remunerados, e ainda assim fazer reverter para a sociedade alguns bilhõezinhos.

Ora, o Itaú tem 12 bilhões de lucro esse ano? Pois dividam aí 4 bilhões, e mande o restante pra cá, para ser distribuído. O Bradesco teve 10 bilhões? Pois dividam aí 3,5 bilhões, e o restante pra cá.

Claro, este é um exemplo simplificado, hipotético. Mas é para passar a idéia do princípio: a Lei pode regular, e a Lei tem de ser benéfica para todos.

Sei que no mundo inteiro o poder da grana berra, e que no nosso país a coisa é pior ainda: aqui temos Lei da Usura, para punir quem faz empréstimos a juros altos, MENOS OS BANQUEIROS. Esta vergonha, uma Lei que não é igual para todos: para uns, é crime, é esse nome infamante, usurário, para outros, Nossos Senhores, das Instituições Financeiras, é atividade legal... menos concorrência, pra Nossos Senhores.

Aqui, também, o país absurdo, os bancos têm este lucro de bilhões, só o Itaú tem um lucro de 12 bilhões por ano. Mas os bancos não pagam imposto de renda.

Não é o máximo do máximo do abuso, o máximo do descaramento? Mas somos assim.

Pois este é o desafio: uma Lei que não sirva aos interesses dos poderosos, ao interesse da concentração do dinheiro nas mãos de poucos. E ao mesmo tempo, uma Lei sem radicalismos contra-producentes. Apenas tirar o excesso de uma atividade econômica altamente lucrativa, e altamente concentradora de renda. E com isso prover a sociedade de melhores profissionais, e de melhores serviços.

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